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Ambev (ABEV3): qual é o real “risco Americanas” para a ação da gigante de bebidas?

Analistas de mercado veem riscos baixos e mais diferenças do que semelhanças entre as empresas, mas alguns pontos são monitorados de perto

Conteúdos sobre investimentos

Edição MarketMsg e invistaja.info

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RDNI3 | P/ACL: -0.36 | P/Ativo: 0.132 | Pat.Liq: 638829000.0 | Liq.2meses: 140786.0 | Cresc.5anos: 0.2937 | EV/EBIT: 21.04

Desde que a Americanas (AMER3) divulgou bilionárias inconsistências contábeis no último dia 11 de janeiro (que culminaram com o pedido de recuperação judicial), os temores sobre outras companhias com grande participação do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da varejista e fundadores da 3G Capital, ganharam destaque.

Entre as empresas, a Ambev (ABEV3) entrou especialmente no radar dos investidores, com as ações acumulando baixa de mais de 5% desde o fechamento do dia 11 até 20 de janeiro (amenizada por uma forte recuperação no dia 17).  A Ambev pertence à AB Inbev, empresa líder mundial no mercado de bebidas que também tem como acionista o trio de bilionários. A fatia é de cerca de 20% via AB Inbev.

Assim, aumentaram as especulações no mercado tanto de um risco contábil parecido na Ambev quanto de venda de ações por parte dos acionistas da companhia ou um possível grande dividendo pago para lidar com o problema na Americanas.

+Americanas a clientes: recuperação é para proteger caixa e manter operação

Contudo, analistas de mercado destacam que estes riscos são baixos.

O Credit Suisse destaca que a Ambev não tem exposição a operações de financiamento de fornecedores (risco sacado), que foi a grande questão para a inconsistência contábil para a Americanas. Ademais, aponta, a Ambev é forte geradora de fluxo de caixa livre (com um rendimento do fluxo de caixa livre de 6% esperados para 2023 e 2024), com sólida dinâmica de capital de giro e um ciclo de conversão de caixa negativo (ou seja, quando a empresa não gasta antes de receber pelo investimento) médio de 125 dias.

Os analistas do banco destacam que a maior parte da dívida bruta da Ambev está relacionada à contabilidade de leasing IFRS-16 (cerca de 90% no terceiro trimestre de 20222), enquanto os empréstimos bancários representam a parte restante.

As despesas financeiras da fabricante de bebidas é composta por (em ordem de relevância): i) valor justo das contas a pagar de acordo com os padrões IFRS-13, ii) provisões de puts na República Dominicana, (iii) provisionamento de incentivos fiscais e arrendamentos, e (iv) juros sobre dívidas.

Para os analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão, que assinam o relatório do Credit, é altamente improvável que o trio de acionistas exija dividendos extraordinários via AB Inbev para financiar uma injeção de capital na Americanas, uma vez que estão vinculados a um acordo de acionistas (“Stichting”) válido até 2034 e, portanto, sujeito a algumas restrições.

“Consequentemente, o Stichting restringe os acionistas a transferirem suas participações que não sejam para cessionários ou afiliados permitidos. Isto é, a 3G Capital não é acionista da AB Inbev, mas os três fundadores originais o são por meio da entidade Stichting com uma participaçao de 33,47%”, destaca. O banco tem recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para os ativos ABEV3, com preço-alvo de R$ 18, ou um potencial de valorização de 33% frente o fechamento de sexta-feira.

Na mesma linha, a Guide Investimentos destacou em relatório que os riscos da Ambev apresentar o mesmo problema contábil da Americanas ou de seus controladores venderem ações da companhia são considerados baixos.

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Mateus Pazin Haag, analista da casa, apontou que os acionistas de referência da Americanas possuem diversos ativos e vender ações da Ambev não parece ser uma grande necessidade.

Vislumbrando mais diferenças que semelhanças entre as empresas, ele também ressaltou que as práticas contábeis que geraram os problemas na Americanas não parecem ser uma imposição dos acionistas de referência, mas falha na contabilidade da Americanas.

O analista acrescentou também que os resultados da Ambev têm sido mais robustos que os resultados da Americanas em diversos critérios, com a dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Budweiser e Stella Artois apresentando lucros recorrentes nos últimos anos, o que não tem ocorrido na Americanas.

“Outro ponto relevante, o fluxo de caixa operacional da AmBev é elevado e maior que o lucro ou Ebit [lucro antes de juros e impostos]. Normalmente, o fluxo de caixa é mais difícil de ‘maquiar’ que medidas como lucro ou Ebit”, aponta.

Além disso, aponta, no caso da Americanas, o fluxo de caixa foi negativo a maior parte do tempo, apesar do Ebit ou lucro serem positivos em alguns momentos.

Segundo ele, uma eventual revisão contábil nos balanços da AmBev é um evento de baixa probabilidade, mas que se ocorrer pode ter um impacto muito grande nas ações. “As contas da AmBev e seus administradores vão ser mais cuidadosamente avaliados nos próximos meses e caso haja algo errado, é provável que isto se torne público em breve”, afirmou.

Na noite de domingo, na primeira manifestação pública desde que estourou o rombo contábil de bilhões, o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira negou conhecimento prévio sobre as “inconsistências”, que levaram as ações da empresa a derreterem na Bolsa.

“Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país”, afirmaram os acionistas.

(com Reuters)

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