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ListenToMarket: AMOB3: Santander inicia cobertura para Automob e vê potencial de alta de mais de 100% – Áudio gerado às: 16:40:39
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O Santander iniciou, nesta sexta-feira (27), a cobertura da Automob (AMOB3), a maior rede de concessionárias do Brasil, com recomendação de Outperform e preço-alvo de R$ 21 por ação para o final de 2026. O valor, segundo o banco, implica um potencial de valorização de 104% sobre a cotação de fechamento da véspera. Com o anúncio, por volta das 14h45 (horário de Brasília), a Automob dispara 6,13% no Ibovespa, a R$ 11,43.
Os analistas apostam na capacidade da empresa de crescer organicamente, ampliar margens e consolidar um mercado ainda pulverizado. O relatório divulgado ao mercado projeta uma taxa composta de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) de receita de 11% até 2030, com ganhos operacionais decorrentes da expansão de lojas, aumento de vendas por unidade e maior rentabilidade nas operações de pós-venda, financiamento e seguros.
Apesar de ser a maior do país, com 194 lojas, a Automob representa apenas 0,4% das vendas de veículos novos e usados no Brasil. Nos Estados Unidos, a líder AutoNation detém cerca de 2% de participação. O Santander enxerga espaço para que a Automob avance nesse processo de consolidação, aproveitando a pulverização do setor.
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Hoje, mais de 98% dos grupos no país têm 15 lojas ou menos, e metade possui apenas uma. A aquisição de redes menores pode gerar ganhos de escala, reforçar poder de negociação e aumentar a rentabilidade média da operação.
O banco também chama atenção para o espaço de crescimento no consumo de veículos no Brasil. Mesmo sendo a sexta maior economia automotiva do mundo, o país ainda apresenta uma taxa de motorização baixa, com apenas 0,24 veículos por habitante projetados para 2030, bem abaixo dos patamares de países desenvolvidos, que variam entre 0,6 e 0,9.
Nas regiões Norte e Nordeste, o número é ainda menor: 0,36 por habitante, contra 0,67 nas demais regiões. Para o Santander, esse fator estrutural indica uma demanda sustentada por expansão nos próximos anos, favorecendo empresas com capilaridade nacional, como a Automob.
A companhia também se beneficia de fazer parte do Grupo Simpar (SIMH3), uma das principais holdings de logística do país, lembram os analistas. Esse vínculo proporciona vantagens como acesso facilitado ao mercado de capitais, ganhos de escala na negociação com montadoras e fornecedores, além de suporte financeiro.
Desde dezembro de 2024 na vitrine do Ibovespa, a Automob é a única concessionária listada na B3, o que amplia sua visibilidade e diferenciação no setor. A diversificação de seu portfólio, que inclui 36 marcas de veículos leves e pesados, ajuda a diluir a dependência de ciclos econômicos específicos.
No relatório, os analistas do Santander projetam que a margem Ebitda, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, pode dobrar nos próximos anos, passando de 4% para 8% até 2030. Esse avanço viria da incorporação de aquisições passadas, como as lojas de veículos pesados da Vamos (VAMO3), e da adoção de melhores práticas operacionais. Segundo o banco, essa trajetória deve contribuir para a desalavancagem e fortalecimento do balanço da empresa.
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Mesmo com as perspectivas de crescimento, as ações da Automob são negociadas com desconto frente aos pares internacionais. O múltiplo Ev/Ebitda projetado para este ano está em 3,9 vezes, contra uma média de 7 vezes no exterior, o que representa um desconto de 44%.
Os analistas avaliam que essa diferença ainda não precifica o potencial de valorização, especialmente diante do crescimento esperado no Ebitda nos próximos anos. O valuation foi calculado com base na metodologia de fluxo de caixa para o acionista (FCFE, na sigla em inglês), assumindo um custo de capital de 22,9% e uma taxa de crescimento perpétuo de 6,1%, ambos em termos nominais em reais.
Riscos e apostas
Entre os principais riscos identificados estão a desaceleração da atividade econômica no Brasil, que pode afetar as vendas de veículos, especialmente os financiados, e eventuais aumentos nos juros. O banco também menciona a possibilidade de interrupções nas cadeias de suprimento de materiais usados na fabricação de veículos, como aço, alumínio, polipropileno e metais raros.
Outro fator de risco é a quebra de safra agrícola, que pode reduzir a demanda por veículos pesados e máquinas. A desvalorização do real ante o dólar pode pressionar os preços de veículos importados e afetar as linhas premium da empresa.
A competição é vista como uma ameaça menos relevante no curto prazo, dada a posição de liderança da Automob e seu apoio institucional dentro do grupo Simpar. Contudo, mudanças na configuração da indústria automobilística no Brasil podem alterar essa dinâmica no futuro.
O banco ainda aponta a baixa liquidez das ações como um fator a ser monitorado. Desde sua listagem, AMOB3 tem negociado em média 6,2 milhões de reais por dia, com mediana de 3,1 milhões, volumes inferiores aos de empresas comparáveis. Essa limitação pode restringir o interesse de investidores institucionais e a capacidade da empresa de levantar capital via mercado.
A Automob chegou à Bolsa em um momento de escassez de ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês), por meio da cisão das atividades de concessionárias da Vamos, que passou a focar em locação de caminhões e equipamentos. Com isso, o Grupo Simpar agora possui quatro controladas listadas na B3: Automob, Vamos, JSL (JSLG3) e Movida (MOVI3), além da própria holding.
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REFLEXÃO: Tim Hanson, da Motley Fool: Compre ações impressionantes por preços que não refletem sua grandiosidade.
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