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palavras-chave: Dados da PNAD apontam para desaceleração do mercado de trabalho, dizem analistas; invistaja.info;
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Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) compartilhados nesta quinta-feira (19) pelo IBGE apontam para uma desaceleração do mercado de trabalho, segundo a opinião de economistas e analistas do mercado financeiro. Embora a taxa trimestral de desemprego tenha apresentado uma queda, de 8,3% em outubro para 8,1% em novembro, eles destacam a taxa mensal sazonalmente ajustada subiu na comparação dos dois meses. E também citam o arrefecimento no crescimento do emprego no mês.
Segundo relatório da XP Investimentos, a alta mensal, de 8,2% em outubro para 8,3% em novembro, se configurou no primeiro aumento desde fevereiro de 2022, embora a taxa de desemprego esteja pairando nos níveis mais baixos desde o início de 2015.
A XP observa que o aumento sutil na taxa de desemprego resultou de uma contração mais pronunciada da população empregada (-0,3%, na comparação mensal), após alta média de 0,6% mensais de janeiro a setembro. Ou seja, isso reflete forte desaceleração da atividade doméstica a partir do terceiro trimestre de 2022..
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Esse arrefecimento do crescimento do emprego tem sido generalizado em todos os setores e tipos de ocupação, diz o relatório. “Chamamos a atenção para a recente queda no grupo dos ‘trabalhadores por conta própria’, de -3,5% ante junho de 2022, que pode estar relacionada, ainda que parcialmente, ao maior repasse do governo no período recente”, comenta a XP.
No lado positivo dos dados divulgados hoje, a XP destaca o rendimento médio real habitual, que registrou a sétima alta consecutiva (0,9% no mês), ficando cerca de 1,5 ponto abaixo dos níveis observados antes da pandemia.
“A expectativa é de que o rendimento real do trabalho permaneça em trajetória ascendente até o segundo trimestre”, estima.
Para o futuro, a projeção é que o emprego total deve estagnar em 2023, com um crescimento tímido no primeiro semestre e uma queda moderada no segundo. “De acordo com nossas projeções, a taxa de desemprego dessazonalizada atingirá 8,7% no final de 2023, após ter recuado para 8,2% no final de 2022 – muito abaixo dos níveis de 11,5% antes do surto de Covid-19”, diz a XP. A estimativa para a NAIRU – a taxa neutra de desemprego – está em torno de 8,5%.
Ímpeto menor
O BTG Pactual afirma que o resultado de hoje reforça o cenário de desaceleração da recuperação da taxa de desemprego, em linha com o cenário base do banco, de perda de ímpeto da atividade econômica dado o patamar restritivo dos juros.
O banco destaca que a série de desemprego com ajuste sazonal ficou estável em 8,7% em novembro, com redução da população economicamente ativa e da população ocupada em relação ao dado registrado no mês de outubro. O BTG lembra que, no dado dessazonalizado, a taxa tem registrado certa estabilidade nos últimos 5 meses em torno do atula patamar.
Também é citada a continuidade do movimento de aceleração do rendimento médio habitual (0,9% no mês), mas ainda 2,5% abaixo do observado em fevereiro de 2020, com espaço para avanço nos próximos meses.
A simulação que o BTG faz sobrea criação de vagas apontou para abertura de vagas no setor formal e fechamento de postos no informal pelo terceiro mês consecutivo (98 mil ante -66 mil). A forte desaceleração observada no setor formal (de 524 mil para 98 mil) vai na mesma direção da surpresa baixista na divulgação do CAGED no mês, segundo o banco.
hotWords: mercado dizem dados para desaceleração
Para 2023, o BTG observa um cenário mais incerto em relação à continuidade da melhora observada no qualitativo do mercado de trabalho. “Os efeitos cumulativos da política monetária devem seguir impactando a atividade econômica no 1° semestre, em um ambiente de desaceleração da economia global e pouco espaço para afrouxamento relevante dos juros no mercado interno devido ao ambiente inflacionário adverso e aumento da incerteza fiscal.”
Informalidade
O Goldman Sachs destaca, em relatório assinado por Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina, que a taxa de participação da força de trabalho caiu para 62,0% em novembro, dos 62,4% em outubro e se manteve inalterada em relação ao ano anterior.
O emprego total, lembra o banco de investimentos, caiu pelo terceiro mês consecutivo, com o declínio direcionado para empregos informais. “O emprego informal caiu por quatro meses consecutivos e o emprego formal caiu em novembro pela primeira vez desde agosto de 2020. A renda média real dos trabalhadores ocupados aumentou 7,2% em novembro no comparativo anual (de 4,7% no comparativo anual em outubro), impulsionada em parte pela moderação da inflação anual”, aponta o relatório.
O Goldman Sachs também espera que o mercado de trabalho desacelere nos próximos trimestres, dada a expectativa de crescimento abaixo da tendência no quarto trimestre de 2022.
Ainda segundo o banco, a taxa de desemprego também pode ser impactada se o número ainda considerável de trabalhadores desanimados fora da força de trabalho (de 4,0 milhões, ou 3,7% da força de trabalho força de trabalho ativa) comecem a procurar emprego e a retornar à força de trabalho ativa.
O relatório destaca que um grande número, de 21,9 milhões de trabalhadores, ainda está subutilizado (12,6% da população em idade ativa e 20,2% da força de trabalho economicamente ativa).
O Itaú concorda que os dados de hoje da PNAD confirmam a desaceleração do mercado de trabalho observada no indicador IDAT-Emprego (do próprio banco) e no CAGED, de empregos formais. “Essa desaceleração deve continuar à frente, pois esperamos um crescimento do PIB de 0,9% em 2023, impulsionado principalmente pelo setor agrícola, mas impactado negativamente por condições monetárias mais apertadas e desempenho econômico mundial mais fraco”, diz relatório assinado por Natália Cotarelli e Matheus Felipe Fuck.
Para a Genial Investimentos, embora os dados da PNAD Contínua sigam sinalizando a robustez do mercado de trabalho, os primeiros sinais de perda de fôlego já podem ser observados, com uma queda mais modesta da taxa de desocupação, em linha com os resultados mais fracos dos indicadores de atividade setorial observados nos últimos meses de 2022.
O Banco Original também destaca que houve, na comparação com o cenário de outubro, uma redução tanto na força de trabalho quanto no contingente de pessoas ocupadas (ambos em -0,2%). “Em nossos cálculos, a taxa de desemprego dessazonalizada alcançou 8,4%”, estima.
Também chamou a atenção da equipe de análise do banco a contração no quadro da informalidade, cuja taxa recuou de 39,1% para 38,9%. Essa redução é consequência das quedas na ocupação dos empregadores que não possuem carteira assinada (-0,5% no mês) e dos trabalhadores familiares auxiliares (-3,83%).
Para o Original, de modo geral, apesar da desocupação continuar em trajetória de queda, a ocupação tem dado mais sinais de arrefecimento. “O número de novembro foi positivo, mas salientamos que a taxa de participação contraiu mais uma vez, passando de 62,6% em outubro para 62,4% em novembro, e ainda se encontra em patamares inferiores à média pré-pandêmica (aproximadamente 63%). Olhando para dezembro, projetamos uma taxa de desemprego de 8,0%, concluindo 2022 com uma taxa média de 9,5%.”
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REFLEXÃO: Rich Greifner, da Motley Fool: Pense a longo prazo, seja paciente e busque por retornos assimétricos.
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