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SÃO PAULO – O Brasil é o quinto mercado no mundo para a comida saudável, segundo o The Good Food Institute, organização global pela inovação na indústria de alimentos
palavras-chave: ESG: Fazenda Futuro lança nova versão do seu hambúrguer de planta, de olho em 2030; invistaja.info;
Startups de todo o mundo já estão de olho no segmento, que tem crescimento médio anual estimado em 20% no país. Esses negócios que levam inovações ao mundo dos alimentos têm até nome próprio: foodtechs.
Uma delas é a brasileira Fazenda Futuro, que lançou há menos de dois anos um hambúrguer feito de plantas. O empreendimento de proteínas alternativas espera que a terceira versão do seu hambúrguer, anunciada hoje (27), seja a chave para conquistar consumidores tanto em terras brasileiras quanto internacionais.
A nova versão se chama Futuro Burger 2030 e foi inspirada na agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os objetivos a serem alcançados até 2030, estão fome zero, agricultura sustentável e ação contra a mudança global do clima. “Não dava para esperar chegarmos perto de 2030. Por isso, lançamos já em 2021”, resume Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro, ao .
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Leta também falou sobre os planos de crescimento internacional da foodtech e sobre como o mercado de proteínas alternativas se relaciona ao movimento ESG (sigla que significa, em português, Ambiental, Social e Governança).
Hambúrguer de planta, de olho em 2030
A Fazenda Futuro foi criada em abril de 2019. Marcos Leta já havia criado outro negócio no setor de alimentação: a marca de sucos Do Bem, vendida para a Ambev () em 2016. A Fazenda Futuro desenvolve e produz alimentos que imitam gosto, textura e suculência da carne animal apenas usando ingredientes vegetais (plant based).
Além do hambúrguer de plantas, têm emulações de almôndegas, carne moída, frango em pedaços e linguiça de pernil. A foodtech está presente em 10 mil pontos de venda brasileiros e de países como Austrália, Chile, Colômbia, Emirados Árabes, Holanda, Inglaterra, México, Portugal, Suécia e Uruguai.
Segundo Leta, a startup de proteína alternativa está sempre atualizando seus produtos com base em contatos com os consumidores, por exemplo, por e-mail e pelas redes sociais. O Futuro Burger 2030 teve melhorias em sabor e saúde. De acordo com o fundador, o hambúrguer se aproxima mais da cor, do sabor e da textura da carne por meio de mudanças em ingredientes, maquinários e processos industriais.
Alguns ingredientes usados são beterraba, ervilha, gordura de coco, óleo de canola e soja. Todos eles são naturais, não transgênicos e sem colesterol, glúten ou gordura trans. O teor de gordura foi reduzido e uma porção de 80g do hambúrguer contém 178 mg de sódio, enquanto a mesma quantidade em hambúrgueres industrializados tradicionais teria entre 300 mg e 500 mg de sódio, diz Leta.
A preocupação com sustentabilidade também foi reforçada na nova versão do hambúrguer de planta. A embalagem desta vez é feita com compostos orgânicos adicionados na cadeia de plástico. Esses compostos atraem bactérias e fungos dos aterros sanitários, tornando as embalagens biodegradáveis entre dois e cinco anos. O pacote foi feito com a tecnologia americana Eco-One. A embalagem substituirá as antigas, que contavam com certificado de compensação por logística reversa, em longo prazo.
O Futuro Burger 2030 deve chegar nesta sexta-feira (29) aos supermercados do Grupo Pão de Açúcar (). Em 1º de fevereiro, será a vez de redes como St. Marche e Zaffari. O segmento de food service (restaurantes) deve receber a nova versão do produto no dia 8 de fevereiro. O preço sugerido é de R$ 18,90 por embalagem, que vem com dois hambúrgueres.
Enquanto 2020 serviu para começar a expansão da Fazenda Futuro no exterior, 2021 será um ano para de fato conquistar vendas internacionais. O Futuro Burger 2030 deve chegar aos mercados europeus em março, mesmo mês que a Fazenda Futuro começará a operar também nos Estados Unidos. Segundo Leta, o Brasil representou 90% das vendas no último ano. A expectativa é que a participação nacional caia para 60% em 2021.
“O Brasil já é referência no mercado alimentício não apenas na produção de carne, mas também na de vegetais. Nosso trabalho agora é agregar cada vez mais valor às nossas tecnologias. Já somos uma potência na fabricação plant based e nos tornaremos um centro de produção no segmento para o mundo inteiro”, diz Leta.
Um mercado em ascensão (mas já concorrido)
O Brasil é um dos cinco maiores produtores de carne do mundo, ao lado de China, Estados Unidos, União Europeia e Rússia. Ao mesmo tempo, essa criação e produção animal faz uso de um décimo do consumo total de água por humanos no mundo e emite gás carbônico a uma taxa maior do que a vista combinando todas as emissões de meios de transporte, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU).
. Para Leta, foodtechs de proteínas alternativas já nascem com a proposta de equilibrar sustentabilidade ambiental e financeira. Assim, atraem investidores com a mesma mentalidade.
“Desde a concepção, temos preocupação em conseguir ingredientes naturais e rastreáveis e em certificar fornecedores de todos os portes. Estamos aprofundando esses aspectos sustentáveis, uma exigência inclusive para entrar em varejistas internacionais. Todos os nossos investidores também já estavam olhando para o ESG”, diz Leta. A Fazenda Futuro já captou US$ 29,8 milhões em rodadas com participações de investidores como BTG Pactual e Monashees.
Além da Fazenda Futuro, empreendimentos consolidados e bem financiados pelo mundo trabalham com a mesma ideia de imitar alimentos de origem animal a partir de plantas. É o caso da americana Beyond Meat, criada em 2009 e avaliada atualmente em US$ 11,7 bilhões na bolsa de valores americana Nasdaq. A Beyond Meat já chegou ao Brasil, mas com um tíquete médio superior ao praticado pela Fazenda Futuro, a embalagem com dois hambúrgueres tem preço sugerido de R$ 65,90. Outra concorrente americana é a Impossible Foods, fundada em 2011 e com US$ 1,1 bilhão em investimentos recebidos.
Na América Latina, uma concorrente é a The Not Company. A foodtech chilena de proteínas alternativas já recebeu US$ 115 milhões de nomes como Jeff Bezos, fundador da gigante de comércio eletrônico Amazon, e de fundos como Endeavor Catalyst, IndieBio, L Catterton, KaszeK Ventures e Maya Capital. A NotCo já vende imitações vegetais de leite, queijo, sorvete e hambúrguer no mercado brasileiro.
As foodtechs de proteínas alternativas atraem cada vez mais empreendedores, investidores e consumidores. O The Good Food Institute realizou uma pesquisa sobre o mercado brasileiro em maio de 2020. 49% dos brasileiros reduziu seu consumo de carne nos 12 meses anteriores, ante 29% no estudo anterior do GFI (2018).
Boa parte da substituição feita por esses consumidores, chamados de flexitarianos, é feita com vegetais comuns (47%), mas as carnes vegetais têm participação relevante (12%). A depender dos esforços da Fazenda Futuro, essa fatia de proteínas alternativas só tende a aumentar.
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