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palavras-chave: As 6 ações brasileiras para ganhar com as tarifas nos EUA, segundo a XP; invistaja.info;
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O anúncio de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de novas “tarifas recíprocas” no dia 2 de abril (ou o “Dia da Libertação”) , abalou os mercados pelo mundo e representou mais um passo para a escalada de uma guerra comercial global.
Porém, a tarifa-base de 10% estabelecida para o Brasil (a mínima estabelecida para os mais diversos países) foi vista como positiva em termos relativos para o país, ainda que a medida no geral seja vista como negativa em termos absolutos.
Em relatório, Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de research da XP, e equipe apontam que setores exportadores de commodities, como o Agro, podem se beneficiar de uma guerra comercial, além de haver uma expectativa de aumento nos investimentos chineses em infraestrutura no Brasil e na América Latina.
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Além disso, reforçam a visão de que as tarifas impostas ao Brasil foram mais brandas do que as direcionadas a outros países. “No entanto, permanecem riscos relevantes, como a tarifa base de 10% sobre todas as importações, que pode afetar importantes produtos exportados para os EUA”, avaliam os estrategistas da XP.
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Além disso, também há risco de barreiras comerciais derivadas do fortalecimento da relação estratégica entre Brasil e China, além da possibilidade de que uma guerra comercial prolongada gere uma desaceleração mais aguda da economia americana e global — isso seria um fator negativo para ativos de risco em geral, inclusive os brasileiros.
Assim, os estrategistas ressaltam preferência por ações de empresas com produção baseada nos EUA, proteções contra inflação, exposição a exportadoras (caso o “excepcionalismo americano” persista) e a certos exportadores de grãos.
Os estrategistas possuem uma carteira de ações chamada “cesta XP de tarifas dos EUA”, que conta com 6 nomes: de SLC Agrícola (SLCE3), BrasilAgro (AGRO3), Gerdau (GGBR4), Aura Minerals (AURA33), Unipar (UNIP6) e Rumo (RAIL3). Desde sua criação, a carteira acumula retorno de +7,79% contra 3,16% do Ibovespa.
Confira abaixo a carteira da XP para ganhar com tarifa dos EUA:
Veja os pontos positivos e os pontos negativos vistos pela XP com as tarifas anunciadas por Trump:
Pontos positivos:
• Setores exportadores de commodities, como o Agro, podem se beneficiar de uma guerra comercial, uma vez que os países tendem a retaliar as medidas dos EUA.
Os estrategistas ressaltam que, entre 2018 e 2020, durante a guerra comercial entre EUA e China, a demanda chinesa por commodities migrou dos EUA para o Brasil, beneficiando produtos como soja e milho.
Na última semana, por sinal, o presidente Lula visitou o Japão e firmou, junto ao primeiro-ministro Ishiba, medidas para abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira. Em 2024, o Japão importou cerca de 40% de sua carne bovina dos EUA via o acordo USJTA – isso pode mudar após o anúncio das tarifas sobre as importações globais de automóveis.
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• Foco maior da China em investimentos estratégicos em infraestrutura no Brasil e na América Latina.
A China ampliou, desde o ano 2000, significativamente seu investimento estrangeiro direto na região, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 16,3% em 20 anos, somando US$ 73,3 bilhões em investimentos em infraestrutura no Brasil entre 2007 e 2023, distribuídos em 264 projetos, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
• As tarifas sobre o Brasil menos severas em comparação com o restante do mundo.
Para os estrategistas, isso pode posicionar o país como menos exposto ao risco tarifário, favorecendo a continuidade da rotação de fluxos de capital para fora dos EUA.
Pontos negativos:
• A tarifa base proposta de 10% sobre todas as importações pode impactar os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA. Dentre eles, petróleo bruto, aço semiacabado e café.
“Embora tenham ocorrido isenções anteriores, como no âmbito da Seção 232 do Trade Expansion Act (que impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio) em troca de cotas para as exportações brasileiras, e suspensões temporárias das tarifas sobre o etanol entre os dois países, não está claro se o Brasil conseguiria negociar novamente essas isenções”, avalia a equipe de estratégia.
Confira os 5 principais produtos que o Brasil exportou para os EUA em 2024 pela agregação HS4 (US$ bi):
• Fortalecimento das relações estratégicas entre Brasil e China pode gerar barreiras comerciais.
Os estrategistas ressaltam o histórico dos EUA de adoção de medidas comerciais contra o Brasil, como disputas anteriores envolvendo tarifas sobre o aço e cotas para o etanol. Uma maior aproximação entre Brasil e China pode afetar os fluxos comerciais e de investimento direto.
“Embora atualmente não haja indícios de que o Brasil seja foco imediato de mudanças na política comercial ou externa dos EUA, o cenário geopolítico em evolução reforça a necessidade de uma abordagem cautelosa e estratégica”, avaliam.
• Uma guerra comercial prolongada pode levar a uma desaceleração mais aguda nas economias dos EUA e global.
Isso, apontam os estrategistas, representa uma ameaça para os ativos de risco globais, incluindo por meio da volatilidade, menor apetite por risco por parte dos investidores e preços mais baixos das commodities, especialmente se a economia dos EUA entrar em recessão. Isso é um resultado negativo para os ativos de risco em geral, incluindo o Brasil.
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