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Crise cambial e juro alto: o que esperar para 3 setores da B3 no ano, segundo Goldman

Goldman Sachs ajusta previsões para empresas expostas ao câmbio e juros; instituição financeira aponta impactos em setores como energia, transporte e utilidades

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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OIBR4 | Cotacao: 8.87 | Mrg.Liq.: 1.3765 | PSR: 0.335 | Div.Brut/Pat.: -0.69 | Liq.Corr.: 0.76 | EV/EBITDA: -5.32

As empresas brasileiras, especialmente aquelas com grande exposição ao câmbio e à dívida atrelada às taxas de juros, têm enfrentado pressão após o real perder 24% de seu valor em relação ao dólar, enquanto as taxas de juros de dez anos subiram mais de quatro pontos percentuais, segundo análise do Goldman Sachs.

O banco diz que as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ainda não foram ajustadas para baixo, apesar das flutuações cambiais e da elevação das taxas de juros. Contudo, as empresas que enfrentam essa realidade já começam a ver reflexos nas suas ações, à medida que o mercado ajusta as expectativas diante das condições econômicas mais difíceis.

Setores como utilities (energia e saneamento), infraestrutura, companhias aéreas e locadoras de veículos são os mais atingidos. É que com o aumento das taxas de juros e a desvalorização do real, essas empresas enfrentam custos mais altos. Embora algumas, como Energisa (ENGI11) e Equatorial (EQTL3), tenham certa flexibilidade para repassar aumentos por meio de tarifas reguladas, sua capacidade de ajustar os preços, observam os analistas, é limitada.

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Entre as empresas de transportes, as companhias aéreas, como a Azul (AZUL4), precisam elevar tarifas em cerca de 3% para equilibrar uma desvalorização de 10% do real. O problema é que como essas empresas já venderam antecipadamente muitas passagens, esses ajustes podem ser demorados. Locadoras de veículos, como a Localiza (RENT3), também têm uma margem de ajuste nos preços para enfrentar as altas taxas de juros, mas isso pode retardar seu crescimento, de acordo com o Goldman Sachs.

Para os estrategistas, a demanda por energia e outros serviços essenciais tende a ser menos impactada pelas variações no PIB.

A Rumo (RAIL3), por exemplo, segundo eles, possui uma exposição reduzida ao custo do diesel, o que beneficia seu poder de precificação no longo prazo. Já as rodovias com pedágio são mais sensíveis ao desempenho econômico, com o tráfego de veículos crescendo em uma proporção superior ao PIB.

Nos últimos três meses, as ações de utilities caíram 13%, enquanto o Ibovespa teve queda de 8%. A conta demonstra uma diferenciação entre as empresas, com aquelas mais vulneráveis ao câmbio e à inflação sendo mais penalizadas. O banco diz que o mercado reage a essas diferenças de maneira clara, com investidores mais cautelosos em relação às ações de empresas com maior endividamento e maior exposição a variações cambiais.

O Goldman Sachs revisou as projeções para empresas brasileiras e ajustou as estimativas de acordo com as condições de juros altos e a valorização do dólar:

Óleo e gás

No setor de energia, petróleo, óleo e gás, a Petrobras teve sua previsão de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, reduzida para os anos de até 2026. O preço-alvo das ações preferenciais (PETR3) e ordinárias (PETR4) foi ajustado para R$ 48,30 e R$ 43,90, respectivamente, representando uma queda de 3% para ambos os papéis.

Para a PRIO, a revisão foi positiva em relação ao Ebitda de 2024, que subiu em 1%, embora o custo médio ponderado de capital (WACC) tenha sido elevado para 15,5%, impactando o preço-alvo das ações PRIO3, que passou a ser de R$ 60,30, um valor inferior aos R$ 61,90 anteriores.

A PetroReconcavo também teve suas estimativas de Ebitda para 2024 reduzidas em 1%, com o Wacc sendo ajustado para 17,2%, o que resultou em um novo preço-alvo de R$ 23,80 para as ações RECV3, abaixo dos R$ 25,20 projetados anteriormente.

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A Brava Energia manteve suas previsões de Ebitda praticamente inalteradas para os próximos anos, mas o preço-alvo das ações BRAV3 foi reduzido de R$ 29,20 para R$ 27,40 devido a ajustes nas projeções de lucro.

Energia elétrica

No setor de energia elétrica, a Sabesp teve suas estimativas de lucro líquido para até 2026 revistas para baixo, com ajustes em sua taxa de WACC, que subiu de 7,3% para 7,6%. O preço-alvo para as ações SBSP3 passou a ser R$ 114,50, abaixo dos R$ 120,10 anteriores.

A Eletrobras também teve suas projeções de lucro líquido para 2024 e 2025 revistas para baixo, com um ajuste no Wacc para 8,7%. O preço-alvo para as ações (ELET3 e ELET6) foi ajustado para R$ 48 e R$ 53, respectivamente.

A Copel teve suas estimativas de lucro líquido revisadas até 2026, com um ajuste em sua taxa de Wacc para 7,9%. O preço-alvo para as ações (CPLE3 e CPLE6) permaneceu inalterado em R$ 11,20 e R$ 12,40.

A Equatorial viu suas estimativas de lucro líquido até 2026 revistas para baixo, com um ajuste em sua taxa de Wacc para 6,5%. O preço-alvo das ações EQTL3 foi ajustado para R$ 40,50, uma leve redução em relação ao valor anterior de R$ 40,69.

A Energisa também revisou suas estimativas de lucro líquido, com um ajuste em sua taxa de Wacc para 7,9%. O preço-alvo das ações ENGI11 foi reduzido de R$ 59 para R$ 56,80.

A Cemig revisou suas estimativas de lucro líquido para os próximos anos, com um ajuste em sua taxa de Wacc para 9,4%. O preço-alvo para as ações CMIG4 foi ajustado para R$ 8,90, uma queda em relação aos R$ 9,30 anteriores.

Logística e transporte

No setor de logística e transporte, a Localiza teve suas estimativas de receita líquida e Ebitda para 2024, 2025 e 2026 mantidas, mas o preço-alvo das ações (RENT3) foi ajustado para R$ 46,20, uma redução de R$ 7,20 em relação ao valor anterior de R$ 53,40.

A CCR viu suas estimativas de receita líquida e Ebitda para 2025 e 2026 revistas para cima, enquanto as despesas financeiras foram ajustadas para cima para os próximos três anos. O preço-alvo das ações (CCRO3) foi ajustado para R$ 12,30, um aumento em relação aos R$ 11,60 anteriores.

A Ecorodovias teve suas estimativas de receita líquida e Ebitda para 2025 e 2026 revistas para cima, mas suas previsões de lucro líquido para os próximos anos foram reduzidas, com um ajuste no preço-alvo das ações (ECOR3) para R$ 6,00, uma leve alta em relação aos R$ 5,90 anteriores.

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REFLEXÃO: Michael Kitces, conselheiro financeiro: Invista pensando no longo prazo, não especule, mas, não ignore as flutuações do mercado.

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