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Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira – 23/3

Bolsas mundiais têm cautela com nova onda de coronavírus no radar; ata do Copom, falas de Powell e Yellen e mais destaques desta terça

Negociando na bolsa de valores

Edição invistaja.info e MarketMsg

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PORTO ALEGRE | invistaja.info — A sessão desta terça-feira (23) é de baixa para os principais índices, com destaque para o mercado europeu, em meio aos sinais de avanço do COVID-19 no Velho Continente, com potencial de adiar os planos de relaxamento das medidas de lockdown na região.

Ainda no radar dos mercados internacionais, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve e Janet Yellen, secretária do Tesouro, Janet Yellen, farão aparição conjunta perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Estados Unidos, em meio à discussão sobre as respostas econômicas à pandemia do coronavírus.

Por aqui, os investidores monitoram a ata do Copom, às 8h, e também o noticiário preocupante sobre o avanço da pandemia por aqui. Confira os destaques:

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1. Bolsas mundiais

As bolsas mundiais têm tendência de quedas nesta terça, após ações de tecnologia subirem nas negociações de overnight nos Estados Unidos, acompanhando a queda no rendimento de títulos do Tesouro com vencimento em dez anos. Os mercados são afetados pelo temor de que o recente avanço nas contaminações por Covid na Europa prolongue as medidas de lockdown.

Na Europa, o índice Eurostoxx, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, recua 0,43%. O setor automotivo lidera as perdas, recuando 1,6%. As ações da sueca Volvo caíram 7% após a empresa anunciar que a falta mundial de semicondutores deve afetar sua produção no segundo trimestre.

A expectativa dos investidores na Europa é prejudicada por informações sobre a alta de infecções na região. Elas podem adiar os planos de relaxamento das medidas de lockdown que vêm sendo adotadas no continente em um esforço para controlar a pandemia de coronavírus.

No momento, partes da França já estão sob um lockdown. Na Alemanha, autoridades estudam a possibilidade de estender as atuais medidas de lockdown.

Esta terça marca o aniversário de um ano da primeira medida de lockdown implementada no Reino Unido. Será realizado um minuto de silêncio no país, como forma de refletir sobre as mais de 126 mil mortes causadas pelo coronavírus.

Nesta terça, dados divulgados pelo Reino Unido indicaram queda na taxa de desemprego em janeiro de, 5,1% para 5%. Os resultados ficaram acima das expectativas de que a taxa se elevasse em 0,1 ponto percentual.

A segunda-feira marcou alta das principais bolsas americanas. Nas negociações de overnight, o índice Nasdaq manteve essa tendência, com investidores reagindo ao recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro com vencimento em dez anos, que recuou 0,05 ponto percentual.

A alta do Nasdaq foi impulsionada por ações do setor de tecnologia, que tendem a se beneficiar da queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro.

As altas dos rendimentos dos juros dos Treasuries tendem a afetar especificamente o setor de tecnologia, que possuem fluxos de caixa mais longos e são mais impactadas pelo aumento nas taxas de juros de longo prazo, para ações de empresas em setores mais tradicionais, que são mais expostas ao ciclo econômico e, portanto, ganham mais com o reaquecimento da economia.

Nesta terça, no entanto, os índices futuros americanos acompanham a tendência de baixas de outras bolsas mundiais.As ações das principais bolsas asiáticas fecharam em retração na terça, apesar da estreia da gigante chinesa de buscas Baidu no índice Hang Seng, de Hong Kong, que teve as maiores perdas da região, de 1,34%.

As ações da Baidu, que já eram listadas nos Estados Unidos, ficaram estáveis na bolsa asiática. A maior parte das ações de tecnologia na Ásia recuaram, após a alta nas negociações de overnight de empresas de tecnologia nos Estados Unidos. O Softbank Group, do Japão, recuou 0,9%. Na Coreia do Sul, a LG Electronics caiu 6,13%.

Investidores também acompanham as eleições gerais em Israel nesta terça, em que assentos no Parlamento são disputados por um bloco de direita que apoia o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e um amplo bloco de oposição.

Na segunda à noite, multidões de israelenses protestaram em frente à residência oficial de Netanyahu, exigindo que ele fosse retirado de seu cargo. As pesquisas indicam, no entanto, uma eleição apertada.

O destaque da agenda fica para a divulgação, às 8h, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 17 de março, que levou à alta da Selic de 2% para 2,75%, a primeira elevação da taxa básica de juros em quase seis anos.

Além disso, apontou que deve promover um novo aperto de igual magnitude em sua próxima reunião em maio.

Pouco após a divulgação do documento, às 9h45, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, participa da abertura do evento do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, e no fim do dia ainda fala em evento organizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). O ministro da Economia, Paulo Guedes, também é esperado no encerramento da Live Correio Talks: Desafios para o Brasil no pós-pandemia, a partir das 18h.

Às 8h, a Fundação Getulio Vargas apresenta os dados de sondagem do consumidor relativos a março.

Nos EUA, às 11h, serão revelados os dados de vendas de moradias novas em fevereiro. Às 13h, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e Janet Yellen, secretária do Tesouro, testemunham ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes. Em declaração preparada, Powell disse que a recuperação econômica dos EUA avançou “mais rapidamente do que o esperado em geral”.

Às 17h30, o API divulga os dados de estoques de petróleo.

À noite, o Banco do Japão publica ata de reunião de política monetária; também serão revelados os dados do PMI industrial de março no país.

3.  Novos recordes nas médias de mortes e casos

Na segunda, a Organização Mundial de Saúde alertou que as mortes por Covid dobraram no Brasil no último mês, e ressaltou que, das 60.503 mortes registradas por Covid no mundo nos últimos 7 dias, 15.650, ou 25%, ocorreram no Brasil. A entidade cobrou que a condução da pandemia no Brasil esteja alinhada em todas as esferas de poder.

Pelo 24º dia seguido, o país bateu na segunda (22) seu recorde na média móvel de mortes por Covid em 7 dias, com a marca de 2.298, alta de 46% em comparação com a média de 14 dias antes. A marca de 2.000 mortes na média foi ultrapassada pela primeira vez na semana passada. E a de 1.500 mortes, há três semanas.

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As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h de domingo, o avanço da pandemia em 24 h no país. Em um único dia foram registradas 1.570 mortes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 75.163, alta de 10% em relação ao patamar de 14 dias antes. Também foi um recorde, e a primeira vez que a marca ultrapassou os 75 mil casos. Em apenas um dia houve 55.177 diagnósticos.

Até domingo, 12.351.559 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid no Brasil, o equivalente a 5,83% da população. A segunda dose foi aplicada em 4.213.858 pessoas, ou 1,99% da população. Analistas vêm apontando a velocidade da imunização como um dos fatores a influenciarem a retomada da economia.

A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) vota nesta terça o projeto de lei que antecipa para os dias 26 e 31 de março e 1º de abril os feriados que ocorreriam no mês que vem. Apresentada pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), a proposta pode criar um “superferiadão” entre sexta (26) e domingo de Páscoa (4), visando reduzir a circulação de pessoas.

Pela proposta, que ainda não foi aprovada, bares e restaurantes poderiam funcionar. Insatisfeitos com a medida pretendida pelo governador, os prefeitos do Rio, Eduardo Paes (DEM), e de Niterói, Axel Grael (PDT), pretendem determinar que, durante dez dias neste mesmo período, apenas serviços essenciais poderão funcionar.

No âmbito nacional, até o momento o médico cardiologista Marcelo Queiroga não tomou posse do cargo de ministro da Saúde. Ele foi anunciado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como substituto do general Eduardo Pazuello.

De acordo com veículos de imprensa, Bolsonaro ainda busca um cargo com foro privilegiado para alocar Pazuello, que é investigado por determinação do Supremo Tribunal Federal pela sua condução da pandemia.

Entre as suspeitas, está a de supostamente deixar de socorrer Manaus com oxigênio ao mesmo tempo em que promovia remédios sem eficácia cientificamente comprovada. Ganhou força na segunda a proposta de criar um “Ministério da Amazônia”, que seria comandado pelo general.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) adiou para esta terça a reunião planejada originalmente para o domingo a respeito dos medicamentos usados no “kit entubação”, que atualmente estão em falta. O adiamento se deve a uma falha no envio de um e-mail.

Segundo a Anvisa, “houve uma falha no momento de preenchimento dos e-mails no sistema de reuniões on-line, o que resultou no não envio da mensagem para o sr. Nelson Mussolini, diretor do Sindusfarma, que seria o responsável para convidar as empresas fabricantes”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na segunda que ainda não foi convencido a mudar seu discurso sobre o combate à pandemia da Covid-19 e não defenderá medidas como um lockdown nacional. Em discurso em evento no Palácio do Planalto para assinar a regulamentação do Fundo Nacional do Ensino Básico (Fundeb), Bolsonaro afirmou que a epidemia não pode “continuar sendo politizada” no país e que não foi convencido ainda a ser “mais maleável” ou a “ceder”.

“Me chamam de negacionista ou de ter um discurso agressivo, mas lockdown não deu certo”, afirmou. “Parece que só no Brasil está morrendo gente.”

Por meio de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), Bolsonaro questiona no Supremo Tribunal Federal restrições adotadas pelo Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, e pede que a Corte suspenda os decretos que determinam o fechamento do comércio além das atividades essenciais hoje limitadas a alimentos, médicos, veterinários e outras atividades ligadas a saúde, e construção civil, sob a alegação que é necessário uma lei estadual. Na segunda, ficou definido que o ministro Marco Aurélio Mello será o relator da ação.

4. Arrecadação 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na segunda que os primeiros dados da arrecadação federal de março mostram que as receitas estavam mantendo o “ritmo” verificado em fevereiro, quando o recolhimento de tributos foi recorde, mas que os números da segunda quinzena do mês, e também os de abril, já devem sofrer o impacto do recrudescimento da pandemia. “Evidentemente, daí para a frente, com recrudescimento da pandemia, pancada na economia brasileira, é evidente que devemos sofrer algum impacto”, disse Guedes.

O ministro voltou a falar sobre a importância da vacinação em massa, ressaltando que ela é o único caminho para garantir o retorno seguro das pessoas ao trabalho, particularmente os mais vulneráveis. O ministro disse que, além do auxílio emergencial, é obrigação do governo garantir a vacinação em massa nos “próximos três, quatro meses”.

A arrecadação federal teve crescimento real de 4,3% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado e somou R$ 127,7 bilhões, melhor resultado desde o início da série da Receita, em 2000. O recolhimento do bimestre, de R$ 308 bilhões, também foi recorde.

O secretário especial da Receita Federal, José Tostes, disse na segunda que os resultados da arrecadação federal no primeiro bimestre foram “muito bons”, mas poderiam ter sido ainda mais expressivos se não fosse o aumento ocorrido nas compensações tributárias, de cerca de 51% na comparação com o mesmo período de 2020.

Segundo Tostes, as compensações tributárias uso de créditos tributários para abater impostos a recolher reduziram a arrecadação em R$ 36,3 bilhões no primeiro bimestre. No mesmo período do ano passado, o impacto fora de R$ 24,2 bilhões.

A Comissão Mista de Orçamento deve começar a analisar nesta terça a proposta de Orçamento apresentada pelo relator Marcio Bittar (MDB-AC), que deve ser aprovada até quinta.

Da forma como está, a proposta manteve a meta de déficit primário, de acordo com o estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em relação à proposta original, o Ministério do Desenvolvimento Regional recebeu um acréscimo de 65,6%. Assim, o orçamento da pasta fica em R$ 10,6 bilhões. Segundo o jornal Valor Econômico, o aumento se deve principalmente a emendas parlamentares, já que o ministério é vitrine de obras para políticos em seus redutos eleitorais.

Além disso, a diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica realizará nesta terça uma reunião em que deverá discutir a revisão nos valores do sistema de bandeiras tarifárias, que estabelece uma cobrança adicional nas contas de luz quando há aumento no custo de produção de energia no país. A Aneel discute reduzir o valor cobrado durante a bandeira tarifária amarela, e aumentar o valor cobrado durante a bandeira tarifária vermelha.

5. Radar corporativo

Na temporada de resultados, a Lojas Marisa registrou prejuízo de R$ 28,9 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo lucro de R$ 32,7 milhões de um ano antes, mostrando os reflexos dos impactos da pandemia sobre as vendas.

Já a Alupar teve lucro líquido de R$ 478,4 milhões no quarto trimestre de 2020, valor quase três vezes maior do que os R$ 166,3 milhões registrados em igual período de 2019.

No radar de recomendações, a XP Investimentos retomou a cobertura das ações de Locaweb – LWSA3 – com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 32 por ação para o final de 2021 (de R$ 17,80), implicando um potencial de valorização de 29% frente o último fechamento.

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(com Reuters)

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