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Vale cumpre promessas, projeções de mercado sobem e ação VALE3 tem ganhos

Mineradora registrou melhora operacional, queda de custos do minério e ainda deve eliminar uma fonte de pressão importante para ativos com acordo sobre Mariana

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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ODER4 | EV/EBITDA: 11.46 | ROE: 0.1164 | Liq.Corr.: 2.81 | Mrg.Ebit: 0.1175 | P/L: 18.49 | EV/EBIT: 13.63

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Cumprindo promessas, algumas já sinalizadas no relatório de produção do terceiro trimestre de 2024 (3T24),e que reforçam a visão positiva para a companhia. A Vale (VALE3) apresentou lucro líquido de US$ 2,412 bilhões no 3T24, queda de 15% ante igual período de 2023 e 13% a menos na comparação trimestral, de acordo com resultados compartilhados na noite de quinta-feira, mas com pontos considerados positivos pelos analistas de mercado. Com isso, e também alta do minério, as ações VALE3 subiam nesta sexta-feira (25), com os ativos subindo 1,57%, a R$ 60,64, às 10h15 (horário de Brasília).

O lucro ficou 41% acima do esperado pelo Prévias Broadcast. Conforme a estimativa compilada a partir de cinco casas (JPMorgan, Citi, BTG Pactual, Itaú BBA e Genial Investimentos), o lucro esperado era de US$ 1,709 bilhão.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em US$ 3,615 bilhões, resultado 18% abaixo do registrado no terceiro período de 2023 e 9% menor na comparação com os três meses imediatamente anteriores, mas levemente acima dos US$ 3,526 bilhões estimados pela média das expectativas. A receita líquida também ficou em linha com o esperado pelo mercado, de US$ 9,578 bilhões.

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A XP aponta que, com os números operacionais já reportados, o grande destaque do resultado foi o desempenho de custos da Vale, com custo C1 (que envolve mina, ferrovia e porto) a US$ 20,60 a tonelada (t) (-7% em relação à projeção da casa, -6% na base anual e -17% na comparação trimestral), positivamente impulsionado pela depreciação do real, menores custos de manutenção, melhor diluição de custos fixos e iniciativas de eficiência, seguindo uma tendência de melhora ao longo do trimestre.

A Vale mencionou um desempenho de C1/t em setembro de 2024 de US$ 18,2/t, abrindo caminho para a realização de sua orientação de custos este ano (e potencialmente mais próximo da faixa inferior de US$ 21,50 a US$ 23,0/t, em sua visão). Além disso, a Vale confirmou a provisão adicional anteriormente indicada de cerca de US$ 1,0 bilhão relacionada ao colapso da barragem da Samarco, com a previsão de assinatura do acordo final e concluindo um período de longo overhang para os ativos (pressão sobre as ações).

O Itaú BBA ressalta que o resultado foi positivo, com um Ebitda ajustado ficando 12% acima da sua previsão. Os analistas também ressaltaram os custos menores do que o esperado e a uma realização do preço do minério de ferro melhor do que o esperado (que já havia sido divulgada no relatório de produção da Vale), ainda que em queda de US$ 12 a tonelada, parcialmente compensado por maiores volumes de vendas de minério de ferro.

A geração de fluxo de caixa livre (FCF) melhorou sequencialmente, mas permaneceu fraca, em US$ 179 milhões. A dívida líquida expandida aumentou para US$ 16,5 bilhões, devido às provisões adicionais para compensações relacionadas à Samarco e ao pagamento de dividendos de US$ 1,6 bilhão.

Enquanto os custos foram uma surpresa positiva, o JPMorgan vê frustração no segmento de metais básicos, pois o níquel enfrentou preços realizados fracos e custos mais altos. De qualquer forma, os números foram considerados bastante saudáveis e espera que os números de consenso sejam revisados para cima.

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“Depois de enfrentar pressões de custos por alguns trimestres em minério de ferro, os esforços da administração para reduzir os custos começaram a aparecer nos números da empresa. (…) Além disso, a administração mencionou que durante setembro, os custos C1 caíram ainda mais e sugerindo um desempenho de custo ainda mais forte no 4T24. Embora a melhora seja uma boa notícia, ainda há trabalho a ser feito. Por exemplo, ainda que o prêmio médio negativo de qualidade de finos melhorou de -3,3/t para -1,9/t, eles ainda são negativos – e isso deve ser revertido no futuro”, aponta.

Gustavo Pimenta, novo CEO, descreveu as suas prioridades em seu primeiro anúncio de resultados da companhia. “Ele prevê transformar a empresa em uma entidade mais ágil e eficiente, garantindo segurança e excelência operacional. Seus objetivos incluem entregar um portfólio superior centrado no cliente, expandir em metais básicos com foco em cobre e melhorar os relacionamentos institucionais”, aponta o JPMorgan.

A mineradora ainda revisou para baixo sua estimativa de custo “all-in” de cobre no ano para US$ 2.900 a US$ 3.300 por tonelada. Anteriormente, a mineradora esperava um custo all-in, excluindo investimentos de manutenção, entre US$ 3.300 e US$ 3.800 por tonelada em 2024. Além disso, também mencionou sua alta confiança em atingir o limite inferior de sua orientação de custo de caixa C1 para 2024, excluindo compras de terceiros de US$ 21,5-23,0/t.

O JPMorgan também reforça que o acordo pelo rompimento de barragem de rejeitos em Mariana (MG), a ser assinado nesta sexta, levou a uma provisão incremental de US$ 956 milhões no acordo da Samarco. Mesmo com o aumento das provisões, a assinatura do acordo é vista como uma virada de página para a companhia.

O Bradesco BBI aponta que, após os resultados de produção do 3T24 da Vale, as suas estimativas de Ebitda do 3T24 estavam enviesadas ​​para cima. Além disso, o banco vê com satisfação a revisão do guidance de custo do cobre e a confirmação de que a reunião para assinar o tão esperado acordo de Mariana acontece. “Também destacamos que a conclusão do acordo definitivo relacionado ao acidente de Mariana deve remover uma sobrecarga significativa sobre as ações da Vale”, avalia.

Em meio à assinatura do acordo nesta sexta, a Vale adiou sua teleconferência para às 14h (horário de Brasília). O Goldman Sachs aponta que os investidores buscarão na tele mais detalhes sobre: ​​a) perspectiva do preço do minério de ferro para o 2S24; b) momento da demanda e perspectiva para o mercado chinês; c) perspectiva operacional de metais básicos; d) mais detalhes sobre a renovação da concessão ferroviária de Carajás; e e) mais detalhes sobre o acordo final sobre o acidente de Mariana.

Com a visão de resultados saudáveis e desdobramentos positivos, XP, JPMorgan, Bradesco BBI, Goldman Sachs e Itaú BBA seguem com recomendação de compra ou equivalente para os ativos da mineradora.

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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.

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