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A ideia de justiça social existe desde a Grécia Antiga, mas foi no final do século XVIII que o termo começou a ganhar relevância. Pensadores católicos associavam a ideia com o amor fraternal: uma busca de unidade na sociedade, reflexo do amor ao próximo. Com a Revolução Industrial, o termo se ampliou e passou a ser utilizado por instituições e legislações ao redor do mundo.
Foi nesse período que o filósofo americano John Rawls estabeleceu três pilares fundamentais na busca por maior igualdade social: 1) a garantia de liberdade para todos; 2) a equidade de oportunidades; 3) só pode existir qualquer tipo de ação desigual se for para auxiliar aqueles que já são desfavorecidos. A questão continua tão atual que levou o canadense David Carson a vencer o prêmio Nobel de Economia em 2021, com pesquisas sobre a influência da desigualdade na economia.
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No Brasil, o tema rende discussões acaloradas. O país ocupa o segundo lugar no ranking de concentração de renda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Em 2020, apenas 1% da população detinha 49,6% da riqueza nacional. Esse é o pior nível de concentração de renda no Brasil desde 2000.
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É nesse contexto que iniciativas como a Rede de Filantropia para a Justiça Social, se tornam ainda mais relevantes. A organização apoia e promove iniciativas de justiça social, direitos humanos e cidadania. Graciela Hopstein, coordenadora-executiva da Rede, falou ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do (MarketMsg), sobre a sua avaliação de como o tema da justiça social aparece no Brasil.
“Dando um panorama geral, o Brasil, nos últimos anos, tem avançado bastante em algumas agendas vinculadas a direitos humanos que hoje estão absolutamente instaladas na agenda da política (…) Entretanto, também estamos vivendo um retrocesso significativo no âmbito das políticas públicas”, destacou a ativista.
Não passa despercebido o papel dos jovens nessa dinâmica. Nesse sentido, as redes sociais tornam-se instrumentos dúbios possibilitando tanto a alienação quanto o agrupamento em torno de pautas comuns. O ímpeto pela mudança aparece na fala de Maria Antônia Dezidério, uma estudante de direito que participou quando adolescente do projeto Parlamento Jovem Brasileiro. O programa oferece a estudantes do ensino médio de todo o país uma oportunidade de simular o trabalho dos deputados federais.
“Essas questões estavam latentes em mim e continuam latentes em mim. Não é um caminho fácil, mas a minha participação no Parlamento Jovem veio de um desejo, que eu já tinha há muito tempo, continuo tendo e acho que não vai cessar nunca: aprender mais e ver como posso fazer para mudar todas as questões que me indignam, me deixam triste e,ao mesmo tempo, revoltada e motivada para fazer alguma coisa”, declarou ao podcast.
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