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Edição MarketMsg e invistaja.info
palavras-chave: Ata do Copom reforça cenário de maior cautela, mas não indica mudança de estratégia pelo BC; invistaja.info;
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ListenToMarket: Ata do Copom reforça cenário de maior cautela, mas não indica mudança de estratégia pelo BC – Áudio gerado às: 12:1:11
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Trazendo mais detalhes sobre as preocupações apenas pinceladas no comunicado que se seguiu à decisão do Copom da semana passada – em que reduziu a Selic de 12,75% para 12,25% ao ano – a ata da reunião do Banco Central divulgada nesta terça-feira (7) foi considerada mais hawkish (dura, mostrando preocupação com a inflação), mas sem alterar os planos da autoridade monetária para a Selic.Após a divulgação do documento, a XP reforçou a projeção para a Selic acima do consenso de mercado em 2024 – “projetamos a taxa básica de juros em 11,75% no final de 2023 e 10,00% no final de 2024″, avalia.Os economistas da casa, Alexandre Maluf e Rodolfo Margato, apontam que, de alta relevância, o Copom enfatizou que o ambiente global é adverso, em linha com o aumento das taxas de juros de longo prazo nos EUA, a persistência de núcleos de inflação acima da meta em muitos países e novas tensões geopolíticas.Nesse sentido, o documento diz que o comitê discutiu os efeitos dos juros altos nos EUA “via diferencial de juros, prêmio a termo na curva de juros, demanda externa, câmbio, taxa neutra de juros, preço das commodities, entre outros”. A partir disso, o Copom “avalia que é apropriado adotar uma postura de maior cautela diante dos riscos envolvidos”.Sobre a atividade econômica doméstica, “o Comitê segue antecipando uma desaceleração da atividade econômica ao longo do segundo semestre, após as surpresas no crescimento observadas no primeiro semestre”. Além disso, avalia o mercado de trabalho como dinâmico, com contratações formais de emprego em níveis elevados. Dito isso, a autoridade monetária cita “que não há evidência de pressões salariais elevadas nas negociações trabalhistas, mas julgou que é importante seguir monitorando com bastante atenção as diferentes variáveis do mercado de trabalho”.Em relação à inflação corrente, o documento reconheceu a dinâmica benigna do atual processo de desinflação, mas destacou que “esgotam-se algumas fontes de desinflação que contribuíram para o primeiro estágio da desinflação. Em particular, nota-se uma menor pressão baixista dos preços de atacado de bens industriais…” e os preços agrícolas “já não sugerem pressões baixistas tão pronunciadas nos próximos trimestres”. Apesar das boas notícias no curto prazo, o documento reforçou que “[a]s expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação”.Além disso, destacou que o “fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário” são chave para as expectativas de inflação – observe que a palavra “fiscal” foi adicionada na frase. No décimo parágrafo, incluiu “disciplina fiscal” como causa para a elevação das taxas de juros neutras. Também, a ata aponta que “…no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco.” e manteve a mensagem sobre a “importância da firme persecução dessas metas [fiscais]”.“Chamamos atenção que ‘[u]m membro avalia que o cenário externo introduz um viés assimétrico altista no balanço de riscos para a inflação. Os demais membros avaliam que o cenário internacional afeta primordialmente o grau de incerteza relativo ao balanço de riscos. O Comitê é unânime em avaliar que o aumento da incerteza no cenário global exige cautela’”, destacam os economistas.Assim, considera que “ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”.Para o economista Matheus Pizzani, da CM Capital, o destaque do comunicado ficou por conta da atenção dada pelo comitê à situação atual da economia internacional, marcada tanto por tensões no campo geopolítico quanto pelos desdobramentos da política monetária das economias desenvolvidas, especialmente no caso dos Estados Unidos. A interpretação dos principais fenômenos foi majoritariamente negativa, com o Copom avaliando diversos canais de transmissão da política monetária internacional para a economia brasileira, com a maior parte destes mecanismos sinalizando possíveis impactos negativos sobre a dinâmica interna a partir de um nível de juros mais elevado lá fora.“Situação oposta aconteceu quando da interpretação do comportamento da economia doméstica, cujo conjunto dos indicadores caminhou muito mais em linha com o que esperava o comitê. Neste sentido, destaque para o comportamento dos indicadores de atividade do mês de agosto, que em sua maioria reforçaram a perspectiva de desaceleração do crescimento econômico, componente importante do cenário base do Copom, assim como os dados de crédito e, especialmente, a trajetória do núcleo da e inflação”, aponta.Para o analistas, o ponto de maior controvérsia foi o mercado de trabalho, cujo comportamento é passível de interpretações mistas a depender do objeto de análise. Se por um lado existe um processo de arrefecimento do número de vagas aberta em curso, o baixo nível do desemprego e o comportamento dos salários reais – que apresentaram ganhos nos últimos meses – podem trazer alguma dúvida acerca de possíveis impactos inflacionários por parte do consumo das famílias, avalia.Chama atenção ainda que, na visão do economista, ao contrário do que muitos imaginavam, a questão fiscal ocupou espaço apenas marginal no corpo do documento, com o comitê reforçando sua posição favorável à manutenção das metas estabelecidas pela Nova Regra Fiscal (NRF) e a necessidade de que as mesmas sejam perseguidas no decorrer dos próximos anos, tendo em vista o impacto desta variável especialmente para as expectativas de inflação de longo prazo, componente central para o cenário e projeções do Banco Central e que pode, de fato, impactar a dinâmica da política monetária.“Canais de comunicação entre expansão dos gastos e o nível da inflação não foram mencionados, algo condizente com a realidade da teoria macroeconômica, tendo em vista que a conjuntura atual não é marcada por despesas de caráter inflacionário por parte do governo , que não compete com o setor privado seja pelo consumo de bens e serviços ou mesmo por crédito no mercado doméstico e internacional”, avalia.Para o Bank of America, a ata enfatizou os efeitos defasados do ciclo de aperto monetário e do aperto do crédito local. As expectativas de inflação acima da meta e a continuidade da desinflação foram apontadas como os principais pontos para o corte de 50 pontos-base da Selic. “Mantemos nossa projeção de cortes de 50 pontos-base por reunião, com a Selic atingindo 11,75% até 2023 e 9,50% até 2024”, afirma.Também na visão do Itaú, a ata da reunião do Copom indica, assim como o comunicado, disposição em manter o atual ritmo de flexibilização de 50 pontos-base nas próximas reuniões – ou seja, pelo menos em dezembro e janeiro.“Mas o texto apresenta várias indicações mais agressivas, incluindo a preocupação com as expectativas de inflação desancoradas, uma visão de uma desinflação mais lenta no futuro, uma possível fraqueza do real devido ao ambiente externo, uma derrapagem orçamental e um hiato do produto mais reduzido, o que, curiosamente, parece ter impacto na previsão para 2025. Em suma, o texto confirma que nas próximas reuniões haverá cortes de 50 pontos-base e, depois disso, a comissão poderá reavaliar a sua posição”, afirmam os economistas do banco.Dito isso, o Copom fez suas projeções com o dólar a R$ 5,00, e agora ele está sendo negociado em torno de 4,90. “Apenas esta mudança pode muito bem levar a uma previsão de inflação mais baixa na próxima reunião, o que tornará um pouco mais difícil para o comité manter a sua tendência algo agressiva. Esperamos que o comitê reduza a taxa Selic para 11,75% aa na reunião de dezembro, e para 9,50% ao ano em 2024”, projeta o banco.
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BRASIL | economia | invistaja.info – Ata do Copom reforça cenário de maior cautela, mas não indica mudança de estratégia pelo BC
REFLEXÃO: Tim Hanson, da Motley Fool: Compre ações impressionantes por preços que não refletem sua grandiosidade.
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