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Após IPCA-15, economistas reforçam projeção que Copom vai acelerar alta de juros

Além de prévia da inflação ter superado as estimativas, por conta dos efeitos do clima, métricas de serviços e núcleos mostram que pressões estão mantidas, dizem especialistas; BC deve elevar juros em 0,50 p.p.

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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O dado do IPCA-15 de outubro não só veio um pouco acima das projeções de analistas como a análise mais detalhada dos números apontou para uma pressão maior dos preços dos serviços nas expectativas. Com isso, os economistas dizem que foi reforçada a tendência de que o Banco Central vai acelerar o ritmo de alta da Selic para 0,50 ponto percentual em novembro – e eventualmente também na reunião de dezembro.

Segundo o IBGE, a prévia da inflação oficial ficou em 0,54% em outubro, após mostrar variação de 0,13% em setembro. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71%, e, no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,47%.

A XP destaca em análise que o IPCA-15 sofreu impacto ativação da ‘bandeira vermelha 2’ nas tarifas de energia elétrica, com alta mensal de 5,3%, e que houve forte aceleração dos preços da alimentação fora de casa – com evolução de 0,66%, acima da projeção de 0,39%, refletindo o recente pico nos preços dos alimentos.

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Mas os dados trouxeram outros detalhes preocupantes no mês, como a variação de 0,59% nos serviços essenciais, acima da expectativa de 0,44%. Além disso, a XP lembrou que a métrica trimestral anualizada e ajustada sazonalmente subiu de 4,2% para 4,7%.

Nessa medida trimestral o núcleo “Ex3”, que exclui serviços subjacentes e industriais, está agora em 4,2%, seu maior nível desde julho de 2023.

“Em geral, os números de serviços reforçam nossa visão de uma deterioração nos próximos meses na esteira da sólida demanda doméstica, do mercado de trabalho apertado e das expectativas de inflação não ancoradas”, comenta a XP em sua análise.

Para a XP, no geral, o IPCA-15 de outubro reforça a tendência de deterioração da inflação brasileira. Não apenas porque as métricas mais relevantes para a condução da política monetária vieram acima das expectativas, mas também porque os fundamentos – expectativas, dados do mercado de trabalho, demanda doméstica e taxa de câmbio – indicam que a inflação não convergirá sem uma resposta de política monetária apropriada.

“Considerando o cenário desafiador, nossa estimativa de 4,6% para o IPCA de 2024 tem um claro viés de alta.”

Na opinião do Itaú, ao contrário das últimas leituras, a quebra da inflação foi pior na margem, com uma aceleração dos serviços subjacentes. “Já esperávamos esse movimento, refletindo o mercado de trabalho apertado, uma vez que o efeito da deflação nos ingressos de cinema e nos seguros de veículos havia passado. Os industriais subjacentes também continuaram a acelerar, em linha com as expectativas, devido à taxa de câmbio mais depreciada.”

Núcleos e difusão piores

Já economista sênior do Inter, André Valério, destacou a reversão no mês da deflação de despesas pessoais, cujo resultado em setembro foi influenciado por campanhas de desconto em atividades de lazer. E  observou ainda a aceleração nos gastos com saúde, devido ao reajuste autorizado pela ANS nos planos de saúde.

“Com isso, observou-se pressões sobre a inflação do núcleo e da inflação de serviços. O núcleo acelerou de 0,17% em setembro para 0,43% em outubro, enquanto a inflação de serviços avançou de 0,17% para 0,27%, refletindo avanços de 1,50% na inflação de itens administrados e 0,59% dos serviços subjacentes”, detalhou.

Entre outras pioras nas principais métricas, ele citou o índice de difusão, que avançou de 55% para 58%.

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“Além das pressões dos itens voláteis como energia e alimentos, observa-se pressão vinda dos serviços, mas muito em parte por questões pontuais, como reajuste dos planos de saúde.”

Valério acredita que na próxima reunião, o Copom deve elevar a Selic em 0,50 ponto percentual. “A expectativa agora é para eventuais ajustes fiscais que o governo possa implementar passada as eleições, principalmente no lado da contenção de gastos, que, se ocorrer, ajudará a desacelerar o PIB e retirar pressões da inflação”, comentou.

Para Helena Veronese, economista chefe da B.Side Investimentos, não seria exagero dizer que a inflação de outubro foi uma inflação fortemente impactada pelas condições climáticas mais severas.

“A falta de chuvas fez com que a Aneel acionasse a bandeira tarifária mais cara para a conta de luz residencial, ao mesmo tempo em que segue prejudicando lavouras e pastos, o que já se reflete nos preços de carnes”, explicou, destacando que o IPCA-15 de outubro capta de maneira bastante clara este movimento, que levou o acumulado em 12 meses ao maior patamar desde fevereiro deste ano.

Ela também alertou que, após 2 meses em queda, a inflação de 12 meses voltou a acelerar, se aproximando do teto da meta – de 4,5% – o que pode servir de argumento para uma política monetária mais dura. Ou ao menos para a manutenção da cautela que tem sido observada.

“Outro ponto de alerta diz respeito às principais medidas de núcleos, aos serviços e aos bens industriais: todos estes grupos apresentaram aceleração na margem, enquanto no acumulado em 12 meses apenas serviços arrefeceram”, disse.

“Ou seja, a despeito de a inflação de outubro ter sido em grande parte impactada pelas condições climáticas, houve, sim, uma composição qualitativa pior do que a que vinha sendo observada nos meses anteriores.”

Para ela, se antes deste IPCA-15 o cenário de política monetária do mercado e dos economistas já contemplava uma aceleração no ritmo de altas da taxa Selic, a inflação deste mês consolida tal visão.

“Em um ambiente já deteriorado por conta de um cenário fiscal delicado e desancoragem das expectativas, um indicador de inflação mais forte, ainda que com causas bastante claras e possivelmente temporárias, definitivamente não ajuda.”

Para Igor Cadilhac, economista do Pic Pay, praticamente todas as composições apresentaram uma aceleração acima do previsto. Além disso, as expectativas futuras continuam sendo um dos principais desafios. “Diante desse cenário, do ponto de vista da política monetária, o Copom deverá acelerar o ritmo e optar por uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião de novembro.”

Essa também é a opinião de Claudia Moreno, economista do C6 Bank, que destacou a piora da inflação de serviços subjacentes, que voltou a acelerar após um setembro mais brando.

“Acreditamos que a inflação de serviços deve continuar pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e por ganhos salariais acima da produtividade. Fatores climáticos, como a seca, também devem continuar pressionando alguns itens, como a conta de luz e o preço das carnes nos próximos meses”, comentou.

Segundo ela, os dados do IPCA-15 de hoje reforçam a visão de que Copom precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,50 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro. “Projetamos Selic em 11,75% ao final de 2024 e de 10% ao final de 2025.”

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GLEBA PALHANO | economia | invistaja.info – Após IPCA-15, economistas reforçam projeção que Copom vai acelerar alta de juros

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