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BUENOS AIRES (MarketMsg) – Durante décadas, a Lumilagro prosperou graças à popularidade de suas garrafas térmicas de aço ou vidro, que os argentinos usam para transportar água quente para fazer mate, o chá de ervas onipresente na região.
Mas agora, diante de importações mais baratas, aumento dos custos de produção e queda nas vendas, a empresa familiar de mais de 80 anos foi forçada a reduzir suas atividades, disse seu gerente comercial, Carlos Bender, à Reuters. Ele afirmou que a empresa agora importa a maioria das garrafas térmicas que oferece, a preços até 30% inferiores ao custo de produção local.
A empresa, cujo site orgulhosamente declara “Fabricado na Argentina”, fechou seu forno de vidro há 18 meses, opera apenas uma de suas quatro linhas de montagem e cortou sua força de trabalho de 160 para 60 pessoas, disse Bender, em um escritório adjacente aos seus armazéns meio vazios, chamando o processo de “muito doloroso”.
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O caso Lumilagro é emblemático de um desafio maior que a Argentina enfrenta, sob uma reforma econômica radical do presidente Javier Milei — que o presidente dos EUA, Donald Trump, chamou de seu “presidente favorito”.
Os cortes drásticos de gastos de Milei conseguiram gerar um superávit fiscal, um feito nada pequeno para um país que há muito tempo sofre com déficits acentuados, e reduziram drasticamente a inflação.
Mas a indústria sofreu, pois a desregulamentação estimulou a crescente concorrência de importações mais baratas, que também se beneficiaram de um peso considerado supervalorizado. Além disso, houve redução do poder de compra do consumidor.
Somente em agosto, a produção industrial caiu 4,4% em relação ao ano anterior. O desemprego nos subúrbios de Buenos Aires, com grande concentração de fábricas, disparou para 9,8% no segundo trimestre, ante 9,1% no ano anterior, segundo a agência de estatísticas Indec.
Isso está minando o apoio à coalizão de Milei — que já sofreu uma derrota esmagadora nas eleições provinciais de Buenos Aires em setembro — antes das cruciais eleições de meio de mandato deste mês.
O partido libertário de Milei e seus aliados precisam aumentar sua presença no Congresso, dominado pela oposição, para promover a agenda de reformas de livre mercado e sustentar seus vetos aos projetos de lei de gastos do Congresso.
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Após assumir o cargo, Milei se apoiou em uma moeda local inflacionada, cortes nos gastos públicos e altas taxas de juros para reduzir a inflação anual, que girava em torno de 200%. Mas essas políticas, especialmente o peso supervalorizado, ajudaram a desencadear um aumento nas importações, dizem economistas.
O governo de Milei não quis comentar. Afirmou que suas políticas colocarão a Argentina em uma posição mais estável e permitirão que o país desenvolva uma economia baseada em energia, mineração, agricultura e inteligência artificial.
FABRICANTES PREJUDICADOS
Dinâmicas semelhantes forçaram a empresa de cerâmica Ilva a fechar sua fábrica no subúrbio de Pilar, em Buenos Aires, deixando 300 de seus ex-funcionários acampados em frente à fábrica exigindo alguma forma de indenização.
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“Não esperávamos isso, o que estão fazendo conosco hoje, nos deixando no frio, desamparados e sem nossos salários”, disse Juan González, um dos demitidos, colocando a culpa pelos problemas da empresa diretamente no governo de Milei.
“Desde que este governo assumiu, as vendas caíram”, disse ele. “A empresa decaiu gradualmente porque, como as vendas estavam baixas, produzíamos menos.”
Ilva não respondeu a um pedido de comentário.
O cenário econômico ainda tem alguns pontos positivos, a maioria deles em um crescente setor de mineração e energia, como a formação de xisto de Vaca Muerta.
Os índices de aprovação de Milei caíram para um novo mínimo de 39% em setembro, de acordo com pesquisa da Universidade de San Andrés. Especialistas em pesquisas citam o cansaço com as medidas de austeridade, os escândalos de corrupção envolvendo sua irmã e a percepção de que a personalidade combativa e extravagante de Milei começou a incomodar.
“As pessoas culpam Milei pelo fato de que a estabilidade macroeconômica que ele alcançou não ajuda no nível microeconômico”, disse Marina Acosta, diretora da consultoria Analogías.
Acosta disse que Milei ainda poderia se beneficiar, no entanto, da relutância contínua dos eleitores em apoiar o partido de oposição peronista que dominou a política argentina desde a década de 1940.
Em 26 de outubro, os argentinos elegerão 127 deputados (metade da Câmara) e 24 senadores (um terço do total).
SALVAÇÃO ECONÔMICA
Milei esteve ao lado de Trump em uma reunião na Casa Branca na terça-feira. O Tesouro dos EUA concordou em fornecer à Argentina uma linha de swap cambial de US$20 bilhões neste mês, oferecendo uma tábua de salvação econômica para sustentar o peso.
O apoio contínuo de Washington estava condicionado à permanência de Milei no poder e à manutenção da distância dos peronistas, disse Trump. “Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina”, acrescentou.
De qualquer forma, é improvável que a ajuda dos EUA melhore — pelo menos no curto prazo — a situação enfrentada pelos fabricantes locais.
O proprietário de uma fábrica de peças automotivas em Buenos Aires, falando sob condição de anonimato, disse que as vendas caíram desde que Milei assumiu e que, em resposta, manteve as importações, mas cortou a produção pela metade.
As peças que sua empresa importa da China custam até 75% menos do que as fabricadas localmente, acrescentou.
Luis Campos, analista de emprego do sindicato CTA Autónoma, reconheceu que as políticas de Milei produziram alguma estabilidade, mas que em termos de empregos, “este modelo econômico já deu tudo o que tinha a oferecer”.
“O problema com os setores vencedores do modelo econômico atual — agronegócio em larga escala, energia e mineração… é que eles não são atividades intensivas em mão de obra”, disse.
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REFLEXÃO: Morgan Housel: Se preocupe somente quando você achar que tiver tudo resolvido.
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