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Temporada de resultados do 1º trimestre ganha força na Bolsa: quais serão os destaques?

Commodities, e-commerce e bancos devem ser setores de destaque na temporada, mesmo em cenário de aumento das restrições por conta da pandemia

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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RAPT3 | ROIC: 0.1008 | Liq.2meses: 274959.0 | Mrg.Liq.: 0.1554 | Cotacao: 11.28 | Cresc.5anos: 0.219 | P/EBIT: 6.83

CURITIBA | invistaja.info — A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2021 teve início na última sexta-feira (23), com a divulgação dos números da Usiminas (USIM5) e da Hypera (HYPE3), com números positivos, já trazendo sinais do que esperar para diversas companhias na Bolsa que ainda publicarão seus balanços.

Os primeiros três meses, para os quais eram esperados recuperação, foram marcados por turbulência no mercado em meio ao avanço da segunda onda da pandemia de coronavírus e as discussões sobre o Orçamento.

No Brasil, a atividade econômica vem perdendo fôlego desde o final de 2020, conforme destaca a XP em relatório. Assim, depois de uma recuperação ao longo do segundo semestre do ano passado, a piora da pandemia deve impactar a atividade nessa primeira metade de 2021. Por outro lado, o avanço da vacinação em massa deve permitir uma retomada no semestre seguinte – os nossos modelos indicam que os principais grupos de risco, como idosos e profissionais da saúde, deverão estar imunizados contra a Covid-19 até meados de junho.

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Neste cenário, a projeção de lucros para o Ibovespa tem visto um movimento de recuperação, aponta a XP. Depois de uma queda em 2020 causada pela crise da pandemia, estimativas de lucros voltaram a subir.

O consenso de mercado, segundo dados da Bloomberg, espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) do Ibovespa nesse primeiro trimestre se mantenha nos mesmos níveis que trimestre anterior. Porém, em relação ao mesmo período de 2020, o indicador deve ver um forte crescimento já que muitas empresas já tinham sido impactadas pela pandemia. Por esse mesmo motivo, a receita divulgada pelas empresas deve vir forte na comparação anual, enquanto o crescimento trimestral deve vir moderado em alta de 2,3%.

O Bank of America também espera um forte crescimento anual do lucro por ação do Ibovespa em meio à base de comparação mais fraca frente o primeiro trimestre de 2020, mesmo após excluir commodities.

A expectativa é de que o lucro por ação das empresas que compõem o Ibovespa tenha alta de 43%, excluindo companhias ligadas à commodities e de petróleo.

“No ano passado, o lucro por ação do primeiro trimestre foi impactado negativamente devido à menor atividade durante a pandemia, impactos do câmbio nas despesas com juros e com maiores provisões contra perdas no caso dos bancos”, afirmam os analistas Nicole Inui, David Beker e Paula Andrea Soto. Os analistas citam, por exemplo, as provisões recordes do Itaú (ITUB4) no primeiro trimestre do ano passado.

Sobre o setor de consumo discricionário, formado por empresas que vendem bens que não são considerados “necessários”, o BofA pondera que deve haver uma recuperação mista, como distribuidoras de combustíveis e o setor de e-commerce, este último formado por empresas como Magazine Luiza (MGLU3), registrando bons números.

Enquanto isso, os shoppings ainda estão atrasados ​​em relação à recuperação dos lucros após outro trimestre de distanciamento social e restrições de mobilidade, apontam.

Na avaliação de Fernando Ferreira (estrategista-chefe e head do research da XP) e Jennie Li (estrategista de ações), dentre os setores, a expectativa é de quatro setores tenham destaque:

i) Commodities, com as empresas beneficiadas pela forte demanda da China e dos EUA, que lideram na recuperação econômica global, e levando à alta dos preços de materiais como o minério de ferro (alta de 25% na comparação trimestral), a celulose de fibra curta (alta de 33% na base trimestral) e o petróleo (o preço médio do Brent subiu 20% na base trimestre a trimestre). Além disso, o resultados dessas empresas devem também serem impulsionadas pela desvalorização do real frente ao dólar frente ao real de 7,7% durante o trimestre.

ii) Tecnologia, principalmente no segmento de e-commerce, impulsionado por restrições mais severas de distanciamento social, a aceleração de vendas online e o crescimento orgânico. No setor de varejo, a expectativa é de um forte desempenho online favorecido por estratégias comercias relacionadas a políticas de frete grátis e comissões mais baixas.

iii) Para os supermercados, a expectativa é também por resultados sólidos, embora com uma desaceleração do crescimento em relação ao trimestre anterior, porém o consumo em casa continua sendo uma realidade e;

iv) bancos, com lucros voltando aos níveis de 2018-2019. Os estrategistas avaliam que os resultados devem ser impulsionados por menores provisões, volumes maiores com a gradual retomada da economia, e redução de custos.

Confira as análises por setores:

Bancos: menores provisões, forte alta dos lucros

Após um 2020 bastante desafiador, a XP espera que os lucros dos bancos melhorem significativamente em 2021.

“Para a maioria dos bancos, esperamos que os lucros cheguem aos níveis de 2018 ou 2019, embora ainda menos rentáveis à medida que o capital aumentou devido ao limite de payout (percentagem do lucro pago em dividendos) do Banco Central”, avaliam os estrategistas.

De acordo com os especialistas, os principais catalisadores serão:  i) menores provisões, uma vez que os bancos estão com índice de cobertura acima de 300% e os modelos de crédito passaram a não apresentar necessidade de provisões complementares devido às melhores perspectivas de inadimplência; ii) volumes maiores, com a retomada da economia; iii) redução de custos, dado que o setor financeiro está focado em ganho de eficiência.

Na avaliação da XP, o Bradesco (BBDC3;BBDC4) e o Itaú devem registrar o maior crescimento de lucro anual, de 73% para R$ 6,5 bilhões e 50% para R$ 5,9 bilhões no trimestre na base de comparação anual, respectivamente.

O Safra também acredita que esses bancos sejam o destaque em alta de lucro. O Bradesco também deve ter forte redução em despesas operacionais e desempenho decente da margem financeira; já o Itaú também pode apresentar boa recuperação, embora a margem com clientes ainda deva ser um obstáculo contra uma recuperação ainda mais forte nos resultados.

Por outro lado, a XP espera um desempenho inferior do Banrisul (BRSR6) e do Santander Brasil (SANB11, com alta de 5,8% do lucro), uma vez que ambos os bancos decidiram fazer menos provisões no primeiro trimestre de 2020. Já para o Banco do Brasil, a expectativa da casa é de alta de 24% do lucro na base anual devido aos menores custos de crédito. No entanto, espera-se que o banco tenha um desempenho inferior ao de seus pares privados, uma vez que a administração decidiu fazer provisões em um ritmo mais suave.

A Inter Research também aponta que está de olho nos indicadores de inadimplência. Apesar do baixo nível até o momento, começam a voltar à normalidade após as postergações de parcelas e podem ser impulsionados pela segunda onda da pandemia por aqui, avaliam os analistas.

Mineração, siderurgia e papel e celulose em alta

A temporada de resultados começou com a Usiminas (USIM5) já apresentando números fortes no primeiro trimestre, registrando recorde de Ebitda, tendência que deve seguir para as demais empresas que apresentarão seus números no setor de mineração e siderurgia.

Os preços mais altos do minério de ferro (US$ 167 por tonelada, alta de 25% na comparação trimestral) são o principal destaque do trimestre.

A expectativa do Bradesco BBI é de que a Vale (VALE3) registre resultados sólidos, com Ebitda ajustadode US$ 8,1 bilhões (queda de 9% ante o quarto trimestre de 2020, mas alta de 181% na comparação anual). As vendas de minério de ferro foram sazonalmente mais fracas, totalizando 65,6 milhões de toneladas no trimestre, queda de 28% na comparação com o quarto trimestre. Contudo, houve alta de 11% no comparativo anual devido à produção mais forte, parcialmente compensada pela menor disponibilidade de pellet feed (principalmente de Itabira e Brucutu).

Já os custos C1 – de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto – devem elevar cerca de US$ 2,0 a tonelada ante o quarto trimestre, devido à diluição de custos fixos mais fraca (produção sazonalmente menor) e custos mais altos com compras de minério de terceiros.

A XP aponta que frete e custos de produção mais altos – com menor diluição de custo fixo, por conta dos volumes mais baixos – podem compensar parcialmente o trimestre mais forte em termos de preços. “Temos um Ebitda de US$ 8,7 bilhões para o segmento de minério de ferro. Em relação ao segmento de metais básicos, temos um EBITDA menor no trimestre (US$ 994 milhões) com volumes de vendas mais baixos compensando melhores condições nos mercados de níquel e cobre”, apontam.

Para a CSN (CSNA3), a XP espera resultados fortes no segmento de mineração, além de esperar um aumento de 20% nos preços realizados do aço, parcialmente compensado por maiores custos com minério de ferro e carvão.

Os principais destaques para a Gerdau (GGBR4), por sua vez, são os baixos impactos da sazonalidade e os preços mais altos em todos os segmentos. No Brasil, esperam-se margens ainda saudáveis devido aos aumentos de preços e demanda resiliente compensando custos mais altos (sucata e minério de ferro). Nos EUA, projetam volumes ainda elevados (queda de 0,5% na base trimestral, 1,16 milhão de toneladas) e preços realizados mais altos. Em relação ao segmento de aços especiais, a previsão é de números saudáveis com mais um trimestre de recuperação do setor automotivo nos Estados Unidos e nas operações do Brasil (Ebitda de R$ 391 milhões).

Com relação às empresas de papel e celulose, elas devem registrar um trimestre mais forte sequencialmente, devido aos preços mais altos de celulose e aos volumes sólidos em geral, na visão do Bradesco BBI, apesar dos principais impactos serem sentidos a partir do segundo trimestre.

Assim, avaliam os analistas, o foco do investidor deve permanecer nas mensagens compartilhadasdurante as teleconferências sobre as tendências do mercado de celulose de curto prazo, dada a forte recuperação dos preços.

Na previsão do banco, a Suzano deve reportar Ebitda de R$ 4,96 bilhões, alta 25% ante o quarto trimestre de 2020, uma vez que os volumes permanecem fortes e os ganhos de preço fluem gradualmente. A expectativa é de alta do Ebitda da Klabin em 15% no primeiro trimestre na comparação sequencial, a R$ 1,27 bilhão, impulsionado por maiores preços (tanto externo quanto interno), compensando parcialmente os maiores custos (parada de Monte Alegre).

A Duratex (DTEX3) também deve registrar um trimestre sólido (Ebitda de R$ 440 milhões). Painéis de madeira foram destaque positivo, desafiando a sazonalidade com fortes volumes e preços. As margens da Deca devem registrar um impacto significativo devido aos custos mais elevados.

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Óleo e gás

Em destaque no setor, está a Petrobras (PETR3PETR4), que deverá apresentar balanço que refletirá os maiores preços médios de petróleo brent no primeiro trimestre, de US$ 61,30 o barril comparados a US$ 50,80 o barril em igual período de 2020. Por outro lado, devem refletir uma média de desconto para a paridade de importação de 9,5% no diesel e de 10,5% na gasolina. A expectativa do Credit Suisse é de alta da receita líquida em 40% na comparação anual, para R$ 105,613 bilhões, enquanto o Ebitda deve ter alta de 33%, para R$ 50 bilhões.

Já no caso do setor de distribuição de combustíveis, a XP avalia que os resultados das empresas do setor refletirão uma recuperação com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, que sofreu fortes impactos da crise da Covid-19. Segundo dados da ANP, a demanda por querosene de aviação cresceu 27,9% na base anual e a demanda por diesel apresentou um aumento de 5,17% na mesma base de comparação. Por outro lado, o volume de vendas do Ciclo Otto (que agrega gasolina e etanol) apresentou uma redução média de 1,1%, tendo em vista que a movimentação de pessoas ainda foi afetada pela pandemia.

Bebidas, agro e alimentos

Apesar do momento de safra no Brasil, quando a oferta costuma aumentar e pressiona o mercado, os preços dos animais vivos apresentaram boa resiliência, destaca a XP, principalmente devido a pressões de custos que não devem deixar espaço para correções significativas, mas também em parte pelo bom desempenho nas exportações.

Os analistas apontam que a taxa de câmbio continua favorável, uma vez que o Brasil segue competitivo apesar dos preços elevados no mercado interno, mas a participação da exportação no total da produção tem crescido, o que é um fato positivo, ainda que em grande parte demanda doméstica esteja fraca.

“O cenário continua desafiador para a América do Sul, mas positivo para a América do Norte, com margens nas operações de bovinos superiores aos níveis históricos ao longo do primeiro trimestre – acreditamos que isso ainda não foi devidamente precificado nas ações das empresas: a diversificação geográfica tem sido mais relevante do que a diversificação de proteínas”, afirmam os analistas.

Entre as companhias, os analistas do BBI apontam estarem mais positivos com a JBS (JBSS3), de forma a refletir a demanda mais forte por carne nos EUA, após subsídios do governo aos consumidores e à recuperação da economia. A projeção é de um lucro de R$ 3,78 bilhões no primeiro trimestre. Com relação à Marfrig (MRFG3), os analistas estão com uma projeção de Ebitda 7% menor do que o consenso de mercado (projeção do BBI de R$ 1,52 bilhão), destacando que provavelmente as estimativas de consenso ainda não refletiram o aumento recente nos custos do gado na divisão sul-americana.

Entre as outras commodities agrícolas, a XP destaca que elas seguem em trajetória positiva, com preços elevados sustentados pela forte demanda, ainda com a China no centro das atenções, portanto o cenário continua positivo para soja, milho, trigo, açúcar, entre outros.

O clima foi um problema em 2020 e continua sendo um fator a ser monitorado de perto este ano, especialmente nos EUA, conforme as preocupações com a seca no Meio Oeste americano devem adicionar volatilidade. Enquanto isso, o cenário de oferta e demanda permanece apertado para todas as commodities.

Já no setor de bebidas, a XP destaca que o início de ano tem sido positivo para o setor de bebidas, apesar do cancelamento de grandes eventos que costumam dar o tom do primeiro trimestre, como o carnaval.

“Enquanto o processo de vacinação continua, embora mais lento do que o esperado, a retomada das operações em bares e restaurantes segue sendo um desafio e, portanto, a estrutura de delivery e as vendas em supermercados (off-premises) continuam sendo o foco principal. A produção de bebidas alcoólicas cresceu 1,6% no primeiro bimestre de 2021, o que confirma a leitura positiva do mercado, mas entre as empresas o desempenho deve ser heterogêneo, favorecendo aquelas com maior capilaridade comercial e com vendas crescentes pelos canais digitais, frentes onde a AmBev (ABEV3) é líder”, avaliam.

Saiba mais: O que a baixa das vendas da Heineken no Brasil indica sobre os resultados da Ambev?

Varejo e e-commerce

O trimestre para o setor de varejo foi bastante desafiador devido ao aumento das restrições e a segunda onda da Covid-19.

A ausência do auxílio emergencial, a ser retomado no segundo trimestre, aliada a uma confiança do consumidor mais fragilizada foram desafios para o setor, aponta a XP. Além desse cenário mais difícil, as empresas também enfrentaram uma forte base de comparação, principalmente no caso dos supermercados e farmácias, dada a ausência do Carnaval e um dia extra em fevereiro/2020 (ano bissexto). No entanto, notamos que no geral os resultados foram bastante resilientes entre os segmentos sob nossa cobertura, com exceção do varejo tradicional, mais impactado neste contexto.

A XP aponta que o e-commerce será o principal destaque do trimestre. “Esperamos um sólido crescimento das vendas brutas de mercadoria (GMV), impulsionado por um forte desempenho online, favorecido pelas estratégias comerciais, principalmente relacionadas a políticas de frete grátis e comissões mais baixas, e por uma mobilidade ainda muito restrita.

Para supermercados, a expectativa é de resultados sólidos, embora com uma desaceleração do crescimento em relação ao quarto trimestre devido (i) ao aumento das restrições da Covid, que limitaram as operações das lojas, (ii) ausência de carnaval em fevereiro e (iii) menor demanda do canal B2B (bares, restaurantes e transformadores), dado o cenário mais desafiador para o segmento no trimestre. Contudo, os números devem ser positivos puxados pelo consumo em casa, que segue sendo uma realidade e o e-commerce, que deve apresentar forte crescimento.

Em relação às farmácias, a expectativa é por resultados resilientes, apesar das adversidades (sem carnaval, não estocagem de consumidores como em março/2020 e um dia a menos em fevereiro), já que o aumento da disponibilidade de serviços nas lojas deve contribuir para o tráfego e vendas.

Por fim, os varejistas mais tradicionais, de moda, devem apresentar resultados fracos, com crescimento das vendas em mesmas lojas (SSS) negativo, devido às restrições mais severas e a confiança do consumidor e orçamento familiar mais fragilizados. “Mesmo assim, estimamos um desempenho sólido no canal online, o que deve ajudar a mitigar esse impacto. Destacamos março como um mês especialmente desafiador para o varejo físico devido às restrições muito mais rígidas, incluindo decretos de estado de emergência em várias capitais brasileiras na maior parte do mês”, avaliam.

Neste mesmo sentido, a expectativa é de que os shopping centers reportem resultados sem brilho, pressionados pelos recentes fechamentos e restrições às atividades do setor em todo o país. Para galpões logísticos e centros de distribuição, a demanda é aquecida por ativos bem localizados e de alta qualidade, impulsionada por companhias de e-commerce e de logística, que devem beneficiar a LOG (LOGG3) .

Já a JHSF (JHSF3) também deve apresentar um sólido resultado, impulsionado pelas vendas do complexo Boa Vista no trimestre, compensando os impactos no segmento de shopping centers e hospitalidade.

Outros setores: construtoras, educação, saúde e utilities no radar

Na avaliação da XP, as incorporadoras de baixa renda continuam sendo o destaque positivo, impulsionadas pelos resultados operacionais mais sólidos. “Embora um sólido desempenho de vendas das incorporadoras de baixa renda, esperamos margens mais pressionadas devido à inflação de custos de construção. Para as incorporadoras de média e alta renda, acreditamos que as restrições às atividades comerciais e as medidas de isolamento social devem impactar tanto o volume de lançamentos quanto as vendas no primeiro trimestre”, avaliam os analistas.

Os analistas da Inter Research também apontam que, em função das medidas de isolamento implementadas na segunda metade do primeiro trimestre, a expectativa no setor é de um volume menor no número de lançamentos, com impacto maior nas companhias com baixa dispersão geográfica de atuação, como Eztec (EZTC3) e Cyrela (CYRE3) , concentradas majoritariamente em São Paulo.

Nas incorporadoras com maior atuação no Programa Casa Verde e Amarela e, consequentemente, maior dispersão regional, a expectativa é de um crescimento na comparação anual nos empreendimentos lançados, enquanto o desempenho no trimestre deve apresentar ligeira queda.

Já no segmento de educação, um dos mais impactados pela pandemia de coronavírus, o primeiro trimestre costuma ser sazonalmente forte e que dá a perspectiva para o ano – uma vez que o ciclo de admissão do o mais importante. Porém, ainda impacto pela pandemia, o ano deve começar sem muitos destaques, com uma receita pressionada por captações mais fracas e margens pressionadas devido a maiores despesas de marketing e provisão para devedores duvidosos, destaca a XP.

Na avaliação dos analistas, o destaque positivo deve ser a Ânima (ANIM3, expectativa de alta de 11% do Ebitda ajustado na comparação anual), que se beneficia de melhor receita com a consolidação de ativos adquiridos recentemente (compensando o desempenho orgânico negativo na captação devido à pandemia) combinada com margens quase estáveis (performance positiva dos custos compensando maiores despesas com vendas).

Por outro lado, espera-se outro trimestre fraco para a Cogna (COGN3, Ebitda ajustado caindo 19% na comparação anual), mas desta vez a pressão veio tanto do ensino superior quanto da educação básica. A Yduqs (YDUQ3) também deve ter queda nesta linha do balanço, de 6% na base anual, com melhora da receita (devido à atividade de fusões e aquisições e desempenho positivo no ensino à distância) compensada por maiores provisões para devedores duvidosos e despesas de marketing. “Esperamos um trimestre relativamente estável para a Ser em termos de receita, mas com uma leve pressão no Ebitda (queda de 4%) devido a maiores provisões e despesas com marketing”, apontam.

Já com relação ao setor de saúde, apesar da segunda onda, o impacto deve ser diferente sobre a demanda em comparação a 2020, quando a pandemia atingiu o país pela primeira vez. Em 2020, a postergação de procedimentos eletivos gerou pressão de receita e margens para hospitais e redução de custos para operadoras de planos de saúde (verticalizadas ou não).

“No entanto, em 2021, apesar da segunda onda da pandemia, os procedimentos eletivos não foram adiados, portanto hospitais e outros prestadores de serviços devem apresentar números positivos no início do ano, face a uma pressão de custos para as operadoras de planos de saúde”, avaliam. Assim, esperam um trimestre forte para a Rede D’Or (RDOR3), com lucro líquido 3 vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado, e um trimestre com margens sendo pressionadas para a Notre Dame Intermédica (GNDI3).

Do lado das distribuidoras de energia, os resultados devem refletir uma manutenção do ritmo de recuperação da atividade econômica observado desde o final do ano passado, após meses de restrições para contenção da pandemia do COVID-19. Quanto às geradoras, os resultados sofrerão o impacto  negativo da alocação sazonal de garantia física e estratégias de compras de energia no trimestre e pelo GSF (medida do risco hidrológico, refletindo a menor incidência de chuvas no trimestre).

Quanto aos resultados das empresas de saneamento, atenção para a Sabesp (SBSP3), que deve refletir os esforços recentes de redução de custos e a incorporação de novos municípios em uma base de comparação anual.

 

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