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Desafios para Bradesco e Santander, ROE além de 20% para BB e Itaú: o saldo dos bancões

Bradesco e Santander seguem em busca do “ROE perdido”, enquanto BB e Itaú mostram consistência, o que se reflete nas recomendações do mercado para as ações

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A temporada de resultados do quarto trimestre de 2023 dos “bancões” foi marcada pela continuidade das tendências entre as quatro maiores instituições do setor. Enquanto Santander Brasil (SANB11) e Bradesco (BBDC4) trouxeram números pouco brilhantes – BBDC4, por sinal, decepcionou muito os investidores – Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) mostraram números fortes e boas perspectivas para 2024.

O Santander teve um lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões nos últimos três meses do ano passado, alta anual de 30,5%, mas 23% abaixo da projeção do consenso LSEG de R$ 2,87 bilhões. O Itaú teve lucro líquido recorrente do banco que totalizou R$ 9,4 bilhões, avanço de 22,6% ano a ano, levemente acima das expectativas. O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 2,88 bilhões no último trimestre do ano passado, alta de 80,4% em relação ao mesmo período de 2022, mas bem abaixo das previsões de analistas. O BB encerrou a temporada de balanços dos “bancões” do quarto trimestre de 2023 com um lucro acima do esperado pelo mercado, de R$ 9,4 bilhões (3% além do consenso Bloomberg e da LSEG). Em 2023, o lucro do BB cresceu 11,4%, para R$ 35,6 bilhões, recorde histórico para o banco.

A rentabilidade dos banco foi um ponto importante para as análises, com Itaú e BB registrando um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) em 2023 acima dos notórios 20%, respectivamente 21,2% e 21,6%, enquanto Santander e Bradesco ficaram na casa dos “dois dígitos baixo”, a 11,3% para SANB11 e a 10% para BBDC4, apontando que 2024 ainda deve ser um ano de reorganização da casa para as duas instituições.

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Na visão da XP, o Santander “teve um ano para esquecer”, com a  a rentabilidade sendo pressionada por um aumento nas provisões e despesas gerais. O banco destacou que os resultados foram impactados por um caso específico no segmento corporativo e pela necessidade de provisões adicionais para fortalecer a cobertura de outras companhias do segmento corporativo.  Analistas do JPMorgan calcularam que a instituição adicionou cerca de R$ 700 milhões em provisões para “casos específicos”, enquanto o BofA apontou que, entre os bancos brasileiros, Santander Brasil era o único que não estava 100% provisionado ao efeito da recuperação judicial da Americanas.

Mario Leão, CEO do Santander Brasil, afirmou que o banco vai buscar crescimento de carteira em 2024, mas tendo como foco a rentabilidade. “Estamos com reposicionamento no varejo, vamos terminar o ano bastante diferente”, apontou, ressaltando que o banco tem se animado com a retomada em cartões e focado em ganhar principalidade dos clientes (ser a principal instituição usada). O banco também apontou voltar a expandir a oferta do cartão de crédito, mas não no mesmo ritmo de 2021.

Leão afirmou que espera uma melhora “notável” no retorno sobre o patrimônio do banco em 2024 ante 2023, e sem precisar prazos disse que “direcionalmente” o banco buscará um ROE no patamar de 15% e depois entre 15% e 20%. “Estamos buscando patamar de ROE…por volta de 15% e depois vai buscar entre 15% e 20%”, afirmou. “Tem que ir passo a passo”, ponderou, sem precisar um prazo. “Quando? O mais rápido possível, mas eu não vou passar do 12% que eu gerei para 15% em um trimestre e de um ano para o outro. Você não muda o ROE de forma tão material tão rápido”, afirmou em teleconferência. Mas para 2024 ele afirmou que o banco vai buscar para ter uma evolução que seja “notável”.

O resultado mais emblemático, contudo, foi o do Bradesco. Apenas na sessão pós-balanço, o banco perdeu R$ 24 bilhões de valor de mercado, com resultados fracos, guidance para 2024 considerado conservador e um plano de recuperação que não animou os investidores.

O novo presidente-executivo, Marcelo Noronha, apresentou o plano estratégico para o período de 2024 a 2028 com uma série de iniciativas que miram principalmente melhorar a rentabilidade. O Bradesco busca expandir ainda mais suas competências nas áreas em que já era competitivo, como PME (Pequenas e Médias Empresas) e varejo massificado. Além disso, pretende aumentar sua exposição no alta renda pessoa física (PF) que foi resiliente nesse ciclo. Noronha ponderou, contudo, que os resultados virão gradualmente, trimestre a trimestre. A projeção é de que os retornos anualizados sobre o patrimônio líquido médio (ROAEs) fiquem acima do custo de capital apenas em 2026.

A XP ressaltou que, apesar do senso de urgência e do diagnóstico abrangente apresentado, a curva de evolução esperada parece lenta e incerta. “O novo CEO reforçou que tem ‘carta branca’ para implementar profundas mudanças estruturais e culturais, incluindo a racionalização da hierarquia do banco para ganhar agilidade. A reorganização do custo de servir e uma análise detalhada dos clusters de baixo rendimento são parte integrante da estratégia para atingir estes objetivos, que incluem a reconquista do market share perdido para os neobanks”, avaliou a casa.

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Para o guidance, o Bradesco estimou para 2024 alta de 7% a 11% para a carteira de crédito, com expansão de 3% a 7% na margem financeira e aumento de 2% a 6% nas receitas de prestação de serviços e de 5% a 9% nas despesas operacionais. O JPMorgan ressaltou que o banco apresentou um resultado fraco para o quarto trimestre e um guidance decepcionante. “Nós entendemos que o Bradesco está em um caminho de recuperação, mas o guidance fornecido implica lucro de apenas cerca de R$ 18 bilhões (ponto médio)”, afirmou a equipe de análise em relatório a clientes, em estimativa similar aos cerca de R$ 17 bilhões do Citi.

Itaú e BB seguem positivos

Do lado positivo, o Itaú foi destaque com ligeira queda da inadimplência e pagamento de dividendos extraordinários. No quarto trimestre, o índice de inadimplência total considerando 90 dias de atraso passou a 2,8% no quarto trimestre, ante 2,9% um ano antes e 3% no terceiro trimestre. Em teleconferência de balanço, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, apontou que a expectativa é de nova redução na inadimplência do banco neste trimestre em pessoa física, uma vez que o Itaú tem produzindo safras de crédito com mais qualidade. “Isso ajuda a trazer o patamar do risco de inadimplência para outro nível”, afirmou.

As projeções para 2024 incluíram previsão de crescimento de 6,5% a 9,5% da carteira de crédito total, que acumulou em 2023 expansão de 3,1%, ante previsão de aumento entre 5,7% e 8,7%. Junto com os resultados, o banco anunciou dividendos de R$ 11 bilhões para 2023, em complemento aos valores de juros sobre capital próprio (JCP) já declarados para o exercício – R$ 6,2 bilhões já pagos e R$ 4,3 bilhões que serão pagos no mesmo dia que os dividendos, em 8 de março. “Não olhem esse dividendo extraordinário como um evento isolado”, reforçou Maluhy Filho em teleconferência com analistas. Ele afirmou que o banco não tem interesse em reter excesso de capital e que a expectativa é que banco também tenha dividendo extraordinário referente a 2024.

O Banco do Brasil, que apresentou o maior ROE do setor em 2023, teve um efeito não-recorrente no quarto trimestre, mas apresentou um forte guidance para 2024 e aumento do payout (pagamento de dividendo como proporção do lucro) de 40% para 45% que mantiveram o otimismo dos analistas com a ação. Para a equipe de análise do Citi, o BB demonstrou confiança em seu “guidance”, que inclui melhor apetite ao risco, alguma normalização em linhas como provisões, bem como investimentos em projetos para melhorar a eficiência.

Tarciana Medeiros, presidente-executiva do banco estatal, adotou tom positivo ao comentar os números, ressaltando em entrevista que o BB “segue muito bem posicionado. Enquanto isso, o forte crescimento nas provisões do BB para calotes em 2023 foi minimizado pelo vice-presidente de gestão financeira, Geovanne Tobias da Silva. O executivo afirmou que o aumento de 82,3%, para R$ 30,5 bilhões, ocorreu principalmente porque em 2022 o BB usufruiu de um excesso que fora contabilizado durante o período da pandemia.

Neste cenário de recuperação ainda lenta para Santander e Bradesco e de consistência nos números de Itaú e BB, as preferências dos analistas seguem concentradas nos dois últimos bancos, conforme destacado abaixo, segundo compilação feita pela LSEG:

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REFLEXÃO: Morgan Housel: Se preocupe somente quando você achar que tiver tudo resolvido.

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