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Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira – 2/2

Bolsas mundiais têm novo dia de ganhos; investidores reagem às vitórias de Lira e Pacheco na Câmara e Senado, dados da indústria e balanço do Itaú

Atualização: 09:20 AM.

Brasil | invistaja – O noticiário político chama a atenção dos investidores brasileiros nesta terça-feira (2), com a repercussão da vitória de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, ambos contando com o apoio do governo de Jair Bolsonaro

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Conforme apontou o Estadão na véspera, Paulo Guedes, ministro da Economia, aposta suas fichas na troca dos comandos da Câmara e do Senado para destravar sua agenda liberal (reformas tributária, administrativa e fiscal, além de privatizações, entre outros pontos) no Congresso.

Por aqui, os investidores repercutem o resultado do Itaú do quarto trimestre, o primeiro dos grandes bancos a divulgar seus números, enquanto aguardam pelos dados de produção industrial.

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No exterior, o dia é novamente de ganhos para os principais índices, seguindo o movimento de recuperação após a forte queda da semana passada. Em destaque entre os indicadores, está o PIB da zona do euro, que contraiu menos do que o esperado no quarto trimestre de 2020 em meio aos lockdowns provocados pela pandemia. Confira os destaques.

1.Bolsas mundiais

As bolsas mundiais têm em sua maioria altas nesta terça (2), com menor apreensão quanto aos efeitos de ações coordenadas de pequenos investidores que vinham comprando papéis usados em operações de “short selling”.

Globalmente, investidores continuam atentos para sinais de recuperação da economia, conforme vacinas continuam a ser distribuídas e mortes e infecções têm quedas com a implementação de “lockdowns” em diversos países.

Há esperança de que a União Europeia receba mais suprimentos de vacinas, após semanas de atrasos e desavenças com fabricantes. Os maiores ganhos na Europa são do setor automotivo, que tem altas de 2,5%. A gigante de petróleo BP reportou perdas líquidas pela primeira vez para um ano inteiro em uma década, devido aos efeitos da pandemia. As ações da BP tiveram quedas de 3% na abertura dos mercados.

No radar econômico, o PIB da Zona do Euro caiu 6,8% em 2020, após queda de 0,7% no quarto trimestre, como resultado do impacto da segunda onda da pandemia Covid-19. Economistas consultados pela Reuters esperavam contração trimestral de 1,0% após forte recuperação entre julho e setembro, quando a zona do euro aliviou as restrições sobre viagens e lazer após a primeira onda de casos de Covid-19.

Os índices futuros americanos  registram ganhos. O enfoque continua a ser nas ações de empresas de vendas no varejo, às quais investidores passaram a recorrer em massa, após investidores individuais organizados por meio da internet passarem a comprar ações que eram usadas em operações de “short selling” por fundos de hedge.

As ações da GameStop, que foram o primeiro alvo da ação coordenada, tiveram alta de 400% na semana passada. Na segunda, caíram 30% e continuaram a ter quedas após o fechamento. O preço da prata também teve alta, após ser foco de discussões nas redes sociais na semana passada.

Ainda no radar, está o pacote de estímulos do governo americano no valor de US$ 1,9 trilhão. Ontem, o presidente americano Joe Biden e senadores republicanos se reuniram para discutir o tema, em encontro que foi considerado produtivo por ambos os lados. Voltando ao radar corporativo, os números da Amazon e da Alphabet serão divulgados após o fechamento do mercado.

As bolsas asiáticas também tiveram altas na terça, acompanhando o salto nas ações americanas. Além disso, na China, uma  injeção de liquidez pelo banco central aliviou as preocupações com condições apertadas, enquanto a queda nos casos de infecções por coronavírus também ajudou o sentimento.

As taxas monetárias de curto prazo da China caíram para mínimas de duas semanas, conforme começaram a diminuir os sinais de tensão de liquidez nos mercados monetários interbancários. O Banco do Povo da China injetou 78 bilhões de iuanes (US$ 12,08 bilhões) nos mercados monetários mais cedo no dia. A persistência das condições apertadas de liquidez alimentou recentemente especulações de que o banco central pode apertar a política monetária e levou a uma forte correção na semana passada.

Somando-se ao otimismo do mercado, a China informou o menor número de novos casos de Covid-19 em um mês.

Sobre o coronavírus, o governo japonês deve anunciar a extensão, até 7 de março, do estado de emergência cobrindo Tóquio e outras regiões que têm tido dificuldades em conter surtos do vírus.

Veja o desempenho dos principais índices às 7h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos*S&P 500 Futuro (EUA), +0,83%*Nasdaq Futuro (EUA), +0,9%*Dow Jones Futuro (EUA), +0,75%

Europa*Dax (Alemanha), +1,33%*FTSE 100 (Reino Unido), +0,82%*CAC 40 (França), +1,78%*FTSE MIB (Itália), +1,28%

Ásia*Nikkei (Japão), +0,97% (fechado)*Hang Seng Index (Hong Kong), +1,23% (fechado)*Kospi (Coreia do Sul), +1,32% (fechado)*Shanghai SE (China), +0,81% (fechado)

Commodities e bitcoin*Petróleo WTI, +2%, a US$ 54,62 o barril*Petróleo Brent, +1,92%, a US$ 57,43 o barril*Bitcoin, +2,74%, a US$ 35.334,79Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com queda de 5,61%, cotados a 933,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 144,74 (nas últimas 24 horas).USD/CNY = 6,45

2. Agenda

Às 9h são divulgados dados sobre produção industrial em dezembro no Brasil.

Nesta terça são divulgados dados sobre total de vendas de veículos nos Estados Unidos em janeiro. Às 16h, a presidente do Fed de Cleveland fala sobre o mercado de trabalho.

Às 22h45 é divulgado o índice de gerente de compras PMI Caixin composto e referente ao setor de serviços em janeiro, na China.

3.Eleições no Congresso

Nas eleições para as presidências das Casas do Congresso que ocorreram na segunda (1º), venceram Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como presidente do Senado. Ambos os candidatos eleitos no primeiro turno eram de preferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e ficam em seus novos cargos por dois anos, até 2023.

Lira recebeu 302 votos, e o segundo colocado, Baleia Rossi (MDB-SP), recebeu 145. Ele era apoiado pela oposição e pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A eleição é importante para o Executivo porque o presidente da Câmara tem poder de decidir as pautas de votação do plenário e decidir se abre ou não um processo de impeachment contra o presidente. Pacheco era apoiado também pelo então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Logo após ter sido eleito, Lira anulou a votação para os demais cargos da Mesa Diretora, composta por dois vice-presidentes, quatro secretários titulares e quatro suplentes, e determinou a realização de uma nova votação nesta terça.

Lira cancelou também a composição do bloco que apoiou seu adversário, Baleia Rossi, alegando que este foi registrado fora do prazo, com o PT definindo sua participação após o horário limite.

Assim, os partidos que apoiaram a candidatura de Rossi passam a ser contados individualmente na divisão dos cargos na Mesa Diretora, o que deve resultar na perda de cargos que, de outra forma, ficariam com eles devido ao seu tamanho. Aliados de Baleia Rossi afirmam considerar o ato ilegal e pretendem recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

Em seu discurso após a posse, Pacheco ressaltou a necessidade de auxiliar a população mais necessitada, sem estourar o teto de gastos.

“Há uma camada social de pobreza, de pessoas vulneráveis, necessitadas, decorrentes da pandemia ou não, mas que precisam ser assistidas pelo Estado brasileiro. De modo que me comprometo desde agora a um trato com o Poder Executivo, com a equipe econômica, para encontrarmos caminhos possíveis de responsabilidade fiscal, de observância de teto de gastos, mas sem deixar de assistir as pessoas que mais precisam”, afirmou.

O Estadão destaca ainda que, no dia seguinte das eleições do Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve fazer hoje um gesto político aos novos presidentes da Câmara e do Senado para sinalizar o que é prioritário para o governo na agenda econômica em 2021. Guedes pretende abrir o diálogo com as lideranças e prepara uma lista das propostas em tramitação do Congresso que, na avaliação da equipe econômica, são fundamentais para a retomada econômica em 2020.

O ministro está pronto para anunciar as prioridades, mas aguarda o timing da política para não cometer erros ocorridos no passado na articulação da pauta econômica com o Congresso. A confiança dele e da sua equipe é de que o governo, com a eleição, vai encontrar a sua base parlamentar para avançar nas votações. Para isso, na visão dele, será preciso muita conversa e coordenação dos movimentos, sobretudo, da demanda em relação à renovação do auxílio emergencial. O ministro já disse que para conceder o auxílio será preciso “ir para guerra” e acionar um protocolo de calamidade.

4.Programas sociais e incentivos no radar

Na segunda-feira, o novo presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou em entrevista à rede CNN que procurará o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já nesta terça para destravar a criação de um novo programa social, respeitando o teto de gastos. Ele defende o avanço de propostas emergenciais e a instalação da CMO (Comissão Mista de Orçamento).

“Temos que tomar atitudes emergenciais. Esse será nosso foco nos primeiros dias de mandato. Desde o ano passado, defendemos a criação de um novo programa social que seja inclusivo e com um valor correto (…) Tem muita gente que está fora de cadastro único, sem auxilio emergencial, sem orçamento para fazê-lo, e a gente tem que discutir com muita clareza e rapidez para que o Brasil comece a destravar e sinalizar para o futuro”.

Além disso, passadas a as eleições, o governo se prepara para lançar uma série de iniciativas voltadas a impulsionar a economia, segundo informações de bastidores reportadas pelo jornal Valor. Entre as medidas estão antecipação do 13º salário para aposentados, do abono salarial e medidas de facilitação de crédito.

Fracassou na segunda-feira a tentativa de certos setores de caminhoneiros organizados de repetir a paralisação de 2018 e pressionar o governo por pautas da categoria. Ao contrário do que ocorreu no passado, não houve apoio de transportadoras, a mobilização ficou restrita a bloqueios isolados de estradas federais e uma manifestação curta na rodovia Castello Branco, em São Paulo. A Polícia Federal interviu em três manifestações: em Goiás, na Bahia e no Rio Grande do Norte.

Entre as reivindicações está o piso mínimo do frete, conquistado oficialmente na paralisação de 2018, mas que ainda não teve efetividade e ainda não há prazo para tanto. Segundo o jornal Valor, há sobreoferta de serviços autônomos, que pressionam os ganhos da categoria, algo que se agrava quando há alta do preço do combustível. O governo discute a redução a zero do PIS-Cofins sobre o diesel, o que envolveria perdas de R$ 26 bilhões ao ano. A medida tem sinal verde do presidente Bolsonaro.

5. Radar corporativo

Primeiro grande banco a publicar os resultados do quarto trimestre do ano passado, o Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,388 bilhões no período, queda de 26,1% em relação ao último trimestre do ano anterior. Em um ano marcado pela pandemia, seu resultado consolidado foi a R$ 18,5 bilhões, recuo de 34,6% em relação a 2019, impactado pelo reforço nas despesas reservadas para cobrir calotes. O maior banco da América Latina apresentou, contudo, aumento de 7% do lucro no quarto trimestre em comparação aos três meses anteriores, já como reflexo da reabertura gradual da economia, que permitiu uma redução dos gastos com provisões e expansão da carteira de crédito para pessoa física.

Ainda em destaque, a Eneva informou que foi convidada pela Petrobras para participar da fase de negociação para uma potencial aquisição do Polo Urucu, localizado na Bacia de Solimões, no Estado de Amazonas, para exploração e produção de hidrocarbonetos. Na véspera, os ativos saltaram 13,51% depois da informação de que a empresa venceu a disputa com a 3R, pelo campo de Urucu.

Já o Governo de Minas Gerais informou ontem que não procede a informação de que as instituições que representam o poder público tenham finalizado as negociações com a Vale para reparação dos danos socioeconômicos gerados pelo rompimento de barragem, em Brumadinho em janeiro de 2019. Segundo reportagem do jornal “O Tempo”, Vale e o governo fecharam o acordo em R$ 37 bilhões, citando fonte relacionada ao governo e ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

A rede de atacarejo Assaí, do grupo GPA, pretende abrir capital em abril e investir quase R$ 7 bilhões em 123 novas lojas em cinco anos, segundo informações publicadas pelo Valor. A empresa tem realizado conversas com investidores para tratar seu plano de cisão do GPA e a pré-listagem na B3.

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