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palavras-chave: América Latina de lanterna em 2024 para destaque de alta em 2025: por que a virada?; invistaja.info;
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Após amargar o pior desempenho entre os emergentes em 2024, a América Latina acumula, neste ano, alta de 29% nos mercados acionários, superando expectativas e levando grandes gestores a reavaliar suas estratégias. Entre os principais nomes atentos à guinada está a britânica Ashmore, gestora especializada em economias emergentes, que vê uma combinação rara de preços descontados, fundamentos em recuperação e possível reconfiguração política.
O levantamento aponta que a Colômbia é, até agora, o mercado de melhor desempenho no mundo neste ano, com valorização de 54%. México e Chile sobem 31%, enquanto Brasil e Peru acumulam alta de 27%. A Argentina, que segue fora dos principais índices por seu histórico de controles de capital, avança após a adoção de medidas de ajuste econômico por Javier Milei.
Para a Ashmore, a recuperação tem precedentes históricos: momentos de transição política, com a possível saída de governos de esquerda e chegada de administrações mais favoráveis ao mercado, costumam coincidir com movimentos de entrada de capital estrangeiro.
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Em 2024, o índice MSCI Latin America caiu 26% em dólares, puxado pelas perdas de 27% no México e 29% no Brasil. Agora, a região apresenta uma configuração diferente. Segundo analistas da Ashmore, quatro dos seis principais países latino-americanos terão eleições presidenciais nos próximos dois anos.
A possibilidade de mudança de governo, somada à fadiga do eleitorado com figuras como Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro no Brasil, reacende o apetite por ativos da região, afirmam os analistas. No levantamento mais recente do Datafolha, apenas 28% dos eleitores avaliam positivamente o governo Lula. Com Bolsonaro inelegível, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparece como opção viável da centro-direita.
A valorização recente não apagou a percepção de que as ações da América Latina continuam baratas. O múltiplo de preço sobre lucro (P/L) do MSCI LatAm permanece cerca de um desvio padrão abaixo da média histórica. No mesmo período, o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, opera com P/L de 22 vezes, patamar considerado elevado.
O rendimento de dividendos na América Latina chega a 5,7% ao ano, contra apenas 1,3% no S&P. Segundo projeções da Bloomberg, o lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) da América Latina deve crescer 10% ao ano até 2027, próximo dos 11,1% estimados para os Estados Unidos, sugerindo convergência nos resultados corporativos.
A diferença, segundo a Ashmore, está na origem do crescimento. Nos Estados Unidos, ele tem sido sustentado por políticas fiscais expansionistas desde 2017, que podem se tornar insustentáveis. Já na América Latina, países como Brasil e Colômbia começam a avançar em ajustes fiscais.
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A combinação de juro real elevado e inflação controlada abre espaço para cortes de juros, o que tende a reduzir o custo de capital e impulsionar investimentos. No Brasil, a taxa básica Selic foi elevada para 15% no fim de 2024 para conter a inflação. Com os índices de preços em desaceleração, analistas acreditam que o Banco Central poderá iniciar um ciclo de afrouxamento monetário nos próximos trimestres.
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No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9%, puxado por exportações agrícolas e aumento dos investimentos. A Colômbia avançou 2,5%, maior patamar desde 2023. Chile e Peru devem encerrar o ano com crescimento entre 2,5% e 3%. A Argentina, após o choque fiscal de 2024, projeta expansão entre 4,5% e 5,5%.
O México é a exceção. A economia desacelera e cresce apenas com o apoio da demanda externa dos Estados Unidos. A dependência das exportações, que representam 35% do PIB mexicano, torna o país vulnerável a disputas tarifárias, especialmente se Donald Trump vencer as eleições americanas.
O que atrai os investidores
Apesar das incertezas, os analistas dizem que a região apresenta fundamentos mais organizados do que no início do ano. As taxas de desemprego permanecem próximas ou abaixo das médias históricas. As expectativas de inflação estão ancoradas, com exceção do Brasil, e os déficits externos estão dentro de patamares considerados razoáveis. A desvalorização do dólar neste ano também favoreceu as moedas locais, ajudando a controlar os preços e mantendo o poder de compra interno.
Outro fator que contribui para o interesse dos investidores é a composição setorial das bolsas latino-americanas. Ao contrário dos Estados Unidos, dominado por empresas de tecnologia, o índice MSCI LatAm tem maior peso em setores como energia, bancos e mineração.
No Brasil, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) representam mais de 30% do índice Ibovespa. Chile e Peru são líderes globais na produção de cobre e lítio. O México, Peru e Chile também se destacam na produção de prata, com demanda crescente por parte da indústria de energia solar.
A Ashmore avalia que temas estruturais de longo prazo também reforçam o potencial da região. A transição energética global deve beneficiar os países com reservas minerais. Em 2024, a América Latina respondeu por 35% da produção mundial de cobre. O Chile produz um quarto do total global, enquanto o Peru contribui com 11%. A expectativa da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) é que o consumo de lítio cresça 40 vezes até 2040. Chile e Argentina já ampliam sua capacidade produtiva para atender essa demanda.
O movimento de realocação de fábricas para fora da China também vem beneficiando o México. O país ultrapassou a China como principal parceiro comercial dos Estados Unidos em 2023. Montadoras chinesas e empresas de tecnologia já instalaram operações em território mexicano para aproveitar o acesso preferencial ao mercado americano via o acordo USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá).
Embora o investimento estrangeiro direto na região tenha recuado de US$ 208 bilhões em 2022 para US$ 164 bilhões em 2024, a perspectiva é de recuperação, caso o ambiente tarifário volte a ter previsibilidade.
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REFLEXÃO: Ben Carlson, autor de A Wealth of Common Sense – A riqueza do senso comum, em tradução livre: Menos é mais. O processo de investimento deve ser mais importante que os resultados. Comportamento correto na hora de investir é a chave.
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