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Cielo (CIEL3): estratégia focada em lucro está dando certo, mas analistas mantêm cautela; ação fecha em queda de 6%

Analistas em sua maioria têm recomendação neutra para os ativos, vendo resultados pressionados por concorrência e maiores custos de captação

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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BRAP4 | Div.Brut/Pat.: 0.0 | Liq.Corr.: 65.33 | PSR: 0.0 | EV/EBITDA: -308.35 | ROE: 0.3743 | EV/EBIT: -308.35

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As ações da Cielo (CIEL3) sinalizavam um dia positivo nesta quinta-feira (3) após o resultado do quarto trimestre de 2021, depois que a companhia

Contudo, a ação da companhia passou a registrar baixa durante o pregão. Depois de chegar a registrar ganhos de 5,15%, a R$ 2,45 na máxima do dia, o papel fechou com queda de 6,01%, a R$ 2,19, perto das mínimas.

Analistas destacaram como positivo o controle de custos e desempenho da Cateno, subsidiária da Cielo voltada para a gestão de cartões, mas a dificuldade na expansão das receitas em meio a maior concorrência e a queda de margens seguem sendo desafios para a companhia e levando a uma maior cautela.

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Segundo o Itaú BBA, a companhia reportou números em linha com as expectativas do mercado para Volume Total de Pagamentos (TPV), receita líquida e custos e despesas.

O Itaú BBA aponta que a evolução do resultado foi impulsionada por dois fatores: ganho não recorrente de R$ 37 milhões; e uma alíquota efetiva de imposto menor que a esperada como resultado do pagamento de juros sobre capital próprio.

Já o Bradesco BBI aponta que do lado positivo, a principal surpresa foi o bom controle de custos e o bom desempenho da Cateno, com receita crescendo 20% em base anual sustentada por fortes volumes e melhor mix.

Pelo lado negativo, as tendências de receita da Cielo Brasil ficaram aquém das expectativas, com o revenue yield (receita extraída por volume transacionado) caindo outros 0,03 ponto percentual sequencialmente para 0,66 p.p. enquanto a base de clientes continuou a diminuir 5% no trimestre, para 1,2 milhão de comerciantes.

Em teleconferência com jornalistas, Gustavo Sousa, presidente executivo da Cielo, explicou que essa queda na base de clientes ocorreu em meio a um cenário em que a empresa tem evitado usar subsídios para disputar clientes. Ela também será cautelosa com produtos de crédito.

“Os subsídios que parte do mercado de adquirência vem praticando são insustentáveis”, destacou.

A companhia, maior empresa de adquirência do Brasil em market share, pratica uma política de controle de custos e saída de negócios deficitários de forma a reverter longa tendência de queda na lucratividade. A estratégia vem dando certo, com o lucro do trimestre subindo na comparação anual pela quinta vez seguida.

O Bank of America destacou que o balanço veio na direção certa, com foco na rentabilidade em detrimento ao crescimento. Mas destaca que a empresa deve seguir vendo seus resultados pressionados por conta de maiores custos de captação.

Já o Credit Suisse enxergou os resultados da Cielo como negativos, uma vez que o lucro acima do esperado foi totalmente relacionado a uma reversão do imposto de renda, com o dado de lucro antes dos impostos abaixo de suas estimativas. Na frente operacional, as melhorias não foram claras, segundo os analistas do banco suíço. Eles apontam que os resultados operacionais foram um mix de “negativos” da Cielo Brasil e “positivos” da Cateno.

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A Levante Ideias de Investimentos avalia que os números apresentados pela Cielo foram em linha com o que esperavam, apontando que a companhia continua se esforçando em melhorar seu mix de produtos e clientes e reforçar seus controles de custos, que estão surtindo efeito.

Porém, a empresa continua tendo desafios na expansão de suas receitas, com crescimento menor do que a indústria e apresentando mais um trimestre de queda em seu revenue yield. “Com isso, esperamos impacto neutro nos preços das ações no curto prazo”, avaliam os analistas.

A visão neutra para as ações, aliás, predomina entre os analistas, conforme compilação feita pela Refinitiv. De 14 casas de análise que cobrem o papel, 12 têm recomendação equivalente à neutra para os ativos, enquanto 2 possuem recomendação de venda. O preço-alvo médio é de R$ 3,02, um avanço de cerca de 30% frente o fechamento da véspera.

O Bradesco BBI destacou, antes da abertura do mercado, que acreditava que os resultados seriam bem recebidos pelo mercado, tendo em vista a melhora sequencial nas operações principais. Além disso, veem a Cielo negociando a um múltiplo baixo de 7,6 vezes o preço sobre lucro projetado para 2022.

Contudo, os analistas também reforçaram a visão de que as tendências de receita – especialmente na Cielo Brasil – podem continuar desafiadoras ao longo de 2022, com declínio em sua base de clientes e pressão do revenue yield, que pode impedir uma reclassificação mais forte das ações no curto prazo. A recomendação do BBI para as ações é neutra, com preço-alvo de R$ 3, ou potencial de valorização de 29% frente o fechamento da véspera.

Itaú BBA, Bank of America e Credit Suisse também possuem recomendação equivalente à neutra para os papéis, com preços-alvo de R$ 5,20 (um expressivo potencial de 123% de alta) do BBA e de R$ 2,50 (upside de 7,30%) das duas últimas casas.

No final do ano passado, o Credit revisou suas estimativas para o setor de pagamentos, cortando o preço-alvo de CIEL3 que antes era de R$ 4,80 para R$ 2,50,  à medida que incorporou um custo de capital próprio (Ke) mais alto e reduziu sua estimativa de lucro líquido.

Na ocasião, o banco destacou que, a preços correntes, as ações da Cielo refletiam apenas o valor justo de sua participação na Cateno, com valor zero atribuído ao negócio adquirente. Uma recuperação nas margens de aquisição poderia ser um gatilho para atribuir mais valor a este negócio. No entanto, o Credit Suisse apontou que, com a concorrência intensa e os custos de financiamento crescentes, deve levar algum tempo para que as margens mais altas se materializassem.

Assim, analistas veem progresso para a companhia em busca de maior lucratividade, mas seguem vendo desafios grandes para a Cielo que impedem maior otimismo com a ação.

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REFLEXÃO: Tim Hanson, da Motley Fool: Compre ações impressionantes por preços que não refletem sua grandiosidade.

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