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Ação da Hering salta 8,6% após resultado com e-commerce e investimentos no radar, mas analistas preferem esperar para ver

Iniciativas da varejista são bem-vindas, mas recomendação dos analistas ainda é majoritariamente neutra ou de venda para os papéis HGTX3

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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CPFE3 | Liq.2meses: 80997500.0 | P/Ativo: 0.66 | Div.Brut/Pat.: 1.39 | Mrg.Liq.: 0.1206 | Liq.Corr.: 1.23 | EV/EBIT: 9.08

MARINGÁ | invistaja.info — As ações da Cia. Hering (HGTX3) registraram fortes ganhos na sessão pós resultado, mesmo depois de números considerados fracos – ainda que em linha com o esperado pelos analistas de mercado. Os ativos HGTX3 fecharam com alta de 8,62%, a R$ 16,00, após chegarem a subir 9,78%, a R$ 16,17, na máxima do dia.

O ano de 2020 foi bastante conturbado para as varejistas de moda como um todo em meio às medidas de restrição à mobilidade por conta da pandemia do coronavírus, o que tornou o desafio ainda maior para a Hering, que já passava por um processo de reestruturação para se livrar dos resultados ruins antes mesmo da pandemia.

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Neste sentido, alguns pontos foram comemorados pelos analistas que cobrem a ação, principalmente a maior digitalização e a expectativa por maiores investimentos – ainda que a esmagadora maioria deles prefira esperar para ver os resultados das iniciativas antes de se tornar mais otimista com o papel.

“O resultado do trimestre veio fraco e não foi suficiente para reverter os impactos negativos da pandemia no resultado de 2020. Porém, no último trimestre, houve uma recuperação puxada pelo desempenho do e-commerce e maior integração multicanal”, destaca a equipe de análise da Levante Ideias de Investimentos.

A Cia. Hering divulgou na quarta baixa de 12% no lucro líquido do quarto trimestre ante mesmo período de 2019, para R$ 55,6 milhões, com receita líquida quase estável. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda)  somou R$ 68,5 milhões, queda de 17% ano a ano, com a margem recuando 3,3 pontos, para 16,1%. A empresa registrou alta de 1% vendas mesmas lojas ante uma queda de 4% nos últimos três meses de 2019.

Segundo a empresa, enquanto a venda das lojas físicas caiu 11,6% no trimestre, a R$ 115,6 milhões, as vendas do canal online subiram 230,6%, para R$ 70,7 milhões. Já as vendas para franqueados caíram 2,9%, para R$ 177,4 milhões.

Mesmo com os números impactados pelas restrições nas lojas físicas, os analistas do Credit Suisse ressaltam que o webcommerce cresceu 231% na base de comparação anual, agora totalizando 14,3% de vendas domesticas. Enquanto isso, a  margem bruta vem melhorando sequencialmente (alta de 4,8 pontos percentuais na comparação com o terceiro trimestre de 2020 e quase estável frente o mesmo período de 2019) principalmente dada a participação mais alta no portfolio de venda de canais sell-out, com a venda direta da indústria para o consumidor final. Também entre os pontos positivos, está a geração de fluxo de caixa livre de R$ 46 milhões, um dado a ser destacado mesmo em tempos difíceis.

Para Victor Saragiotto e Pedro Pinto, analistas do banco, a mudança na mentalidade dentro da companhia, no caminho de ser mais flexível e voltada ao digital, é encorajadora.

A empresa ainda anunciou investimento de R$ 131 milhões em 2021, seu “maior investimento da história”. Os recursos irão para tecnologia, reestruturação de sistemas, plataformas digitais e modernização de parque industrial e logístico. Além disso, há o plano de de expansão de lojas/conversão, num total de 135 pontos de venda.

A Levante também destacou esses movimentos como pontos positivos. A aceleração de investimentos em logística, digitalização e integração das operações já permitiu um forte crescimento do e-commerce como vertente para contornar as dificuldades nas vendas presenciais. “Hoje a empresa opera com 100% de sua rede de lojas integrados ao e-commerce, a omnicanalidade (retirada, entregas da loja a partir da loja), além do lançamento do app com mais de 38 mil downloads em 30 dias”, ressaltam.

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Os indicadores também parecem promissores, com os clientes via omnicanalidade tendo 2,4 vezes maior frequência de compras do que em canais tradicionais e ticket médio de 2,6 vezes maior. Outro ponto ressaltado pelos analistas é que a empresa reduziu seu tempo de entrega para 2,4 dias, enquanto a continuidade da abertura de lojas e expansão geográfica foi possível devido à integração do digital com o físico de maneira bem-sucedida.

Já nas lojas físicas próprias, também houve evolução nos indicadores de eficiência de operação no quarto trimestre, com 12% de crescimento de ticket médio, e maior taxa de conversão em 5,1 pontos percentuais (calculado pela quantidade de clientes que compram na loja dividido pelo total transitado nas lojas). Isso apesar da queda de 36% no fluxo de clientes e 11,6% na receita total.

Bons números, mas…

Em meio a indicações positivas, por que o ceticismo ainda toma conta dos analistas? De acordo com compilação feita pela Refinitiv com casas de análise que cobrem o papel, 8 têm recomendação neutra, 5 recomendam venda e apenas 1 recomenda compra. Os motivos para isso são tanto a conjuntura atual do mercado quanto ainda os desafios internos que a varejista terá que superar.

De acordo com o Credit Suisse, em meio a esse cenário de pandemia, os fundamentos das empresas estão sendo menos importantes do que a situação externa – ou seja, as mudanças por conta do coronavírus devem continuar afetando negativamente as varejistas de moda. Desta forma, os analistas destacam ainda preferir os nomes mais defensivos do varejo, como Carrefour (CRFB3) e Pague Menos (PGMN3).

Além disso, apesar da mudança de mentalidade da companhia ser bastante importante para a criação de fundamentos sustentáveis para crescimento no médio e no longo prazo, os analistas do banco suíço ressaltam ainda cautela com os ativos. “A empresa não apresentou alta de receita nos últimos nove anos e tem lutado para reverter as operações. Com isso, preferimos aguardar um cenário menos incerto e uma melhoria consistente dos resultados”, avaliam Saragiotto e Pinto. A recomendação do Credit para o papel é neutra, com preço-alvo de R$ 24.

O Itaú BBA, que possui preço justo de R$ 18 para o ativo e recomendação marketperform (desempenho em linha com o desempenho do mercado), avalia que os investidores devem se concentrar agora em dois fatores: i) a penetração e sustentabilidade do digital e ii) sinais claros de uma recuperação acelerada nas vendas das lojas físicas – embora sujeita a incertezas macro econômicas. Assim, à luz das incertezas atuais, os analistas mantêm a recomendação equivalente à neutra para os papéis.

Neste sentido, o Santander, que possui recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para a ação com preço-alvo de R$ 20, aponta que, conforme o foco do mercado se volta para a recuperação esperada nas vendas para 2021, os analistas acreditam esta melhora pode estar em risco devido às crescentes restrições de mobilidade em estados importantes para a companhia, como São Paulo.

A Levante avalia que os resultados vieram interessantes no quarto trimestre de 2020, porém não há perspectivas de melhora significativa para a empresa e para o setor de varejo de moda no curto prazo, com possibilidade de um novo “lockdown” devido à pandemia. “O ponto de observação é a continuidade do crescimento forte do e-commerce e o retorno das vendas via canais físicos, além da possível melhora de margem com o ganho de escala da estratégia multicanal”, avalia a equipe de análise.

Assim, a cautela deve seguir pautando o cenário para a Cia. Hering, ainda que os números da companhia tenham animado nesta sessão.

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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.

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