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Magalu: mercado vê desaceleração apesar de lucro, mas por que ação salta 15%?

Dia de ânimo no mercado, tendência de alta recente das ações e visão de aceleração do crédito guiam ânimo

Notícias do mercado financeiro

Edição invistaja.info e MarketMsg

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SCLO3 | Mrg.Liq.: 0.0 | Div.Brut/Pat.: -0.21 | ROE: 0.0014 | P/ACL: -0.09 | PSR: 0.0 | EV/EBIT: -115.36

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Após a divulgação do resultado das Casas Bahia (BHIA3), foi a vez do Magazine Luiza (MGLU3) divulgar os seus números do quarto trimestre de 2024 (4T24), com dados considerados “mistos” por analistas de mercado.

Se, por um lado, a rentabilidade continua em alta, por outro os analistas seguem vendo desaceleração das vendas e não veem tanto conforto para se exporem no ativo levando em consideração o cenário macroeconômico.

Contudo, as ações registram fortes ganhos, com alta de 14,6%, a R$ 9,70, às 11h45 (horário de Brasília) desta sexta-feira (14). Cabe ressaltar que BHIA3, fora do Ibovespa, também registra fortes ganhos, de cerca de 20%, um dia após cair depois do resultado do 4T.

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Em teleconferência,  Frederico Trajano, o CEO do Magazine Luiza, destacou que a varejista Luiza pretende acelerar crédito para elevar vendas em 2025, diz presidente, com oportunidade de aceleração após a autorização do Banco Central para o MagaluPay.

Além disso, ressaltou que o foco em 2025 é em conversão de vendas para a melhora de rentabilidade nos últimos anos e que a empresa segue negociando com Aliexpress ampliação de parceria para logística.

Trajano ressaltou ainda não ver problema de demanda ao longo de 2025. Para o executivo, a economia deve desacelerar este ano, mas muito menos do que o estimado pelo mercado. Para ele, a expansão das lojas físicas poderá se dar com pontos próprios de marcas do grupo e por “store in store”.

Mas, além disso, a ação reflete a sessão de ânimo dos mercados, com o Ibovespa superando os 127 mil pontos na sessão.

O balanço do Magalu

Em termos ajustados, o lucro líquido teve um crescimento de 37,1% na comparação com o mesmo período de 2023, para R$ 139,2 milhões; sem ajustes, o lucro avançou 38,9% no comparativo anual, para R$ 294,8 milhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 53,6%, para R$ 842,4 milhões.

A empresa, que anunciou recentemente mudanças em sua estrutura organizacional para acelerar operações de varejo online, teve receita líquida de R$ 10,8 bilhões no trimestre, 2,3% acima do faturado um ano antes. Na visão da XP Investimentos, a varejista, dona de bandeiras que incluem Netshoes e KaBuM!, teve um um desempenho da receita ainda fraco, desacelerando em relação ao ritmo do 3T, mas com margem Ebitda (Ebitda/receita) melhorando e geração de caixa.

O GMV (volume bruto de mercadorias) total aumentou +2,6%, desacelerando em relação ao ritmo do 3T, com o crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) das lojas físicas em +8% (contra +15% no 3T e +17% de Casas Bahia), enquanto o online teve um aumento de apenas 1% ano a ano, com um desempenho fraco tanto no 1P quanto no 3P (estável em relação ao trimestre anterior), com o contexto macro e o cenário competitivo difíceis como possíveis explicações. Como resultado, as vendas líquidas consolidadas continuaram pressionadas, com um leve crescimento de 2% na comparação anual, aponta a XP.

Os analistas do Bradesco BBI também veem um desempenho de vendas sem brilho com crescimento de 2% em base anual, com margens operacionais em linha com o esperado e lucro antes dos impostos positivo – direcionalmente não muito longe das expectativas.

A XP ressalta que alavancagem operacional e a Luizacred estão sustentando a melhora da rentabilidade. Olhando para a rentabilidade, a margem bruta caiu 0,20 ponto percentual (p.p.) na comparação anual, pelo mix de canais (penetração de serviços -0,4 p.p. frente o 4T23), embora a margem Ebitda ajustada tenha aumentado 0,7 p.p. ano a ano, resultado da melhoria nos resultados da Luiza Cred (lucro líquido de R$145 milhões contra R$18 milhões no 4T23) e da alavancagem operacional.

Já o lucro líquido ajustado subiu por melhores resultados financeiros e impostos de renda, enquanto a geração de caixa atingiu R$ 1,8 bilhão, principalmente por fornecedores, avalia a XP.

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O BBI aponta que o crescimento das vendas líquidas em desaceleração para 2,2% em base anual ficou 1% abaixo do estimado pelo Bradesco BBI, impulsionado principalmente pelas lojas físicas (+6,4% em base anual), enquanto o desempenho do e-commerce permaneceu morno (GMV em +1,1% em base anual).

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Já a melhoria da lucratividade permaneceu em vigor, com sua margem Ebitda ajustada em 7,8% (0,20 p.p. acima do estimado pelo BBI, +0,60 p.p em base anual), também ressaltando os melhores resultados da LuizaCred, que contribuiu com 0,70 p.p de margem, +0,60 p.p em base anual).

“Importante destacar que a empresa também registrou EBT (lucro antes dos impostos) ajustado positivo pelo segundo trimestre consecutivo, agora em R$ 129 milhões (direcionalmente não muito longe dos R$ 120 milhões estimados pelo BBI). Enquanto isso, a dívida líquida (incluindo desconto de recebíveis como dívida) reduziu em R$ 778 milhões no trimestre”, apontam os analistas do banco.

Para o Bradesco BBI, os resultados do 4T24 do Magalu não justificam nenhuma revisão importante de estimativas. “Olhando para o futuro, será importante monitorar o motivo e/ou a potencial continuidade da desaceleração das vendas vista no 3T24 e especialmente no 4T24, à medida que nos dirigimos para um ano de taxas de juros mais altas (um risco potencial para a categoria cíclica e dependente de crédito) e isso pode levantar preocupações entre os investidores”, apontam os analistas.

Neste contexto, para eles, uma dívida líquida melhorada no trimestre e no comparativo anual é, na margem, apreciada, já que o consenso de mercado espera que a taxa Selic média de 2025 seja cerca de 4 p.p acima da de 2024 e as despesas financeiras têm sido um dos maiores obstáculos aos lucros e fluxo de caixa do Magalu.

A Genial Investimentos aponta que, de longe, a margem bruta foi a maior decepção do resultado, com o recuo de 20 pontos-base ano a ano. Com o repasse do DIFAL presente em bases comparáveis, acredita que, uma maior reação de margem bruta depende de: (i) uma ‘re-aceleração’ nas vendas de lojas físicas e (ii) reação de crescimento de vendas no canal de marketplace.

A casa de research também nota que o indicador de Same Store Sales de lojas físicas começa a desacelerar. “A nossa hipótese é que a sua principal concorrente, Casas Bahia, após o processo que culminou na reestruturação de lojas (e fechamento de mais de 60 unidades) tem sido bem agressiva em oferecer crédito para recuperar parte do market share [participação de mercado] doado durante os últimos meses”, avalia a equipe de análise. Enquanto a carteira de crédito da LuizaCred não variou ano contra ano, Casas Bahia aumentou em 17,0% a/a o seu portfólio.

Desaceleração das lojas físicas

Para 2025, a Genial aponta que as vendas de lojas físicas devem desacelerar dado que o ambiente macroeconômico para o varejo discricionário de alto tíquete tende a ser mais desafiador em 2025 do que foi em 2024.

“Apesar do impulso inicial gerado pelo aumento da renda disponível no início do ano, favorecendo o consumo entre janeiro e abril, o cenário se torna mais complexo adiante, com um câmbio elevado pressionando a inflação, dificultando o trabalho do Banco Central na ancoragem das expectativas e ampliando os desafios fiscais do governo – ainda mais relevante às vésperas de um ano eleitoral”, apontam os analistas.

Ainda vê as Casas Bahia sendo agressiva na oferta de crédito, o que pode minar o faturamento do Magazine Luiza no cenário em que a mesma não adote a mesma estratégia.

Apesar de uma desaceleração, dado o crescimento de despesas financeiras projetadas para o ano, a Genial estima que ganhos em margem bruta, vindo de uma recuperação de marketplace e serviços como ADs, fullfielment e Cloud, possam ser levados ao longo do resultado atenuando o efeito de juros na última linha do resultado.

(com Reuters)

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