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A campanha ambientalista que quer mudar o código do Bitcoin

Ativistas estão convencidos de que basta o apoio de algumas empresas e pessoas poderosas para alterar os fundamentos da criptomoeda

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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*Por Eliza Gkritsi

Quando grupos ambientalistas lançaram em março a campanha “Mude o código, não o clima” para afastar o Bitcoin (BTC) do modelo de prova de trabalho (proof-of-work, ou PoW) de uso intensivo de energia, muitos “bitcoiners” zombaram da ideia.

Deixando de lado a questão se de fato a mineração de prova de trabalho é perigosa para o maio ambiente, como os ativistas alegam, muitos veteranos de criptomoedas duvidam que o plano para mudar o protocolo do Bitcoin possa funcionar.

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Essa estratégia depende de persuadir um número limitado de empresas ou pessoas que, afirmam os ativistas, têm o poder de fazer a mudança ou pelo menos convencer uma massa crítica de pessoas a apoiá-la.

Para os veteranos, esse plano parece ignorar a história do Bitcoin – especificamente as “guerras” de 2015-2017 para mudar o tamanho dos blocos da blockchain da criptomoeda, incluindo o debate sobre a atualização Segregated Witness (SegWit), na qual uma das duas alterações propostas pelas maiores empresas não foi para frente por causa da oposição generalizada dos usuários.

Os líderes da campanha “Mude o código, não o clima” dizem que estão cientes dessa história e até a tomam como um sinal de que a mudança é realmente possível.

Interpretando a história do Bitcoin

As guerras de tamanho de bloco e a atualização SegWit “servem como um exemplo” para mostrar que “mudanças podem ser feitas”, disse Scott Faber, vice-presidente sênior de assuntos governamentais do Environmental Working Group (EWG), um dos grupos que lidera a campanha, ao CoinDesk. Quer essas mudanças venham como “um hard fork ou um soft fork” (atualizações), elas podem realmente ser feitas “quando houver um consenso dentro da comunidade Bitcoin”, falou ele.

Rolf Skar é gerente de projetos especiais do Greenpeace USA, organização de proteção ambiental que faz parte da campanha. De acordo com Skar, há duas questões-chave sobre a mudança da rede. A primeira é se isso é tecnicamente viável. A atualização  SegWit de 2017 “mostra que é, obviamente, tecnicamente viável fazê-lo”, disse Skar ao CoinDesk. Mas, acrescentou, a segunda pergunta é “se uma mudança proposta poderia ser apoiada o suficiente para ser adotada”.

“Apesar do ceticismo”, os ativistas não veem uma boa razão para que o apoio suficiente não seja conquistado, falou Skar. “As soluções precisarão ser desenvolvidas e testadas para atender às preocupações válidas da comunidade. Se soluções eficazes não forem desenvolvidas, entendemos que a adoção do novo código seria improvável”, completou.

Considerando como as indústrias zombaram de outras campanhas ambientais no passado, que inicialmente foram ridicularizadas, mas depois deram resultado, uma mudança do PoW pode não parecer tão impossível, de acordo com os ativistas.

Ken Cook, fundador e CEO do EWG, disse que, com base em suas conversas com vários membros da indústria do Bitcoin, ele acha que a governança da criptomoeda mudou, de modo que agora há uma “concentração inexorável de poder e controle”.

A “noção de que isso era tão democrático quanto foi originalmente concebido se foi”, disse ele.

Skar também falou algo similar sobre o Bitcoin em uma entrevista: “Embora seja um sistema descentralizado, existem atores-chave nele”.

Cook, do EWG, apontou para um artigo de outubro de 2021 do Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER, na sigla em inglês), que descobriu o seguinte: “As 50% principais mineradoras controlam quase toda a capacidade de mineração. As 10% principais controlam 90% e apenas 0,1% controlam perto de 50%” e que “as maiores 55-60 mineradoras controlavam pelo menos metade de toda a capacidade de mineração de Bitcoin”.

Faber disse que não acha que a decisão será literalmente tomada por 50 pessoas, mas se os líderes da comunidade Bitcoin “levantarem suas vozes, eles podem ajudar a iniciar a conversa que pode levar às mudanças necessárias”.

Quem controla o Bitcoin?

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Um debate sobre como melhorar a escalabilidade da rede Bitcoin ganhou força em 2015. Alguns desenvolvedores e partes interessadas pediram um aumento no tamanho dos blocos, enquanto outros pensaram que isso prejudicaria a descentralização.

Após dois anos de controvérsia, uma atualização para a rede Bitcoin chamada Segregated Witness (SegWit) foi adotada por meio de um soft fork, o que significa que os usuários ainda podem continuar executando a versão antiga do software. A SegWit aumentou o número de transações que a rede poderia manipular, alterando a maneira como os dados são armazenados na cadeia. Ao contrário de outras propostas para aumentar o tamanho do bloco, a SegWit teve amplo suporte ao usuário.

Na mesma época, outra proposta para aumentar o tamanho do bloco teve o destino oposto. Um acordo foi assinado por 58 empresas, representando 83,28% do poder de computação da rede, em Nova York na conferência Consensus promovida pelo CoinDesk em 2017. O acordo pedia a duplicação do tamanho máximo do bloco do Bitcoin para dois megabytes. Quatro das empresas estavam diretamente envolvidas na mineração, sendo uma delas a controladora do CoinDesk, a Digital Currency Group (DCG), que também possui a mineradora americana Foundry. Outros sete signatários eram pools de mineração.

Mas, seis meses depois, os signatários recuaram e cancelaram o hard fork, ou mudança de código incompatível com versões anteriores, alegando falta de consenso suficiente. Alguns apoiadores de grandes blocos iniciaram uma rede dissidente chamada Bitcoin Cash (BCH).

Questionado sobre a controvérsia em torno do tamanho dos blocos e o fato de que algumas mudanças nunca foram implementadas, Skar disse que “cinco anos é muito tempo na história relativamente curta do Bitcoin. As coisas são diferentes agora, assim como os problemas em questão.” Cabe às pessoas e players no ecossistema social do Bitcoin determinar como a mudança ocorrerá, disse ele.

A SegWit foi implementa porque a comunidade Bitcoin entendeu que era a chave para o sucesso da rede, disse Faber. Agora, o Bitcoin enfrenta outra ameaça: a regulamentação, de acordo com o vice-presidente do EWG.

Por enquanto, “a decisão sobre como reduzir a eletricidade usada pelo PoW e a poluição climática resultante está nas mãos da comunidade Bitcoin. Mas apenas por enquanto. Os reguladores não vão ficar parados enquanto a crise climática piora cada vez mais e moedas digitais como o BTC usam cada vez mais eletricidade e produzem cada vez mais emissões de gases de efeito estufa”, disse Faber.

O desafio de mudar o Bitcoin por consenso

Mesmo que fosse possível, implementar uma mudança no protocolo não é tudo. Jonas Nick, um desenvolvedor de Bitcoin da Blockstream que esteve envolvido em outra grande atualização de protocolo implementada no ano passado, conhecida como Taproot, disse que alcançar um “consenso da comunidade” foi um passo importante para que a atualização fosse implementada.

Mas a chave para mudar o Bitcoin é convencer “uma esmagadora maioria da atividade econômica do Bitcoin a usar” o novo código, falou Nick. “Você sempre pode mudar as regras do xadrez, mas pode ter que jogar sozinho”, completou o desenvolvedor.

Uma medida da descentralização do Bitcoin é o número de nodes (computadores conectados) alcançáveis que compõem a rede Bitcoin. Desde o final de 2017, o número de nodes alcançáveis de Bitcoin aumentou 27,5%. As guerras de tamanho de bloco indicaram que os usuários controlam a direção do protocolo, o que significa que é necessário realizar mais coordenação para fazer alterações indiscriminadas na rede.

Questionado se é possível tirar o Bitcoin do PoW, Nick disse que o consenso na comunidade da cripto é que o PoW “é o único algoritmo de consenso conhecido que pode alimentar uma moeda descentralizada”.

Andrew M. Bailey, que ensina sobre criptomoedas na universidade Yale-NUS College, em Cingapura, disse que “as pessoas tentaram mudar o Bitcoin por meio de vários forks, mas o valor desses tokens tende a afundar “muito, muito rapidamente”.

“O que isso sugere é que a grande maioria dos bitcoiners vai apenas vender sua moeda de prova de participação bifurcada” e que “a única maneira de fazer isso acontecer é realmente obter consenso social” de toda a comunidade, disse ele.

Bailey acha que esse consenso é “extraordinariamente improvável porque o Bitcoin tem essa cultura conservadora de desenvolvimento”, que faz mudanças lentamente e somente quando a comunidade está absolutamente certa sobre seus efeitos.

*Eliza Gkritsi é a repórter do CoinDesk na Ásia especializada em mineração

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