Informação para o trader investidor
Edição MarketMsg e invistaja.info
palavras-chave: Cogna: de alta de 9 a queda de 6% após balanço surpreendente no 4T; o que aconteceu?; invistaja.info;
LREN4 | Mrg.Liq.: 0.0829 | ROIC: 0.1909 | EV/EBITDA: -0.4 | P/Cap.Giro: 0.02 | Pat.Liq: 10773000000.0 | EV/EBIT: -0.57
Lucro quase bilionário, perspectiva de pagamento de dividendos e uma virada nas operações. Com isso, a Cogna (COGN3), após o balanço do 4T, viu suas ações saltarem até 8,72%, a R$ 1,87, na abertura do mercado nesta quinta-feira (13). Porém, logo depois, os papéis viraram para baixa, chegando a registrar queda de 6,40%, a R$ 1,61, na mínima do dia. Durante a tarde, às 16h (horário de Brasília), os papéis também registravam forte baixa, com queda de 5,81% (R$ 1,62).
O que explica este movimento? Dois fatores podem ajudar a explicar esse desempenho dos ativos COGN3.
Em primeiro lugar, as ações já haviam registrado uma forte alta no ano justamente na expectativa por bons resultados e melhoras operacionais no 4T, o que levou a um embolso de lucros em um verdadeiro movimento de “sobe no boato, cai no fato”. No acumulado do ano, mesmo com a queda da sessão, os papéis avançavam mais de 50%. A ação vinha de seis altas seguidas, período em que se valorizou mais de 13%.
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Porém, outros fatores da leitura do próprio balanço impactam as ações pelas incertezas da recorrência dos números do 4T.
O grupo de educação divulgou lucro de R$ 925,8 milhões no quarto trimestre, com crescimento de dois dígitos da receita. O conselho também aprovou distribuição de dividendos, ainda sujeito à aprovação da Assembleia, após a companhia apurar em 2024 o primeiro lucro anual em cinco anos.
Na visão do Morgan Stanley, houve dois grandes fatores que dificultaram a interpretação dos resultados. Primeiro, a contabilidade foi alterada novamente no 4T24, com impacto positivo na receita, mas neutro no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, explicado mais tarde).
O segundo ponto é que a Cogna reverteu R$ 807 milhões em contingências fiscais, o que ajudou no resultado final e não está totalmente excluído das métricas ajustadas/recorrentes da empresa.
A receita aumentou 13%, ajudado pela nova contabilidade (teria sido 5% no método antigo). O Ebitda ajustado (47% na base anual) foi 10-12% acima do esperado pelo Morgan, impulsionado por um forte desempenho na Kroton e na Saber.
No entanto, do Ebitda ao lucro, os resultados foram beneficiados pela reversão das contingências: o lucro ajustado de R$ 985 milhões foi 3 vezes maior do que suas projeções, mas, excluindo a reversão, ficaria abaixo das projeções em 45%.
“Os resultados foram extremamente difíceis de entender, em um ano em que a empresa estava buscando o seu guidance. Embora a mudança contábil seja justificada, a reversão de contingências e o fato de não ser excluída das métricas ‘recorrentes’ dificulta a avaliação da tendência real dos lucros”, avalia o banco.
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Contudo, os analistas do banco americano seguem positivos quanto ao desempenho operacional da Kroton (que foi em linha) e da Saber (materialmente acima das estimativas). “Notamos que os excelentes resultados da Saber dificilmente se repetirão nos próximos anos, mas ainda indicam alta em relação às nossas previsões. No entanto, abaixo do Ebitda (receita de juros e imposto de renda), os resultados são poluídos e impulsionados pela reversão de forma que os lucros perderam as expectativas excluindo seu efeito”, avaliam.
O BTG Pactual vê de forma positiva a desalavancagem trimestral e mais uma queda sucessiva da dívida líquida (-6% trimestralmente, em linha com suas estimativas). Com o suporte de um ressarcimento de crédito tributário registrado no 3T, a empresa atingiu seu guidance oficial para 2024: Ebitda entre R$ 2,1-2,4 bilhões e o fluxo de caixa livre operacional após capex acima de R$ 1 bilhão.
Na visão do BTG, os resultados do 4T marcaram mais um capítulo nesse ciclo de recuperação. No entanto, apesar do cumprimento do guidance para 2024, há incertezas sobre a recorrência desses resultados, uma vez que diversos fatores que ajudaram o desempenho de 2024 (como reversões de provisões, ganhos em disputas tributárias e forte arrecadação do programa Programa Nacional do Livro didático (PNLD)) podem não se repetir.
“Além disso, o cenário macroeconômico ainda pesa contra o setor, já que uma possível desaceleração da atividade econômica combinada com uma inflação mais alta pode representar riscos negativos importantes”, aponta o BTG, que mantém recomendação neutra.
Apesar do não-recorrente, balanço positivo
A Genial Investimentos, por sua vez, aponta que a companhia entregou um sólido desempenho, reforçando a visão de que a Cogna deve ser o destaque positivo do setor neste trimestre. “Destacamos a contínua expansão de margem e para a robusta geração de caixa, confirmando a tendência de desalavancagem já observada nos trimestres anteriores”, avalia.
Para os analistas, a grande surpresa foi no lucro, com o montante reportado superando as estimativas do consenso em quase quatro vezes. A casa de research também reforça que o lucro líquido foi impactado positivamente por reversões de contingências e efeitos fiscais somados R$ 807 milhões, inflando o resultado reportado. Porém, pondera que, sem esses impactos, o lucro recorrente da companhia seria de R$ 178 milhões – refletindo uma melhora consistente em relação ao prejuízo reportado no ano anterior.
A XP também destacou em relatório os resultados positivos no 4T24, com receita consolidada em linha e um Ebitda ajustado melhor em 9,7%, devido a um melhor desempenho da Saber.
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Para a XP, os principais destaques foram: (i) a receita e a margem da Kroton aumentaram, impulsionadas por uma maior base de alunos, um melhor mix de portfólio, ganhos de eficiência e despesas controladas; (ii) A receita da Vasta aumentou com melhores assinaturas e vendas B2G (business-to-government); (iii) o calendário comercial do NBTP impactou negativamente a receita da Saber, mas a margem foi forte devido a um ajuste estratégico nas despesas de marketing; (iv) os resultados tiveram um efeito pontual positivo devido à reversão de contingências, ainda estando em um nível sólido excluindo esse efeito; e (v) a empresa foi capaz de entregar totalmente seu guidance para o ano de 2024, mesmo excluindo a reversão de contingências.
palavras-chave: Cogna: de alta de 9 a queda de 6% após balanço surpreendente no 4T; o que aconteceu?; invistaja.info;
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REFLEXÃO: Morgan Housel: Se preocupe somente quando você achar que tiver tudo resolvido.
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