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Petróleo e minério: quais variáveis ficar de olho em meio à alta dos preços das commodities neste começo de ano?

Petróleo atingiu US$ 90 esta quarta-feira, com fatores geopolíticos no radar; investidores em minério seguirão de olho na China

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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RAIZ4 | P/ACL: -1.93 | PSR: 0.411 | ROE: 0.1522 | Mrg.Liq.: 0.0185 | P/EBIT: 14.26 | EV/EBITDA: 12.62

O começo de 2022 tem sido positivo para as ações das commodities, com o movimento de rotação nas últimas semanas com a saída dos investidores de setores de crescimento, como de tecnologia, e de volta aos setores de valor.

As preocupações com a oferta vêm impulsionando os preços do minério de ferro, que se recuperaram este mês com os esforços da China de flexibilização monetária para sustentar sua economia em desaceleração. O minério à vista com pureza de 62% negociado em Qingado voltou a ser negociado na casa dos US$ 138 a tonelada, após iniciar o ano a US$ 119.

Já o petróleo vem constantemente renovando máximas, com o tipo brent, referência para a Petrobras (PETR3;PETR4) superando os US$ 90 o barril nesta quarta-feira (26) pela primeira vez desde 2014.  A tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia sendo o grande catalisador recente para a commodity, mas há outros catalisadores no radar.

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Alguns fatores estão sendo monitorados de perto para entender quais são os eventos que devem mexer com o mercado no curto prazo para essas duas commodities. Confira abaixo os principais:

Petróleo: revisões para cima 

Em relatório do final da semana passada, o Bradesco BBI apontou que há quatro variáveis-chave de oferta que devem ser observadas ao longo do ano e que poderiam levar a mudanças significativas nos preços do petróleo.

A primeira delas é o debate sobre a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que vem lutando para elevar a produção mensalmente em 400 mil barris por dia. Os integrantes da organização, em média, aponta a equipe de análise do banco, só conseguiram elevar a produção em cerca de 200 mil barris. Os principais “culpados” são Angola e Nigéria, que vêm tendo declínios acentuados de produção, enquanto a Rússia está um pouco abaixo das cotas.

“Se a Opep+ não conseguir aumentar o ritmo de sua produção de 200 mil barris por dia ao mês para 400 mil barris por dia ao mês, o impacto em nossas estimativas de preço médio do petróleo para 2022 seria de alta de US$ 2 por barril”, avaliam os analistas. Para eles será fundamental observar como as cotas são reorganizadas nas próximas reuniões e comoos sauditas e os Emirados Árabes Unidos vão agir para preenchimento das cotas de mercado e compensação da perda de produção da Nigéria e de Angola no passado.

Outro ponto seria o levantamento das sanções iranianas. Ainda sem muito alarde esse ano, um possível acordo entre EUA e Irã poderia trazer rapidamente cerca de 1 a 2 milhões de barris por dia de volta ao mercado.

“Acreditamos que o silêncio de ambos os lados sobre o assunto levou o mercado a ver menores chances de um acordo. No entanto, a preocupação da presidência americana com os altos preços do petróleo pode levar os EUA à mesa de negociações. Se nenhum acordo for alcançado, o impacto em nossas estimativas de preço médio do petróleo para 2022 seria de alta de US$ 4 o barril”, avaliam.

Em terceiro lugar, estão os eventos geopolíticos desencadeados como na Líbia e Cazaquistão, que abalaram o mercado no começo do ano e por enquanto não estão mais impacto a commodity, mas sempre devem ser monitorados. “No final do ano passado, os dois países foram atingidos por protestos políticos que levaram 400 mil barris por dia em produção da Líbia e cerca de 100 mil barris por dia do Cazaquistão. Os níveis de produção, no entanto, já se recuperaram”, destacam.

O quarto ponto é o que mais tem afetado os preços da commodity nas últimas semanas: a tensão entre Ucrânia e Rússia.

“A Rússia tem aumentado a atividade militar na região. Dadas as tensões no passado recente, a escalada de eventos pode danificar a infraestrutura para a distribuição do petróleo, especialmente no Sul. O oleoduto Druzhba no sul da Ucrânia transporta cerca de 250 mil barris por dia. Se tivéssemos interrupções deste oleoduto ao longo de todo o ano, o impacto em nossas estimativas de preço médio do petróleo para 2022 seria de US$ 1”, destacam. Eles reforçam que, se as interrupções forem superiores a 250 mil, expandindo para outros oleodutos na Ucrânia, o impacto poderia ser ainda maior.

Para o BBI, a demanda pela commodity já havia encerrado 2021 em um nível que justificaria os preços do petróleo em média a US$ 75 o barril, acima da sua estimativa atual de US$ 68.

“Os preços atuais parecem estar levando em consideração outros desenvolvimentos fundamentais importantes, como o atraso do aumento da produção da Opep+, juntamente com nenhum acordo iraniano e alguns eventos geopolíticos. Se a Opep+ conseguir reverter sua situação de abastecimento e um acordo for assinado com o Irã, acreditamos que os preços do petróleo podem recuar para por volta de US$ 75”, avaliaram os analistas.

Enquanto isso, outras casas de análise têm revisado constantemente suas projeções para cima. Recentemente, a equipe de análise do Credit Suisse revisou as previsões de preços para 2022 do brent para US$ 75 (ante US$ 69) e do WTI para US$ 72. Os analistas apontam ainda que, com o aumento das tensões geopolíticas, o risco nos preços é para cima.

A equipe de análise destaca que o estoque de petróleo dos EUA está cerca de 14,3% abaixo do nível ano passado e 8,3% abaixo da média de 5 anos. Assim, estima que o mercado global de petróleo foi subabastecido em cerca de 1 milhão de barris por dia no quarto trimestre de 2021 e permanecerá subabastecido em cerca de 0,5 milhão de barris no primeiro semestre de 2022, sustentando assim preços mais altos no curto prazo.

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“Embora a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) acredite que os mercados serão superabastecidos em 2022, nossos analistas projetam o mercado como modestamente subabastecido (cerca de 400 mil barris por dia de suboferta em 2022)”, apontam os analistas do Credit.

Análises das últimas semanas têm destacado que o barril de petróleo a US$ 100 tem sido apenas uma questão de tempo para virar realidade. Na semana passada, o Goldman Sachs havia projetado que o barril deveria atingir US$ 100 no terceiro trimestre devido ao consumo acima do esperado. Esse patamar de preço intensificaria a já considerável pressão inflacionária na economia global e os problemas enfrentados por bancos centrais e governos. No final da semana passada, o Morgan Stanley juntou-se ao Goldman Sachs na previsão de petróleo a um valor de três dígitos no final deste ano.

Já o Citigroup alertou que manter uma visão altista pode ser perigosa após este trimestre, prevendo que o mercado global de petróleo entrará em um superávit estrutural nos próximos sete trimestres, com a projeção de que a demanda caia ou permaneça estável no segundo trimestre. As interrupções inesperadas também diminuíram, avaliaram os analistas.

Minério: próximas oito semanas da China sendo monitoradas

De uma forma mais discreta, o minério de ferro também registra ganhos no ano, passando de US$ 119 nos primeiros dias de janeiro para US$ 138 ao final deste mês, um avanço de mais de 15%.

Porém, apesar da alta recente, em relatório, o UBS apontou estar cauteloso com os preços do minério de ferro. Isso porque projeta que a demanda se enfraqueça e que a oferta suba ao longo do ano.

Para os analistas do banco, três eventos devem ser monitorados pelos investidores nas próximas oito semanas.

O primeiro ponto é o Ano Novo Chinês, que ocorre entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro. Como os trabalhadores imigrantes podem voltar às suas casas durante essas datas, a atividade de construção tende a se moderar, especialmente durante as festas.

Por outro lado, a expectativa dos analistas é de que esse movimento impulsione um aumento sazonal no estoque de aço, produzido a partir do minério de ferro, não um colapso no produção dele.

“Esperamos que as campanhas Blue Sky (de redução de poluentes na capital da China) restrinjam a produção de aço no primeiro trimestre. No entanto, se os spreads forem saudáveis, a produção de aço deve aumentar em outros lugares naChina, então o impacto no minério de ferro provavelmente será limitado”.

Os próximos dois eventos são a Olimpíada de Inverno, entre 4 e 20 de fevereiro, Paralimpíadas (entre 4 e 13 de março) e também os eventos de “Duas Sessões”, como é conhecida a reunião Congresso Nacional do Povo e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, entre 4 e 11 de março.

As operações das siderúrgicas devem permanecer reduzidas ao longo de fevereiro para melhorar a qualidade do ar durante os Jogos de Pequim. Além disso, para os analistas, o Congresso Nacional do Povo deve ser acompanhado pois é lá que o governo destacará suas prioridades e planos para 2022.

A produção de aço bruto subiu 20% no comparativo entre dezembro e novembro de 2021. Dados da Associação de Ferro e Aço da China (CISA) apontam, contudo, ser provável que no mês de janeiro a produção seja moderada, porque os estoques estão cheios, avalia o UBS.

Na semana passada, o Bank of America destacou projetar queda para o minério nos próximos dois anos, vendo os mercado de minério de ferro começando 2022 com superávit, depois de “vários anos de aperto”. Assim, reforçaram recomendação equivalente à neutra para os ativos da Vale (VALE3).

“Vemos o minério de ferro caindo para US$ 91 a tonelada em 2022 e ficando entre US$ 75 e US$ 80 a tonelada em 2023 e 2024, enquanto hoje está em US$ 127. É improvável que a ação tenha um desempenho superior neste contexto”, apontaram.

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REFLEXÃO: Ben Carlson, autor de A Wealth of Common Sense – A riqueza do senso comum, em tradução livre: Menos é mais. O processo de investimento deve ser mais importante que os resultados. Comportamento correto na hora de investir é a chave.

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