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Pague Menos: o que está por trás da queda de 9,3% nas ações após resultados do 4T24

Apesar do crescimento nas vendas e margens, a Pague Menos enfrenta desafios com endividamento elevado, despesas financeiras e baixa geração de caixa

Conteúdos sobre investimentos

Edição MarketMsg e invistaja.info

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LECO3 | P/VP: 0.0 | EV/EBITDA: -3.0 | P/Cap.Giro: 0.0 | Mrg.Ebit: -0.0214 | Pat.Liq: 105928000.0 | Liq.2meses: 0.0

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As ações da Pague Menos (PGMN3) despencaram 9,35% no pregão da B3, chegando a R$ 2,81 após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), na segunda-feira (10), que não agradaram investidores.

A companhia, uma das maiores redes de farmácias do Brasil, registrou lucro líquido de R$ 66,5 milhões no período, o que representa uma queda de 47,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Apesar da receita líquida ter avançado 17%, totalizando R$ 3,3 bilhões, o aumento nas despesas operacionais foi um fator determinante para o desempenho abaixo das expectativas, segundo os analistas financeiros.

Em seu relatório, o Itaú BBA mencionou que, embora a Pague Menos tenha apresentado crescimento nas vendas e na margem bruta, o aumento das despesas gerais e administrativas, além das provisões para bônus de funcionários e um volume maior de contas a receber descontadas, pesaram no lucro líquido.

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O banco apontou que o crescimento de 17,1% nas vendas em mesmas lojas (SSS) superou as expectativas, mas a pressão sobre as despesas e as despesas financeiras mais altas resultaram em um lucro ajustado inferior ao esperado.

A XP Investimentos também fez uma análise positiva do desempenho da empresa, destacando o bom crescimento de receita e a melhora na rentabilidade, especialmente devido à reestruturação da Extrafarma.

Mesmo com um mix de produtos menos favorável, a corretora afirma que a empresa conseguiu ampliar suas margens, impulsionada pela eficiência operacional e pela redução de custos administrativos. A XP mantém sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 4 para as ações da Pague Menos.

No entanto, o Bradesco BBI se manteve cauteloso. Embora tenha considerado os resultados como positivos, o banco sinalizou que o elevado nível de endividamento e os riscos fiscais limitam o potencial de valorização da companhia no curto prazo. A recomendação de compra permanece, mas com um preço-alvo ajustado para R$ 3,60.

Por outro lado, o Itaú BBA destacou que a companhia continua a ganhar participação de mercado, com a produtividade das lojas impulsionando a expansão, especialmente no Nordeste, onde a Pague Menos teve um aumento de 82 pontos base na sua participação. As lojas da Extrafarma, convertidas para a bandeira Pague Menos, também apresentaram resultados considerados pelos analistas como impressionantes, com crescimento de 29,5% no SSS.

As perspectivas para este ano também preocupam, com a expectativa de que o reajuste nos preços dos medicamentos seja menor do que a inflação, o que pode afetar a rentabilidade do setor. As recentes mudanças regulatórias, como a redução no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também podem pressionar ainda mais as margens da Pague Menos, conforme apontado pelo Itaú BBA.

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Posição de caixa e despesas financeiras

A principal preocupação de analistas como o Santander é o impacto das despesas financeiras mais altas, principalmente devido ao aumento dos recebíveis descontados. Isso, somado à pressão sobre o lucro líquido, resultou em um desempenho abaixo das expectativas. O banco manteve sua recomendação de neutro, com preço-alvo de R$ 4 para as ações, prevendo uma reação moderada no preço no curto prazo.

Já a Genial Investimentos diz que a posição de caixa da Pague Menos continua a ser uma preocupação. A empresa encerrou o trimestre com apenas R$ 150 milhões em caixa, enquanto sua dívida de curto prazo era de R$ 370 milhões. Isso, segundo a corretora, coloca a companhia em uma situação em que será necessário realizar uma rolagem de dívida neste ano.

A Genial lembra que a companhia planeja abrir 50 novas lojas orgânicas e continuar convertendo unidades da Extrafarma, o que exigirá investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões, dobrando o capex em relação a 2024. Com uma taxa Selic elevada e a pressão sobre o poder de compra, principalmente no Norte e Nordeste, os analistas calculam que a geração de caixa operacional pode ser insuficiente para cobrir esses investimentos, além dos custos financeiros em ascensão.

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O JP Morgan manteve uma visão neutra sobre as ações da Pague Menos, recomendando underweight (exposição abaixo da média do setor), com um preço-alvo de R$ 3,10, devido ao impacto contínuo das despesas financeiras elevadas e à alta alavancagem da empresa, que continua prejudicando os resultados operacionais e o fluxo de caixa.

O banco observa que, embora a empresa tenha demonstrado um crescimento saudável nas vendas e melhorias em algumas métricas operacionais, o aumento das despesas gerais e financeiras, especialmente em relação aos recebíveis descontados, ainda pesa sobre o desempenho financeiro.

O JP Morgan também calcula que a dívida líquida ajustada da Pague Menos permanece elevada, e que, apesar do crescimento de vendas, a falta de geração de caixa operacional suficiente para cobrir os investimentos necessários e os custos financeiros é uma preocupação contínua.

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