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Black Friday: quais as tendências para as varejistas listadas na Bolsa?

No geral, há indicações positivas em relação à intenção de compra dos consumidores, embora o cenário macro e os consumidores mais cautelosos possam ser obstáculos

Notícias do mercado financeiro

Edição MarketMsg e invistaja.info

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A Black Friday tem se tornado uma das datas mais importantes para o varejo, com os analistas cada vez mais de olho no que esperar para as varejistas listadas.

A XP aponta que, no geral, há indicações positivas em relação à intenção de compra dos consumidores, embora o cenário macro e os consumidores mais cautelosos possam ser obstáculos.

Em termos de categorias, eletrônicos continuam bem posicionados em termos de interesse, seguidos por moda e varejo alimentar, mas com a categoria de beleza alcançando.

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Além disso, as empresas estão se preparando para o evento, com redes logísticas mais robustas e condições de pagamento especiais como alavancas adicionais.

“Em nossa opinião, o desempenho deste ano pode ser relativamente sólido, principalmente pela base de comparação fácil, embora um ambiente promocional mais racional por parte das empresas possa limitar descontos mais atrativos, especialmente em bens duráveis”, avaliam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Summer, que assinam o relatório.

As categorias discricionárias de ticket mais baixo (por exemplo, vestuário e beleza) podem ser favorecidas, especialmente em um ambiente de altas taxas de juros.

Segundo a Neotrust, o fim de semana da Black Friday (de 28 de novembro a 1º de dezembro) deve ultrapassar R$ 9 bilhões (+9% ano a ano), já que o varejo online tem se recuperado nos últimos meses (+14% anualmente nos primeiros nove meses de 2024).

Porém, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) espera uma perspectiva mais cautelosa, prevendo um crescimento estável (+0,4% anual), pois o cenário macro permanece como um obstáculo, com taxas de juros mais altas, câmbio e condições de crédito restritivas como potenciais fatores limitantes para o consumo.

Segundo dados da Pmweb, 39% dos entrevistados pretendem comprar na Black Friday, mas 72% monitoram os preços pelo menos um mês antes. Como resultado, os consumidores estão mais racionais em relação às suas decisões de compra, enquanto os analistas acreditam que, mais uma vez, a Black Friday deve se tornar um Black Novembro, dado que as empresas já estão ativando as campanhas.

Além disso, preços mais baixos continuam sendo o fator chave para a compra, seguidos por frete grátis e tempo de entrega. Quanto às categorias, a maioria das pesquisas espera que eletrônicos e móveis sejam os mais vendidos, seguidos por itens relacionados à moda e varejo alimentar, enquanto beleza também se destaca como uma categoria importante em algumas pesquisas.

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As empresas, enquanto isso, se preparam para a Black Friday com estratégias além de descontos: i) o Mercado Livre (MELI34) está oferecendo R$ 40 milhões em cupons, com um aumento de +50% nos investimentos em marketing; ii) a campanha “1 ano de Frete Grátis Shopee” inclui frete grátis e opções de parcelamento (em até 12 vezes para algumas categorias); iii) Magazine Luiza (MGLU3) e Shein oferecerão descontos de 80-95% e frete grátis; iv) a logística deve ser uma alavanca para a Amazon e Shopee, ambas contando com novas estruturas no RJ e SP, respectivamente, para apoiar entregas mais rápidas; v) Amazon e Casas Bahia (BHIA3) anunciaram a contratação de trabalhadores temporários; e vi) a BHIA oferecerá R$ 1 bilhão em crédito, com uma estratégia para descontos em tempo real e específicos por região.

O BTG Pactual, antes da Black Friday nesta semana, analisou o comportamento dos consumidores nos canais online durante o mês de novembro, usando dados da Neotrust.

As vendas online no Brasil aumentaram 18% para R$ 24,8 bilhões, levando em conta os números (esses números incluem o Mercado Livre, mas não as plataformas internacionais), com um aumento de 26% no número de pedidos e o ticket médio caiu 7% para R$ 344.

De acordo com a Neotrust, os eletrodomésticos foi a principal categoria vendida durante o período (vendas +21% ano a ano; 10% das vendas totais), seguida por itens de moda (vendas +6% a/a; 8% das vendas totais) e eletrônicos (+13% a/a; 8% das vendas totais).

Outro dado interessante é que 65% dos clientes fizeram apenas um pedido durante o mês (o que representou 44% do total de vendas), enquanto os cartões de crédito foram responsáveis por 65% das compras (aumento de 3,6 pontos percentuais anualmente), e as vendas em 7-12 parcelas representaram 43% das vendas (83% do total de vendas foram feitas por meio de parcelas no período). Por região, o Sudeste (que respondeu por 57% das vendas totais no período) registrou um aumento de 13% nas vendas, atingindo R$13,9 bilhões.

Ao fazer uma análise detalhada da evolução dos preços no mercado brasileiro de e-commerce, acompanhando uma cesta de 6 itens (categorias principais para e-commerce, como eletrônicos e eletrodomésticos) nas últimas cinco semanas e comparando Mercado Livre (1P, estoque próprio, e 3P, marketplace), Amazon, Shopee, Magalu (1P), Casas Bahia (1P) e Americanas (AMER3).

Apesar de alguma variação durante o mês, com descontos oferecidos em várias plataformas nas últimas semanas, os players adotaram uma abordagem mais racional (aumentando os descontos gradualmente, principalmente na última semana antes da Black Friday), confirmando a tendência dos últimos meses.

Os dados de vendas de novembro mostraram uma situação mais saudável (em termos de receita líquida, com uma abordagem mais racional). “Ainda vemos uma tendência de crescimento para o e-commerce nos próximos anos e, ao contrário de mercados mais maduros, com GMV (volume bruto de mercadorias) mais alto do que antes da pandemia”, avaliam os analistas do BTG.

Mas, para preservar o caixa em meio a um cenário incerto, o BTG avalia que as empresas cortaram investimentos para melhorar a lucratividade (fazendo uma troca versus crescimento), o que é uma tendência de curto/médio prazo. E um custo de financiamento mais alto impedirá que a maioria dos players mantenha o crescimento de 2020/2021, abrindo caminho para maior consolidação.

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REFLEXÃO: Ben Carlson, autor de A Wealth of Common Sense – A riqueza do senso comum, em tradução livre: Menos é mais. O processo de investimento deve ser mais importante que os resultados. Comportamento correto na hora de investir é a chave.

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