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Americanas (AMER3): por que as ações registram tanta volatilidade após grupamento?

A companhia passou por grupamento de ações no dia 26 de agosto

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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STBP11 | Liq.Corr.: 0.95 | ROIC: 0.2372 | P/L: 3.64 | Cresc.5anos: 0.2855 | P/VP: 1.08 | DY: 0.0

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A Americanas (AMER3) mirou em um recomeço com o grupamento de ações, realizado no dia 26 de agosto. Na data, os papéis da companhia passaram a ser negociados na proporção de 100 para 1. Na teoria, isso traria maior estabilidade e as ações deixariam de oscilar tanto quanto nas últimas semanas, quando chegaram a atingir mínima histórica de R$ 0,05.

Com o grupamento, o valor de face dos ativos passou a ser maior (de R$ 0,05 no pregão pré-grupamento para R$ 5 no pós essa operação), fazendo teoricamente com que movimentações de centavos não levassem mais a grandes variações percentuais nos ativos. Na prática, no entanto, os papéis seguiram tendo fortes altas ou baixas a cada sessão. No pregão pós-grupamento, no dia 27, o papel teve forte salto de 40%, passando de R$ 5 para R$ 7. Nesta quarta, os papéis subiam cerca de 4%, a R$ 6,70, na reta final do pregão, se recuperando de queda de 7,73% na véspera. Antes disso, na segunda, a alta foi de 20,97%. A alta mensal supera os 15%, ainda que, em 12 meses, os papéis recuem mais de 90%.

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Ainda que a companhia tenha anunciado a contratação de consultoria para venda de ativos da AME Digital, a informação explica apenas em parte o movimento dos papéis dos últimos dias. Mas, se o término do serviços não explica, diretamente, a oscilação, o que está acontecendo?

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o perfil do investidor da Americanas mudou. “Se, antigamente, havia grandes investidores de fundos falando que se interessavam pelo papel, hoje se escuta falar mais de Americanas em debates entre investidores que fazem trades mais curtos, que acabam utilizando a ação de forma especulativa mesmo”, afirma.

A visão do estrategista é que, por se tratar de um papel ainda com preço muito baixo e com variações justamente muito grandes pela sua volatilidade, é possível que investidores tentem ter ganhos intensos em poucos dias. Esse tipo de operação traria ganhos relevantes em tempo mais curto. Essa característica dificilmente seria alterada com o grupamento, explica Cruz.

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Para que os investimentos voltassem a ser realizado de olho nos fundamentos, a companhia precisaria começar a demonstrar algum crescimento. “Para, realmente, a Americanas mudar isso, ela precisaria começar a mostrar que depois que mudaram a direção da companhia, estão conseguindo se reerguer, algo que vai ser muito difícil ainda”, afirma.

Enrico Cozzolino, head de Análise na Levante, considera que, após o grupamento, o cenário mudou um pouco. Não no sentido de fundamento, resultado ou “mancha de governança” da companhia, em suas palavras. Mas sim, é possível perceber que as posições vendidas a descoberto, por exemplo, diminuíram após a operação. Cozzolino considera que o movimento, agora, é de olhar para o papel com um valor de mercado bem menos que o anterior e ponderar sobre incertezas inerentes ao momento atual da varejista. Cabe ao investidor atual decidir se acredita nos resultados e no trabalho que a companhia terá que fazer por alguns anos em busca de recuperação de imagem, em sua visão.

Queda das posições “short“

A redução de papéis da companhia vendidos a descoberto caiu drasticamente em 5 de agosto, conforme demonstra estudo realizado por Julia Aquino, analista quantitativa do Research da XP. De acordo com os dados fornecidos, a queda no percentual foi de mais de 30%, partido de 36,55% de ações “shorteadas” em 2 de agosto para 2,30% na segunda-feira seguinte. De acordo com a analista, a redução expressiva tem relação com aumento do “free float” (ações de companhia disponíveis para livre negociação).

A vantagem apresentada pelo grupamento, no entendimento do head de análise, foi justamente melhorar o fluxo. A companhia atualmente não integra Ibovespa nem demais índices desde a recuperação judicial. Ainda assim, o grupamento poderia garantir a permanência da companhia em negociação na própria B3, que veda a negociação de companhias com papéis abaixo de R$ 1 por mais de 30 pregões seguidos.

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