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Como a ‘dança das cadeiras’ no governo afeta a Bolsa e a economia? Veja análises

Mudanças envolvem as Relações Exteriores, Defesa, Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério da Justiça; analistas de mercado avaliam impactos

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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BRASIL | invistaja.info — Para analistas e economistas, a saída dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores (essa última ainda não confirmada) nesta segunda-feira (29) trazem ainda mais volatilidade para a Bolsa.

À primeira vista, além do aumento da incerteza, a percepção é de que as demissões mostram que o governo está enfraquecido e o Centrão fortalecido, o que pode se traduzir em mais pressão dos parlamentares por aumento de gastos e elevação do risco fiscal.

Contudo, as perspectivas ainda dependem dos nomes que serão indicados para substituir os cargos deixados. Se forem nomes considerados mais radicais, a reação imediata do mercado deve ser negativa, mas alguns analistas dizem que as mudanças poderiam ser positivas se significassem uma “faxina ministerial” com uma clara mudança de postura nas escolhas do governo.

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Dança das cadeiras

As primeiras notícias saíram na manhã desta segunda, com fontes próximas ao Ministério das Relações Exteriores dizendo a alguns veículos que o ministro Ernesto Araújo teria pedido demissão no fim desta manhã, mas ainda sem confirmação oficial. Poucas horas depois, veio a notícia oficial sobre a demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo e do Estadão, Bolsonaro teria pedido a demissão de Azevedo e Silva, com o presidente mostrando sinais de insatisfação após Azevedo ter entrado em campo para contemporizar falas dele a respeito dos militares. Os jornais citam fontes próximas ao governo, que dizem que o presidente queria maior apoio militar, inclusive para agir contra lockdowns propostos por governadores.

A notícia da sua saída, contudo, teria surpreendido até mesmo aliados do presidente, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso.

Mas as mudanças não pararam na Defesa e nas Relações Exteriores. De acordo com o Estadão, o presidente Jair Bolsonaro deve anunciar mais duas trocas no primeiro escalão do governo: José Levi sairia da chefia da Advocacia-Geral da União (AGU) e André Mendonça deixaria o comando do Ministério da Justiça. Segundo o jornal, Mendonça deve reassumir o antigo cargo de advogado-geral da União. E o secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Torres, por sua vez, vai ser convidado para o lugar de Mendonça na Justiça.

O que esperar?

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, diz que é preciso ver quais serão os nomes indicados de fato para entender se a Bolsa vai andar de lado ou não.

“Se Bolsonaro trocar seis por meia dúzia e mudar os nomes, mas não o perfil, indicando, por exemplo, o embaixador de Paris [Luís Fernando Serra, visto como tão ou mais radical que Ernesto Araújo] vai ser ruim. Mas se for alguém como [o senador Antonio] Anastasia [PSD-MG], esse nome eu gostaria de ver”, diz. Entre outros nomes cotados para as Relações Exteriores e sugeridos pelo Senado, estão o do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL); o senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, também aponta que, se o nome que substituir Araújo for considerado “radical”, pode ser negativo para os mercados. “Precisamos ver ainda nas Relações Exteriores se não vai ser outro radical como parece que poderá ser. Mas se não for, podemos dizer que aos poucos vão caindo os ministros radicais do governo e o próximo deve ser o do Meio Ambiente [Ricardo Salles],” diz.

Já o até então ministro da Defesa deve ser substituído pelo general Walter Braga Netto, atualmente na Casa Civil, segundo apurações da XP Política. Com isso, Luiz Eduardo Ramos assume a Casa Civil e deixa aberta a vaga na Secretaria de Governo para que um político assuma. Assim, a Secretaria de Governo deve passar a ser comandada por um deputado do Centrão, cujo nome já estaria definido, segundo a apuração da XP, indo na esteira das pressões que o Planalto tem sofrido para que os parlamentares tenham mais participação no governo.

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Para Vale, da MB associados, as perspectivas são incertas em relação à pasta da Defesa. “No caso da Defesa precisamos ficar atentos sobre as razões. Em um momento tão turbulento, uma troca como essa soa estranha”, diz.

A saída de Ernesto Araújo, por sua vez, já era amplamente esperada. Parlamentares – inclusive os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – pediram abertamente sua demissão. A gota d’água teria sido um tuíte de Araújo no final de semana, no qual o ministro atacou a presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senadora Kátia Abreu (PP-TO), dizendo que a senadora fazia pressão pela sua saída porque estaria comprando os interesses chineses no leilão de 5G no país.

A reação de Kátia e dos demais senadores foi imediata e dura, inclusive com quatro deles preparando um pedido de impeachment a ser apresentado à mesa da Câmara dos Deputados.

Cruz, da RB, afirma que se os recentes episódios levassem “Bolsonaro a dar o braço a torcer” e houvesse uma mudança geral, com nomes mais respeitados pelo mercado, a Bolsa poderia inclusive subir. Mas como a incerteza é grande, ele alerta que o momento é de cautela. “É importante investidor tem parcela em ativos que não dependem muito de Brasil.”

Centrão ganha força

Em reportagem anteriormente publicada pelo (MarketMsg), analistas avaliaram que a pressão sobre o governo Bolsonaro subiu nas últimas semanas diante de três fatores: a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa eleitoral de 2022; a carta aberta dos economistas, que mostra que banqueiros e participantes do mercado financeiro desembarcaram do governo; e o recrudescimento da pandemia, que levou o Brasil a ser visto inclusive por organismos internacionais como exemplo de má gestão da pandemia.

A análise feita é de que a perda de popularidade do presidente, somada às pressões de economistas e da classe política, tem enfraquecido o presidente e fortalecido o Centrão. Quando isso acontece, os parlamentares passam a definir a pauta econômica e não mais o Executivo.

Se de fato o Centrão tomar a dianteira, a dúvida que fica é: qual seria a agenda liderada pelo Congresso? Ainda que os parlamentares tenham dado sinais de que apoiam uma pauta mais liberal, Fabio Klein, economista da Tendências, acredita que, com as eleições de 2022 se aproximando e o aumento da pressão de governadores sobre os parlamentares aliados por mais gastos e emendas, medidas de ajuste fiscal perdem espaço.

“A Tendências avalia que o espaço para reformas até 2022 acabou. Com a pandemia piorando, a economia fica ainda mais atrasada e aumenta a necessidade de proteção social. Não esperamos qualquer medida reformista, acreditamos mais em um risco e piora, com afrouxamento dos gastos e Bolsa andando de lado”, diz Klein.

Vale, da MB Associados, concorda que as reformas não devem sair até 2022. Ele também acredita que o Centrão passou a liderar a agenda econômica, com o enfraquecimento de Bolsonaro. Para ele, as trocas ministeriais só reforçam que daqui para a frente o cenário deve continuar sendo de incerteza, volatilidade e reformas travadas. “Nada mudou, o cenário continua piorando gradativamente”, diz.

Para Bruno Musa, economista da Acqua Investimentos, as trocas ministeriais, assim como a “festa das emendas” no Orçamento de 2021 e o “sinal amarelo” de Lira ao presidente Bolsonaro são todos eventos ligados ao avanço do poder do Centrão frente ao Planalto. “Com Centrão no poder, aumenta a pressão fiscal e fica claro que o país não tem diligência nenhuma sobre os gastos públicos”, diz.

Analistas acreditam que o cenário de afrouxamento de gastos, com o Centrão avançando em pautas mais eleitoreiras e se afastando da agenda de ajuste fiscal, reforça a visão de que o mercado brasileiro deve seguir de lado no curto prazo. No médio prazo, porém, o avanço da vacinação pode trazer algum alento e impulso para a Bolsa, ainda que a deterioração das contas públicas impeça um avanço mais consistente.

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REFLEXÃO: Rich Greifner, da Motley Fool: Pense a longo prazo, seja paciente e busque por retornos assimétricos.

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