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Edição MarketMsg e invistaja.info
palavras-chave: Petrobras: os 5 fatores que vão movimentar as ações nos próximos meses após uma semana decisiva para a estatal; invistaja.info;
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BRASÍLIA | invistaja.info — Quem olha só para o desempenho das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) na sessão da última quarta-feira (14), com ganhos de cerca de 1,5%, poderia imaginar que o pregão foi relativamente tranquilo para a companhia, com a alta dos ativos durante boa parte da sessão.
Porém, o noticiário foi bastante conturbado, principalmente por conta da polêmica sobre a Assembleia Geral Ordinária (AGO) ocorrida durante a tarde e que deliberou a aprovação do pagamento de dividendos no valor de R$ 10,27 bilhões, referente ao exercício de 2020. O montante corresponde ao valor de R$ 0,787446 por ação ordinária e preferencial em circulação.
A assembleia foi realizada após a Petrobras conseguir que uma decisão da Justiça sobre a migração da gestão operacional do plano de saúde da companhia fosse reconsiderada, evitando risco para a realização da reunião de acionistas.
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Antes disso, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) havia comunicado que o desembargador Rafael Paulo Soares Pinto, do TRF da 1ª Região, havia concedido decisão liminar para impedir mudanças na Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) da estatal após pedido apresentado pela entidade.
A FUP havia informado que, com a decisão, a Petrobras estaria impedida de adotar qualquer deliberação em torno da distribuição de dividendos relacionados à reversão de provisões atuariais pertinentes ao plano de saúde AMS, o que também afetaria a realização da assembleia de acionistas desta quarta. Entre as deliberações, estaria efetuar a distribuição de dividendos, da ordem de R$ 10 bilhões, aos acionistas. Contudo, a decisão foi revertida.
Conforme afirmou ao (invistaja.info) Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), a notícia acabou sendo mais um episódio do turbulento momento que passa a Petrobras e que começou em meados de fevereiro, com a demissão intempestiva do CEO Roberto Castello Branco pelo presidente Jair Bolsonaro, em meio à insatisfação com a política de preços da companhia.
Mesmo com a liminar derrubada, Pires ressalta que “essas confusões acabam prejudicando o andamento da empresa, a governança e isso reflete diretamente no comportamento das ações”.
Douglas de Oliveira, especialista em direito empresarial e Sócio do Escritório Oliveira, Vale, Securato & Abdul Ahad Advogados, explicou que a liminar após o pedido da FUP foi uma intervenção do poder Judiciário na Assembleia e na administração dos recursos da estatal.
“Os funcionários da Petrobras possuem um plano de saúde mais caro há bastante tempo, o que representa mais custos para a companhia. E, por isso, ela pretendia fazer a migração para um plano de saúde mais barato, para diminuir os custos. O desembargador proferiu a liminar naquela hora impedindo que isso acontecesse. Na liminar, o desembargador também decidiu que os dividendos que estivessem vinculados a essa migração de planos não poderiam ser distribuídos. Ou seja, os benefícios financeiros que a empresa teve com a migração dos planos de saúde não poderiam entrar nos lucros”, aponta Oliveira, destacando os fundamentos da decisão revertida posteriormente.
Apesar de resolvida esta questão, outras estão na pauta, aponta Pires, como a possível reviravolta que a definição do próximo Conselho de Administração pode passar, uma vez que petroleira poderá ser obrigada a reunir mais uma vez seus acionistas para que seja escolhido novamente o grupo, caso um dos representantes dos acionistas minoritários renuncie ao cargo, como está previsto ocorrer.
Desta forma, e às vésperas do nome de Joaquim Silva e Luna ser referendado pelo colegiado da empresa como CEO da estatal (de acordo com informações do Valor Econômico, a decisão deve ocorrer na próxima sexta, após ele ser aprovado como conselheiro na segunda), alguns pontos sobre o futuro da companhia devem ser observados de perto pelos investidores.
O Morgan Stanley aponta que, com o processo de substituição do CEO prestes a ser concluído, as incertezas permanecem grandes sobre as estratégias de negócios futuras da Petrobras. E o sentimento de incerteza pode prevalecer por um período mais longo, conforme se aproxima do ciclo eleitoral de 2022.
Neste cenário, eles apontam que os riscos para o lado positivo são tão plausíveis quanto para o lado negativo neste ponto e, deste modo, continuam com recomendação equal-weight (exposição em linha com a média do mercado) para os American Depositary Receipts (ADRs, na prática, os papéis da companhia negociados na Bolsa de Nova York). O preço-alvo para os ativos é de US$ 8,20, o que configura um valor 3,4% frente o fechamento de US$ 8,49 na NYSE na última quarta-feira.
Bruno Montanari e Guilherme Levy, analistas do Morgan, apontam que o case de investimentos da Petrobras continua binário e, assim, preferem continuar “à margem”.
“Nas últimas semanas, sentimos os investidores mais ansiosos para entender se os preços atuais das ações da Petrobras são atrativos após a recente intervenção do governo. (…) Algum nível de intervenção já está no preço e ainda esperamos forte geração de fluxo de caixa livre à frente, mas não descartamos que o sentimento e potenciais gatilhos negativos possam trazer os preços das ações para mais perto do cenário mais pessimista, especialmente se houver desenvolvimentos negativos relacionados à política de preços de combustíveis e estratégia de vendas de ativos”, avaliam Montanari e Levy.
Assim, eles destacam cinco pontos a serem observados de perto nos próximos meses, conforme “a poeira abaixa”, incluindo mais detalhes sobre a estratégia de preços de combustíveis, vendas de ativos, desenvolvimento macroeconômico e os novos anúncios da equipe de gestão.
Eles também apontam que, mesmo que não haja um desvio claro ou material da estratégia anterior, o debate sobre o novo ciclo eleitoral de 2022 está prestes a ganhar força, o que pode coincidir com a poeira assentando internamente na Petrobras, estendendo o período de incertezas por mais tempo. Confira os 5 pontos para ficar de olho, segundo o Morgan:
1. Novos desdobramentos sobre a política de preços de combustível
Os analistas veem três cenários prováveis nesta frente. A nova equipe de gestão afirma que continuará empenhada em manter a política de paridade de preços internacionais, o que será encarado positivamente e abrirá caminho para um aumento muito gradual da confiança após alguns trimestres.
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No segundo cenário, a nova equipe de gestão afirma que permanecerá comprometida com a paridade internacional, mas não implementa aumentos de preços por alguns meses ou estende o período atual para verificar a paridade (frente o período atual de um ano). Depois de um tempo, mudanças no estatuto são implementadas. No caso, uma reação negativa do mercado não surgiria de imediato, mas viria ao longo do tempo.
Por último, a nova equipe de gestão afirmaria que vai subsidiar os preços, o que provocaria uma reação negativa do mercado. “Nossa visão é que esta seria uma alternativa mais difícil de se materializar”, afirmam.
De qualquer forma, embora os preços do diesel nas refinarias estejam atualmente em paridade, há riscos no radar, tendo em vista também o final da desoneração fiscal federal de dois meses em maio para o diesel. “Os próximos passos dados pela nova gestão em conjunto com o governo podem dar uma ideia de qual será a verdadeira abordagem da Petrobras em relação aos preços nos próximos meses”, avaliam.
2. Venda de ativos
A visão do Morgan é que o programa de desinvestimento fora da área de refino não estaria em risco na nova administração, apesar de ser afetado por uma maior percepção de risco.
Mais anúncios de vendas de refinaria podem aliviar as preocupações dos investidores. Contudo, pode haver obstáculos em potencial ao longo do caminho, incluindo questionamentos dos Tribunais de Auditoria e mais preocupações com preços de combustível de licitantes em potencial, potencialmente afetando os níveis de avaliação dos preços.
3. Anúncio da nova diretoria
O anúncio dos novos diretores vai lançar mais luz sobre quem será o responsável pelas operações do dia-a-dia da empresa, mas os analistas do Morgan não acreditam que a nomeação de pessoal interno experiente vá gerar uma reação positiva por parte do mercado. Em vez disso, a nomeação de diretores sem tanta experiência no setor pode ser um gatilho negativo.
Leia mais: O que as sinalizações do futuro CEO e a saída de diretores mostram sobre o futuro da Petrobras?
4. Um novo Conselho pode ser eleito
O Morgan cita ainda informações de jornais de que a eleição do Conselho da companhia, que aconteceu no dia 12 de abril, pode passar por uma reviravolta.
Isso porque o único eleito entre os candidatos representantes dos acionistas minoritários, o advogado Marcelo Gasparino, definiu que vai renunciar assim que tomar a posse, prevista para ocorrer até o fim da semana. Pelas regras, quando um conselho é formado a partir do voto múltiplo, como ocorreu neste caso, a renúncia de um só membro provoca a necessidade de um novo pleito.
Na avaliação do Morgan, embora a mudança possa estender um período mais incerto na empresa por mais meses e atrasar ainda mais os processos de venda de ativos, ela pode aumentar a representatividade dos minoritários em um novo Conselho.
5. Desenvolvimentos macroeconômicos
Para o Morgan, quaisquer avanços na melhoria da estrutura tributária de combustível no Brasil, bem como os esforços para criar um fundo de estabilização de preços de combustível poderiam melhorar a percepção de risco sobre as ações da Petrobras.
Contudo, os analistas estão céticos de que isso possa ser entregue no próximos trimestres, pois exigiria um esforço conjunto de várias autoridades. Por outro lado, o início das discussões eleitorais de 2022 pode adicionar mais incertezas sobre a companhia.
Com tantas incertezas no radar, o ambiente segue de cautela para os ativos da estatal. Conforme mostra compilação da Refinitiv que traz casas de análise que cobrem os ativos da estatal, de 11 casas que cobrem os ativos PETR4, 4 possuem recomendação de manutenção para os papéis, 2 de venda, enquanto 5 recomendam compra.
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REFLEXÃO: Bill Mann, da Motley Fool Asset Management: Busque investir em conjunto com grandes gestores, depois, é só ser paciente.
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