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BB (BBAS3) provisionou total da dívida de Americanas (AMER3) após varejista adiar balanço

Os números da varejista em recuperação judicial serão divulgados na segunda-feira (13)

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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UBBR3 | Liq.2meses: 0.0 | Mrg.Liq.: 0.0 | ROE: 0.0033 | Cresc.5anos: 0.1058 | PSR: 0.0 | P/VP: 4.77

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A decisão do Banco do Brasil (BBAS3) de adicionar R$ 507 milhões às provisões referente à dívida da Americanas (AMER3) foi tomada depois que a varejista adiou a divulgação de seus resultados referentes ao ano de 2022.“A gente sempre fez uma avaliação por perda esperada, com os dados que tínhamos a disposição. […] Ocorre que, no caso do Banco do Brasil, o saldo dessas operações começou a ficar atrasado em junho e passou a ficar atrasado acima de 90 dias em setembro”, afirmou Felipe Prince, vice-presidente de controles internos e gestão de risco.Prince admite que o processo acabou sendo mais moroso do que o banco estimava. Entretanto, “a morosidade foi benéfica” aos bancos. “A proposta de capitalização inicial era de R$ 7 bilhões e depois de exaustivas negociações que nós participamos ativamente, esse aporte de capital subiu para 12 bilhões.”Com a divulgação do balanço de Americanas adiada, o banco decidiu por provisionar integralmente o valor da dívida da varejista, que é de mais de R$ 1 bilhão. Por enquanto, a instituição financeira prefere não contar com uma reversão dessa provisão.“Parte dessas R$ 12 bilhões que serão aportados vão para pagamento à vista dos credores, mas alguns passos tem que ser percorridos, sendo o primeiro deles a publicação do balanço”, explicou Prince.“Uma vez que o plano seja aprovado na assembleia de credores, aí sim dá-se seguimento à implementação de condições. E se nisso recebermos a uma parcela dos recursos para recebimento à vista, a reversão acaba sendo automática. [..] Ainda há uma desafio temporal a ser percorrido.”A expectativa é que essa solução ocorra entre o primeiro e o segundo trimestres do ano que vem.Banco do Brasil: resultados históricosO impacto de Americanas, contudo, não deve impedir que o BB feche o ano com resultado histórico. O guidance do banco aponta para lucro líquido entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões no acumulado de 2023. Nos nove primeiros meses do ano, o BB acumula lucro de R$ 26,1 bilhões, cifra recorde para o período.“Nós acreditamos que estamos caminhando para entregar para os nossos acionistas o maior lucro da história do Banco do Brasil, totalmente em linha com esse guidance, da ponta média e até um pouco mais, se aproximando da ponta alta”, afirmou Geovanne Tobias, vice-presidente financeiro e de relações com investidores do BB.O recorde atual é referente ao ano de 2022, quando o lucro ajustado do BB chegou a R$ 31,8 bilhões.O banco ainda trabalha no orçamento de 2024 e só deve divulgar o guidance para o próximo ano em fevereiro, na próxima leva de balanços.“Nós vislumbramos sim a continuidade da nossa carteira, é possível crescer entre um dígito alto e um dois dígitos baixos. Não estabelecemos o que a gente pretende de guidance, mas percebemos, com o que recebemos das áreas […] um ambiente mais benigno com redução de taxa de juros”, afirmou o CFO.“Uma vez que você melhora a condição de pagamento das famílias e das empresas, você tem capacidade de retomar crédito com esses agentes.”JurosO Banco do Brasil tem reduzido juros em algumas de suas linhas de crédito quase que de forma simultânea aos cortes que a Selic vem sofrendo. Mas, o CFO do banco garantiu que essas decisões são técnicas e não sofrem interferência política.“Todos os ajustes [de juros] são técnicos e levam em consideração a redução do custo do dinheiro em função do corte da Selic”, afirmou. “Estamos olhando oportunidades e linhas que podemos melhorar as condições de preço.”Em relação aos lucros, a expectativa é de crescimento de um dígito alto para 2024, mantendo a tendência de resultados anuais recordes, e de margens financeiras no mínimo estáveis.“Esperamos um crescimento ‘high single digit” (um dígito alto) para os earnins (lucros)”, disse Tobias em teleconferência para analistas.A expectativa é de crescimento mesmo com uma menor contribuição da operação na Argentina (Banco Patagônia). O banco vê como oportunidades o consignado na pessoa física e o agronegócio, principalmente. O executivo afirmou ainda que mesmo com a redução dos juros, tem sido possível manter os spreads, o que beneficia a margem financeira.“Claro que temos que olhar a questão externa (…), mas a cada um ponto percentual de redução na taxa básica (Selic), a gente tem um ganho de uns R$ 90 milhões na margem. E mesmo com os juros menores, o mix de produtos e o crescimento tem permitido manter o nosso spread, até com um leve crescimento. Não temos perspectivas de redução das margens para 2024¨, disse.Cartão de crédito e consignadoQuestionado sobre as discussões em torno de uma possível extinção do parcelamento sem juros em compras no cartão de crédito, Tobias foi enfático em defender o mecanismo.“Não podemos matar esse instrumento valioso na vida das pessoas”, afirmou.“O mercado de cartões é maduro, existe no país há décadas e não dá para, simplesmente, acabar com um mecanismo que os brasileiros utilizam de uma maneira corriqueira e que os ajuda na realização de sonhos de compra”, defendeu o CFO.Tobias explica que o banco sempre privilegiou o parcelado sem juros em detrimento do rotativo, que equivale a 11% de todo o crédito de cartão do Banco do Brasil. Atualmente, metade do faturamento com cartão é pago a vista e o restante está em parcela de até seis vezes sem juros.Segundo o CFO, a discussão atual reflete também o crescimento indiscriminado de cartões de crédito que foram distribuídos por novos entrantes sem uma avaliação adequada de capacidade de pagamento dos clientes.“E agora a discussão está sendo restrita a parcelar a taxa de juros ou reduzir o parcelamento sem juros. Então acaba se jogando o peso da decisão nas costas do cliente e a gente não acha que essa seja a melhor solução.”Quando perguntado se o BB tem intenção de crescer em cartões de crédito, Tobias disse que há outras prioridades.“O que queremos crescer é no consignado, principalmente o privado, que é o nosso foco”, afirma. De acordo com Felipe Prince, o Banco do Brasil possui 20% do mercado nacional de consignado, mas sobretudo o público.“A gente vem, sim, com uma estratégia bastante agressiva de avançar no consignado INSS. […] A gente tem 10% dessa carteira, mas a gente acredita que nossa fatia justa é um pouco além disso. E o consignado privado a gente praticamente não participa. Então é uma estratégia que a gente vai desenvolver para 2024”, afirmou Prince.“A gente tem 20% do [consignado] público – quem sabe a gente não tenha 20% do INSS e 20% do privado?.”Inadimplência e payoutTobias, vice-presidente de gestão financeira, afirmou que apesar da elevação da inadimplência (atrasos acima de 90 dias), o pior já ficou para trás no segmetno de pessoa física.“Na pessoa física, o ápice da inadimplência foi em dezembro de 2022”, disse durante teleconferência com analistas.Ao final do terceiro trimestre, a inadimplência nesse segmento foi de 5,02%, ante 5,25% em setembro de 2022 e 5,27% do segundo trimestre anterior. Já em dezembro de 2022, a inadimplência estava em 5,44%.A taxa de inadimplência total do banco ficou em 2,81% no terceiro trimestre, ante 2,34% 12 meses antes e 2,73% no trimestre anterior.Segundo o executivo, sem a Americanas, a inadimplência seria de 2,63% no terceiro trimestre de 2023, ante 2,65% no trimestre anterior.O executivo afirmou ainda que o banco estudará com cautela uma eventual elevação do payout (fatia do lucro que é distribuída aos acionistas), atualmente em 40% – mínimo exigido pela legislação é de 25%.“Há toda uma discussão sobre a Reforma Tributária e o que vem na esteira, que é o JCP (juro sobre capital próprio). Uma mudança no JCP vai impactar o lucro dos bancos. (…) Eu também estou financiando a expansão do meu crédito com a geração de lucro. Eu não diria que é impossível aumentar o payout, mas vamos estudar de maneira muito cautelosa”, afirmou o executivo em teleconferência com analistas.O JCP é um mecanismo usado por grandes empresas que permite que a remuneração (distribuição de lucros) aos acionistas seja enquadrada como despesa – e, assim, abatida do Imposto de Renda (IR).

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REFLEXÃO: Morgan Housel: Se preocupe somente quando você achar que tiver tudo resolvido.

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