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Edição invistaja.info e MarketMsg
palavras-chave: Ação da Lojas Renner (LREN3) cai com visões divididas sobre balanço; empresa vê ganhos operacionais puxando lucro no 4º tri; invistaja.info;
KEPL3 | P/EBIT: 5.05 | ROE: 0.5606 | PSR: 1.351 | P/L: 6.6 | Liq.2meses: 28167700.0 | Pat.Liq: 631379000.0
A Lojas Renner (LREN3) espera que os seus ganhos operacionais continuem a impulsionar seu resultado no quarto trimestre de 2022, ajudando a alcançar suas projeções anteriores. Segundo Daniel Martins, diretor financeiro (CFO) da companhia, as expectativas para os últimos três meses do ano continuam positivas, com a companhia vendo que avançou em algumas frentes operacionais no terceiro trimestre. Alguns analistas, por outro lado, apontaram alguns fatores negativos no documento divulgado na noite de ontem.
As ações da Renner registram um dia de perdas, com queda de 3,71%, a R$ 29,34, às 13h34 (horário de Brasília).
Para a Eleven, como esperado, a Renner apresentou um resultado mais fraco no terceiro trimestre, com a venda das coleções impactada negativamente pelo clima, além de uma piora nos níveis de inadimplência da Realize, que acabou pressionando o resultado consolidado da empresa como um todo.
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O Bradesco BBI avalia que a varejista de moda apresentou resultados mistos, com crescimento das vendas no varejo saudável, de 35%, em relação à linha de base de 2019 – ou seja, na faixa inferior do intervalo indicado em teleconferência da empresa no segundo trimestre, de 35-40% – enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) e lucro líquido acima do esperado (8% e 57% acima do estimado pelo BBl, respectivamente) foram impulsionados essencialmente por alavancas não operacionais (recuperação de créditos fiscais, venda de carteira de crédito baixada contabilmente e redução da alíquota efetiva de imposto).
“Apesar de nossos sentimentos conflitantes sobre os resultados da Renner, é importante ressaltar que as iniciativas estruturais estão ganhando terreno (por exemplo, implementação gradual e até agora bem-sucedida do Centro de distribuição de Cabreúva, abertura de lojas de rua, lançamento do programa de fidelidade e plataforma de financiamento digital, etc.), o que pode abrir caminho para a recuperação da lucratividade e retorno nos próximos trimestres”, avalia o banco, que possui recomendação equivalente à compra para o ativo.
A XP também avaliou os números como mistos. Quanto à rentabilidade, a margem bruta do varejo foi o destaque positivo, praticamente em linha com os níveis de 2019, por conta do repasse de preços e coleção assertiva, enquanto o Ebitda cresceu +17% na base anual e 6% acima do esperado, por conta de menores provisões relacionadas à remuneração dos executivos.
Na Realize, braço financeiro da Lojas Renner, os resultados se mantiveram pressionados por conta da maior taxa de inadimplência e baixo crescimento do portfólio de crédito por conta do cenário macro desafiador, enquanto a operação registrou receitas não recorrentes de R$ 23,8 milhões por conta da venda de uma parcela da sua carteira de crédito baixada.
A Eleven avalia ainda que, apesar de enxergar um cenário incerto e desafiador para o varejo no curto prazo no momento, mantém recomendação de compra para LREN3, com a companhia investindo em diversas frentes para a melhora operacional, além de possuir um nível confortável de caixa (R$ 4,4 bilhões), e, diferentemente das outras varejistas, acaba sendo beneficiada pelo aumento da taxa de juros.
Executivos destacam melhora operacional das Lojas Renner
Apesar de alguns especialistas terem trazido dúvidas quanto ao balanço da Lojas Renner, os executivos da empresa seguem confiantes nas melhoras operacionais apresentadas.
No terceiro trimestre, a Lojas Renner divulgou, por exemplo, que sua margem bruta cresceu 0,4 ponto percentual na base anual, para 53,8%.
“Tivemos melhora da margem bruta e seguimos nos aproximando dos patamares de 2019. Esse ganho tem a ver com melhoras operacionais e também com aquilo que sabemos fazer bem, que é criar moda”, expôs o executivo em entrevista ao (MarketMsg). “Estamos apresentando assertividade nas nossas coleções, o que resulta em menos promoções e menos liquidações”.
A expectativa da companhia é voltar aos patamares de margem do pré-pandemia nos próximos dois ou três anos. Desde a Covid-19, a lucratividade da Lojas Renner foi impactada, principalmente, por conta das pressões inflacionárias.
O ganho de margem no terceiro trimestre, contudo, para Martins não tem ligação com a recente deflação registrada no Brasil.
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“A deflação foi pequena. Gasolina caiu mas a taxa de câmbio, porém, continuou nos pressionando. Não trouxe muito alívio à indústria em si. É cedo para falar em redução de base de custos”, disse o CFO. “A gente não teve a deflação batendo muito na nossa base de custos. O que vendemos no terceiro trimestre já estava no nosso estoque desde o meio do nosso segundo trimestre. O ganho de margens está mais nos menores gastos e também no repasse dos preços”.
Daniel Martins destaca que a Lojas Renner vem avançando no desenvolvimento do seu ecossistema – buscando “fazer abastecimento das lojas de forma mais inteligente e o melhor manuseamento do estoque”.
A companhia, já há algum tempo, defende que o foco do seu negócio está na maior integração do digital com o físico, o que, segundo de acordo com o executivo, já mostra resultados.
“Nossas vendas digitais tiveram desempenho robusto ante 2021. Nossa base de clientes total no ecossistema cresceu 12%. Nossa base de clientes omnichanel, que compra na física e na virtual, cresceu 16%. Esses clientes costumam comprar acima da média. É algo importante”, defendeu. “Temos melhora nos níveis de serviço nas nossas lojas virtuais e seguimos ganhando market share. Tivemos um crescimento acima da média de mercado em junho e em agosto na comparação com dados do IBGE”.
Esse desenvolvimento, combinado com o ganho de receita (que dilui gastos), pode ajudar a empresa recompor sua lucratividade, apesar da mudança do cenário de preços – a Lojas Renner, no terceiro trimestre, teve uma receita líquida de R$ 2,61 bilhões, com alta de 10,3% na comparação ano a ano e também acima daquilo registrado em 2019.
“Quando a gente fala de receita, de crescimento das vendas, tivemos isso apesar das temperaturas mais baixas. Lembrando que 2021 foi uma base forte, porque as lojas, no terceiro trimestre do ano passado, estavam voltando a operar normalmente”, falou o diretor financeiro.
Parte da alta do faturamento foi impulsionada também pela abertura de lojas, com 12 unidades abertas no terceiro trimestre e 30 no acumulado do ano. “Vamos, certamente, alcançar o guidance de 40 lojas abertas em 2022”, diz Martins.
Por fim, a Lojas Renner não está preocupada a proximidade da Copa do Mundo com os eventos de final de ano, como outras varejistas.
“Para nossa indústria, Copa do Mundo não muda muito. Para quem vende camiseta do Brasil, pode ser algo positivo. Mas, para gente, é um pouco indiferente. Novembro e dezembro são meses importantes para a indústria da moda como um todo, com Black Friday e compras de Natal”, disse. “Quando você tem a Copa, pessoas tendem a ficar em casa mas, até agora, não temos nada apontando no sentido de vendas menores. Continua sendo um período importante”.
A Lojas Renner teve um sinal aceso por enquanto apenas para o aumento dos devedores duvidoso – com a companhia esperando diminuir o a inadimplência abaixo de 360 dias.
Em seu braço financeiro, a receita cresceu 46,1% na base anual, para R$ 366,3 milhões, mas o lucro, contudo, caiu 74,5% na mesma comparação, para R$ 19 milhões. Isso aconteceu, justamente, pela deterioração do cenário de crédito.
“A inadimplência, no Brasil, continua sendo um problema. Isso, logicamente, atrapalha todo mundo, inclusive nosso braço financeiro. Nosso nível de inadimplência está mais alto, mas estamos tomando algumas medidas de contenção, limitando nosso crédito por exemplo. Tudo isso impacta nosso braço financeiro. Mas não há nada muito fora da curva, é um momento de correção”, defendeu.
A carteira de crédito da Lojas Renner ficou estável na base trimestral, em meio aos recálculos de rota, mas saltou 51,8% no ano, para R$ 5,6 bilhões. A companhia, se a melhora do cenário macroeconômico brasileiro se consolidar, pretende continuar crescendo nesta frente.
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REFLEXÃO: Bill Mann, da Motley Fool Asset Management: Busque investir em conjunto com grandes gestores, depois, é só ser paciente.
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