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Com 100 dias de guerra entre Rússia e Ucrânia, petroleira lidera ganhos da bolsa

Companhias de commodities viram suas margens cresceram enquanto as que consomem esses produtos foram pressionadas

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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RAIZ4 | EV/EBIT: 15.7 | P/Cap.Giro: 9.84 | EV/EBITDA: 7.42 | P/ACL: -2.1 | Div.Brut/Pat.: 1.51 | DY: 0.0

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Sem uma sinalização de que esteja perto de acabar, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que completa 100 dias, vem impactando a economia mundial, o que se reflete nos ativos listados na bolsa de valores. Em especial, os preços das commodities, sejam energéticas, metálicas ou alimentares, sofrem grande valorização.

Em meio a essa valorização, algumas empresas destes segmentos acabaram ganhando destaque em termos de valorização de suas ações.

Segundo levantamento realizado na plataforma Economatica, considerando o preço das ações no dia anterior ao início do conflito e os do fechamento desta quinta-feira (2), mostra que as ações da 3R Petroleum foram as que mais se valorizaram no período de 100 dias, subindo 53,72%.

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“O petróleo começa o ano em US$ 78 e agora está a US$ 120. Com isso, grande parte da alta da 3R Petroleum se dá por conta do avanço do preço da commodity, de quase 50%”, comenta Flavio Conde, head de renda variável da Levante Investimentos.

A Rússia, lembra o gestor, produz cerca de dez milhões de barris por dia e exporta cerca de cinco milhões. “Quando a Europa vira e fala que irá comprar menos petróleo da Rússia, o segundo maior produtor do mundo, há consequências. É necessário buscar esse produto de outros fornecedores”, explica.

Nesta semana, a União Europeia que já havia anunciado que diminuiria a sua importação do petróleo russo em 1,5 milhão de barris anunciou outra queda da mesma proporção.

Para além do problema da oferta, a guerra na Ucrânia se deu de forma concomitante ainda com a retomada econômica após o período mais crítico da pandemia, ou seja, enquanto a demanda estava aumentando.

“80% da alta da 3R, creio, é por conta da alta do petróleo. O restante se deu pois houve uma migração de investidores da Petrobras (PETR3;PETR4) para essa companhia. Investidores viram que a estatal estava demorando para repassar preços e optaram por alocar parte dos investimentos nas juniors do setor de petróleo”, diz.

A PetroRio (PRIO3), outra companhia junior do setor de petróleo, viu sua ação avançar 15,31% nos últimos 100 dias, também beneficiada pela alta da commodity e pela questão da Petrobras. A própria estatal, mesmo com toda a polêmica de sua política de preços e troca da diretoria, conseguiu acumular alta de quase 9%.

Outra empresa listada que acabou se beneficiando da Guerra da Ucrânia foi a SLC Agrícola (SLCE3), que figura em quarto lugar entre as maiores altas do Ibovespa.

A companhia é uma grande produtora de soja, milho e algodão, commodities que também dispararam por conta do conflito, uma vez que o país invadido é um dos maiores produtores de grãos do mundo.

“O algodão está subindo no ano 24%, o milho, 23%, e a soja, 30,09%. Tudo isso em dólar. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia são produtores desses produtos agrícolas e, com a guerra, passaram a produzir e a exportar menos”, justifica Conde.

De maneira geral, qualquer pressão em uma commodity agrícola acaba também pressionando as demais, isso porque quando o preço de um alimento salta as pessoas tendem a buscar outras opções.

Confira as 10 ações que mais subiram nos últimos 100 dias:

Do outro lado, companhias dependentes de commodities

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Se as empresas que vendem commodities surfaram com a alta dos preços, aumentando margens de lucro, as companhias que utilizam esses produtos em sua cadeias de produção não tiveram a mesma sorte.

“Até o momento, o maior impacto que temos é nos preços das commodities e as companhias perdedoras são as que têm commodities como custo, como, quem usa grãos para ração”, pontua Pedro Galdi, analista de investimentos da Mirae Asset.

A Marfrig, por exemplo, caiu 25% nos últimos 100 dias, sendo a décima maior queda do Ibovespa do período. A BRF, por sua vez, recuou, 16,5%, sendo a vigésima maior baixa.

A mesma coisa acontece com as companhias aéreas – Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) caem, respectivamente, 31,25% e 21,38%.

“As companhias aéreas são o outro lado da alta do petróleo. 70% dos gastos variáveis de uma empresa do setor são gastos com combustíveis”, explica Conde.

De forma indireta, impacto da guerra da Ucrânia é muito maior

A alta das commodities não pesa somente nos resultados nas companhias, mas acaba gerando efeitos em toda a economia mundial e também na brasileira.

“Há um impacto nos preços ao consumidor, se formos pensar nas commodities alimentícias, e também ao produtor, com os preços do petróleo – o que acaba também respingando na população”, esclarece Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “O choque da guerra ajudou a alimentar uma inflação mais alta, combinado com os estímulos dados por conta da covid-19”.

A alta da inflação é o principal fator que vem levando bancos centrais de todo o mundo a subirem suas taxas de juros, procurando limitar a demanda através do cerceamento do crédito.

Ao se observar ainda as maiores quedas do Ibovespa, muitas empresas são do setor de tecnologia ou ligadas ao consumo de bens . O Banco Inter (BIDI11) viu suas ações caírem 42,5% nos últimos 100 dias. A Magazine Luiza (MGLU3), 35,70%. A Locaweb (LWSA3), 30,12%.

Companhias do setor de tecnologia são, normalmente, mais alavancadas, tendo mais dívidas, e tendem a ter mais gastos com essas quando o juros aumenta. Empresas de varejo, do outro lado, dependem diretamente do acesso mais fácil a crédito para venderem mais.

“A guerra na Ucrânia é um risco global. os bancos centrais terão que conter a inflação crescente e a resposta será com um aumento de juros”, pontua Galdi.

O conflito no leste europeu não é o único fator que leva a alta dos juros, mas é parte da explicação e é também parte daquilo que pesa sobre várias companhias brasileiras.

Do lado positivo, analistas veem que o Brasil, por ter iniciado seu ciclo de altas mais cedo, pode sofrer menos impacto – apesar de ele já ter se estendido levemente na comparação com as projeções do passado. “No caso do Brasil, que começou a aumentar os juros antes dos outros países, o lado positivo é que a tendência é que talvez não sejam necessárias manobras mais ousadas”, finaliza Galdi.

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REFLEXÃO: Eddy Elfenbein, dono do site Crossing Wall Street: Seja paciente e ignore modismos. Foque no valor e não entre em pânico.

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