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Ações do setor de saúde são um “remédio” para o investidor na Bolsa? Confira a visão dos analistas

Para analistas, empresas que se tornaram queridinhas dos investidores ao longo da pandemia têm potencial para seguir gerando valor

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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PNVL3 | P/Cap.Giro: 3.72 | Mrg.Ebit: 0.0258 | Liq.2meses: 16718300.0 | ROE: 0.0769 | PSR: 0.799 | DY: 0.011

MARINGÁ | invistaja.info — As ações de empresas do setor de saúde tiveram destaque positivo em um período turbulento para a economia e as negociações da bolsa. Em plena pandemia, algumas dessas companhias conseguiram fazer captações bilionárias, gerar valor aos investidores e ganhar relevância nos mercados. Muitas, inclusive, abriram capital para expandir negócios por meio de aquisições.

Para os analistas, o movimento não é apenas uma onda passageira e ainda que essas ações também tenham sido impactadas pelo movimento de baixa nas últimas semanas, ainda há espaço para que elas continuem subindo.

“O interesse pelo setor de saúde vem de antes da pandemia. É uma tendência global, com o envelhecimento da população e demanda por medicamentos e serviços médicos”, lembra Roberto Nemr, analista da Ohmresearch.

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Rede D’Or: a primeira gigante da saúde na bolsa

Até o final do ano passado, porém, ainda não havia um gigante do setor na Bolsa brasileira. Isso mudou com o IPO da Rede D’Or São Luiz (RDOR3), que captou mais de R$ 11 bilhões com a oferta e estreou como uma das dez maiores empresas da B3.

Atualmente, o valor da Rede D’Or ultrapassa os R$ 130 bilhões. Para efeito de comparação, o orçamento do governo federal previsto para a saúde agora em 2021 é de R$ 125,8 bilhões.

Entre seus objetivos, a rede de hospitais buscou capital na bolsa para financiar sua expansão, sobretudo com aquisições, o que é uma tendência em todo o setor, incluindo laboratórios e planos de saúde.

A ação da Rede D’Or que saiu a R$ 57,92 no IPO, chegou a ser negociada acima de R$ 76 no mês passado, mas sofreu perdas depois que a empresa desistiu da aquisição da Alliar (AALR3) e também com o azedume dos mercados nas últimas semanas.

Mesmo assim, a rede de hospitais continua sendo bem vista por analistas e gestores.

“A situação do caixa da empesa é confortável e isso é muito promissor para continuar adquirindo hospitais e expandindo os que já tem de forma orgânica”, afirma Igor Tello, analista da Rio Gestão.

Consolidação do setor de saúde é positiva às ações

Para Gustavo Miele, analista de Saúde do Itaú BBA, a Rede D’Or tem “excelente histórico” de execução de aquisições e deve seguir crescendo no segmento hospitalar ao longo dos próximos anos.

“O risco de fusões e aquisições é muito baixo para a companhia, dada sua alta capacidade de integração e confortável alavancagem para investimentos futuros”, destacou.

Na seara das operadoras de planos de saúde, a tendência é de consolidação e de verticalização. Prova disso é a disputa emblemática entre SulAmerica (SULA11) e Hapvida (HAPV3) pela aquisição da HB Saúde, de Ribeirão Preto.

Para os analistas, a operadora que ganhar a disputa pela HB Saúde também deve se beneficiar com ganhos de escala. Os sócios da HB Saúde definem nesta quinta-feira (23) qual proposta irão aceitar.

“Com o ganho de escala, a empresa consegue diluir custos operacionais e tende a ter um lucro maior. Logo, isso gera valor ao acionista”, explica Tello, da Rio Gestão.

Miele, do Itaú BBA, diz que tanto Hapvida quanto NotreDame Intermédica (GNDI3) tiveram um segundo trimestre desafiador por conta dos altos níveis de sinistralidade, mas a tendência é de recuperação para ambas. As duas empresas, em processo de fusão, estão entre as preferidas do analista.

Além disso, ele acredita que a retomada do crescimento orgânico de beneficiários poderá se traduzir em um segundo semestre mais forte. O analista vê a possibilidade de novas aquisições relevantes ainda este ano, o que pode ser outro catalisador para as ações.

Novatas na bolsa

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Depois do IPO da Rede D’Or, em dezembro do ano passado, outras quatro empresas do segmento de saúde seguiram o exemplo e também abriram capital: Oncoclínicas (ONCO3), Blau Farmacêutica (BLAU3), Mater Dei (MATD3) e Viveo (VVEO3).

A Oncoclínicas, que também passou a ser acompanhada pelo Itaú BBA, fez uma captação líquida de R$ 2,5 bilhões na Bolsa e assim como a Rede D’Or foi à Bolsa por recursos para aquisições.

“Atualmente estamos avaliando mais de 30 potenciais aquisições que, em conjunto, representariam mais de R$ 2 bilhões de receita potencial”, dizia o prospecto definitivo do IPO, realizado em 10 de agosto.

“Estimamos que a Oncoclínicas tenha participação de 7% a 8% [no segmento privado de oncologia], o que pode ser traduzido como uma posição de liderança”, diz o relatório que também é assinado por Gustavo Miele, junto com Emerson Vieira e Lucca Marquezini.

Os analistas, porém, observam o crescimento de competitividade, com outros grupos de “healthcare” tentando entrar nesse segmento.

Das novatas da Bolsa, os analistas da Ohmresearch e Rio Gestão destacam a Viveo, distribuidora de medicamentos e materiais médicos e que é controladora da Cremer e da Mafra Hospitalar. Para eles, a empresa tem poucos competidores e também tende a surfar na onda da consolidação.

“São negócios crescentes e com oportunidades de consolidação. A Viveo tem potencial para ser uma Rede D’Or do segmento de material hospitalar”, afirma Roberto Nemr.

“É um case que a gente gosta muito por ter essa tese de consolidação na parte de revenda e insumos para abastecer a infraestrutura de hospitais”, diz Igor Tello.

Saúde pós-pandemia

Relatório do Morgan Stanley destaca que, com a queda no número de hospitalizações por conta da Covid-19, os procedimentos eletivos estão voltando aos níveis de antes da pandemia e essa recuperação deve continuar até o final do ano.

Isso deve avaliar as margens das empresas que foram pressionadas por operações de fusões e aquisições.

Na visão dos analistas Javier Martinez e Daniela Santoro, a fusão entre Hapvida e Intermédica deve ser concluída no primeiro semestre do ano que vem, abrindo portas para uma nova rodada de aquisições menores.

O relatório também destaca a digitalização das empresas durante a pandemia e a verticalização dos hospitais entrando no segmento de laboratórios.

Para Pardini (PARD3) e Fleury (FLRY3), os analistas veem expectativa de crescimento, mesmo com a diminuição de demanda por exames relacionados à Covid-19, sustentada por ganhos de participação de mercado nos segmentos de laboratórios de referência (L2L) e unidades de atendimento a pacientes (PSC).

“Fleury está se expandindo em novas especialidades e as duas companhias continuam consolidando o setor, com novas aquisições em potencial no horizonte”, aponta o relatório.

No segmento farmacêutico, a expectativa também é de sinergias pós-operações de fusão e aquisição.

“Depois de uma importante rodada de aquisições, Hypera Pharma (HYPE3) está focada em integrar ativos e obter sinergiais. Raia Drogasil (RADL3) continua investindo em digitalização, a próxima avenida de crescimento da empresa enquanto a abertura de novas lojas arrefece”, dizem os analistas do Morgan Stanley.

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REFLEXÃO: Bill Mann, da Motley Fool Asset Management: Busque investir em conjunto com grandes gestores, depois, é só ser paciente.

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