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Inflação de serviços ainda (bem) acima da meta continua a preocupar economistas

Vários itens tiveram melhora em fevereiro ante a variação de janeiro, mas preços se encontram em patamares desconfortáveis; mercado de trabalho aquecido mantém serviços pressionados

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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LWSA3 | PSR: 1.166 | P/EBIT: 13.77 | P/L: 115.25 | Liq.Corr.: 1.25 | P/VP: 0.56 | P/ACL: 11.88

O fato de o IPCA-15, a prévia da inflação oficial do país, ter vindo abaixo da previsão não deixa necessariamente uma mensagem de alívio sobre o comportamento dos preços para os meses à frente, alertam os economistas. Para além das notícias de altas ou baixas pontuais em alguns dos itens, os especialistas alertam que os sinais de preços dos serviços em evolução ainda devem deixar a política monetária do Banco Central no modo contracionista.

Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 subiu1,23% em fevereiro, acelerando forte ante os 0,11% de janeiro. O resultado veio abaixo do consenso de 1,33% dos analistas, mas o índice acumulado em 12 meses saltou para 5,08%.

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Como esperado, o efeito rebote do “bônus de Itaipu” bateu forte na prévia do IPCA, com o item energia elétrica residencial subindo 16,33%. Além disso, como o O IBGE incorpora o aumento das mensalidades escolares neste mês, o grupo “Educação” teve alta de 4,78%, com o subgrupo “Cursos regulares” subindo 5,69%.

A “boa notícia” veio do subgrupo ”Alimentação no domicílio”, que desacelerou pelo terceiro mês seguido, passando de 1,10% em janeiro para 0,63% em fevereiro, o menor patamar desde setembro de 2024. Outro item volátil que trouxe algum alívio foram as passagens aéreas, que tiveram deflação de 20,42% no mês.

Acima da meta

Mesmo com essas ponderações, Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, destaca que, os dados qualitativos do indicador estão longe de poderem ser considerados bons. “Todos mostraram desaceleração com relação ao mês anterior (….). Entretanto, todos estão com variações mensais incompatíveis com a meta de inflação de 3,0%”, alerta.

Ele cita que uma média mensal de 0,2% seria compatível com a meta, mas que a média de janeiro e fevereiro ficou em 0,67%. “Uma forma mais dramática de ver isso é que, se a inflação média mensal cair pela metade da que foi entre janeiro e fevereiro, mesmo assim a inflação em 12 meses ficaria em 4,1%”, compara.

Assim, Leal mantém a projeção de o BC terá de continuar a elevar os juros após a alta para 14,25% já prometida pela autoridade monetária.

Na análise do Pine, é citado que, embora a medida de inflação de serviços subjacentes, que exclui itens voláteis do grupo de serviços, tenha desacelerado para 0,63% – ante 0,96% em janeiro – ainda acumula alta de 3,61% em doze meses.

“Em nossa visão, o patamar relativamente elevado da média das medidas de núcleo sugere cautela para a política monetária. Por ora, mantemos a estimativa de 5,1% para o IPCA de 2025.

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Já o Daycoval cita outro aspecto: os bens industriais tiveram alta maior do que o esperado. “Etanol, automóveis novos e usados, produtos de higiene e televisores, aparelhos de som e computados foram os destaques altistas desse grupo”, lista o banco.

Entre os preços dos serviços subjacentes, são destacadas as altas de aluguel residencial e serviços bancários, ainda que o núcleo de serviços tenha desacelerado.

“O IPCA-15 apresentou alta expressiva em função dos reajustes sazonais em educação e transportes, além do efeito rebote em energia elétrica. Os serviços subjacentes, embora tenham desacelerado, ainda constituem desafio relevante para o BC, o que reforça a necessidade da política monetária seguir contracionista”, defende a análise.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, também vê os núcleos do IPCA-15 ainda pressionados. “Com o mercado de trabalho aquecido, o custo da mão de obra tende a aumentar, pressionando a inflação de serviços. Nossa projeção é de que o IPCA feche 2025 em 5,9%, impulsionado também pela perspectiva de câmbio depreciado”, estima.

Assim, para a economistas, os dados divulgados hoje não alteram a visão de que o Copom deve manter o ritmo de alta dos juros já sinalizado. “Na reunião de março, esperamos um aumento na Selic de 1 ponto percentual, para 14,25%. Nossa expectativa é de que a taxa básica de juros termine o ano em 15%.”

Para a XP, embora o resultado geral tenha ficado abaixo do esperado, a quebra do IPCA-15 não muda a visão de que a inflação vai acelerar ao longo de 2025. Mesmo com a desaceleração da inflação de serviços na margem, para 0,63%, e na média trimestral anualizada, de 8,0% para 7,8%, o patamar ainda é considerado em um nível preocupante.

“Destacamos a forte aceleração dos preços de aluguel (+1,3%) e condomínio (+1,4%) neste mês, refletindo o mercado de trabalho apertado e maior inércia”, diz a XP.

A projeção de inflação para o ano foi mantida em 6,1%.

André Valério, economista sênior do Inter, no entanto, diz que o resultado ruim de fevereiro já era amplamente esperado devido às particularidades do mês. Mas ele diz que a desaceleração, mesmo que na margem, dos principais indicadores sugere que a piora recente da inflação possa ter vida curta.

“Em termos de política monetária, o resultado de hoje deve ter pouca influência, com a alta de 100 pontos-base em março já antecipada pelo Copom. A incerteza reside nos próximos passos a partir da reunião de maio, na qual os dados de atividade deverão ter maior importância do que os de inflação”, afirma.

Valério lembra que, nos últimos meses, nota-se o início de uma deterioração do ritmo da atividade econômica. “Se essa tendência persistir, o Copom poderá encerrar o ciclo de alta com uma Selic terminal abaixo do esperado. No cenário de hoje, antecipamos que o ciclo termine na reunião de maio, com a Selic em 14,75%”, diz o economista, que não descarta, no entanto a possibilidade de a última alta ser na reunião de março, a depender da evolução dos dados de atividade.

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REFLEXÃO: Rich Greifner, da Motley Fool: Pense a longo prazo, seja paciente e busque por retornos assimétricos.

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