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As ações da gigante de comércio eletrônico Alibaba (BABA34), listadas na Nasdaq, estão numa trajetória de recuperação após um período de desvalorização constante que começou ainda em 2020. Os papéis já valorizaram mais de 50% em 2025, num rali que bateu a marca de US$ 100 bilhões, segundo reportagem da CNBC.
A reviravolta é muito creditada à recuperação da imagem de Jack Ma, cofundador da empresa, junto ao governo chinês, após vários embates sobre o que ele considerava um excesso de regulações. E já era esperada: no ano passado, um artigo publicado pela Baron’s já colocava o Alibaba como umas 9 ações para comprar em 2025.
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O texto dizia que a gigante chinesa poderia muito bem ser o investimento mais barato em e-commerce e computação em nuvem no mundo. Na ocasião, a ação estava em cerca de US$ 89; agora, é negociada em torno dos US$ 130.
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Em relatório recente, 16 analistas de Wall Street estabeleceram um preço-alvo de 12 meses de US$ 165,61 para as ações, com estimativas variando de US$ 140 a US$ 190 – sugerindo um potencial de alta de 22%.
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Veja abaixo alguns pontos importante para considerar nessa recuperação:
A queda
Os problemas começaram por volta de outubro de 2020, quando Jack Ma fez fortes comentários direcionados ao regulador financeiro da China. Seu grupo estava no auge, acelerando sua internacionalização, ilustrada pela oferta pública inicial (IPO) do Ant Group, empresa de tecnologia financeira por trás do Alipay, um dos sistemas de sistemas de pagamento móvel mais usados pelos chineses. Só que o IPO que levantaria mais de US$ 34 bilhões em Xangai e Hong Kong foi cancelado dois dias antes da listagem, exatamente pelos alegados problemas no ambiente regulatório chinês. Jack Ma entrou na mira do governo exatamente quando a pandemia de Covid-19 atingiu seu ponto máximo e a concorrência, como a da Pindooduo (Temu) passou a incomodar sua empresa.
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Remodelação
Em março de 2023, o Alibaba apostou em tentar conquistar mais agilidade e tomou a decisão de se dividir em seis grupos de negócios separados, cada um com a capacidade de levantar financiamento externo e até abrir o capital. Na sequência, o CEO e presidente Daniel Zhang teve sua função encolhida para cuidar apenas do negócio de computação em nuvem, sendo definitivamente afastado três meses depois. O jovem Eddie Wu se tornou CEO e Joe Tsai, outro cofundador da empresa, assumiu o papel de presidente. Sob esse novo comando, a inteligência artificial passou a estar no centro das apostas.
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E o Alibaba passou a adotar uma “mentalidade de startup”, para acompanhar a concorrência. Tsai disse que ele e Wu decidiram que a primeira coisa que precisavam fazer era “simplificar a empresa”. “Em vez de falar sobre o Alibaba como seis unidades de negócios diferentes, falamos sobre nós mesmos como tendo dois negócios principais – comércio eletrônico e computação em nuvem”, disse Tsai em entrevista.
Reaproximação com o governo
Jack Ma saiu dos holofotes depois de ter se tornado muito vocal, a ponto de ser considerado um garoto-propaganda contra o excesso de controle governamental sobre o poder das empresas privadas e dos empresários. Mas seu afastamento coincidiu com a queda no valor das empresas de tecnologia e, devagar, começou uma reaproximação, uma vez que o governo diminuiu a pressão conforme a economia foi perdendo força após a pandemia. O presidente Xi Jinping passou a incentivar publicamente os empresários e fez até uma reunião recente com eles, encontro que teve a presença de Jack Ma. O Alibaba se sentiu seguro o suficiente para, em fevereiro, anunciar um investimento de mais de US$ 50 bilhões em infraestrutura de IA nos próximos três anos.
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Inteligência artificial
É nesse ponto de avanço nos projetos de IA que estão as maiores apostas de crescimento do Alibaba junto a investidores. O tema foi bastante impulsionado pela euforia em torno do DeepSeek, que voltou os olhos de todos nos mercados globais para os gigantes da tecnologia na China. A CNBC lembra que o Alibaba está entre os líderes nesse campo que, ainda em 2023, pouco depois do ChatGPT, a empresa lançou seu primeiro modelo de IA chamado Tongyi Qianwen, ou Qwen.
A empresa com sede em Hangzhou avançou em lançamentos que permitem tarefas como geração de vídeo, texto e imagem a partir de prompts do usuário. E o Alibaba tornou seus modelos de código aberto, ou seja, qualquer pessoa pode baixá-los e desenvolvê-los. O Alibaba também está aprofundando seu impulso de IA, usando chips domésticos da Huawei e sua divisão de semicondutores para reduzir os custos de desenvolvimento de IA em 20%.
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E os lucros?
O Alibaba reportou um lucro líquido de 48,9 bilhões de yuans (US$ 6,7 bilhões) no 4º trimestre de 2024, ultrapassando as projeções de lucro de 40,6 bilhões de yuans e superando em muito os 14,4 bilhões de yuans do ano anterior. A receita somou 280,2 bilhões de yuans (cerca de US$ 38 bilhões), superando ligeiramente as estimativas. O Cloud Intelligence Group do Alibaba registrou um aumento de receita de 13% ano a ano, para 31,7 bilhões de yuans (US$ 4,3 bilhões), impulsionado exatamente pelo crescimento relacionado à IA. O CEO Eddie Wu enfatizou essa expansão agressiva em IA da empresa, observando que os investimentos planejados em nuvem e infraestrutura de IA nos próximos três anos superarão os gastos da última década.
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(Com CNBC, Barron’s, Asia Tech Review e CCN.com)
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REFLEXÃO: Eddy Elfenbein, dono do site Crossing Wall Street: Seja paciente e ignore modismos. Foque no valor e não entre em pânico.
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