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Diretor do BC: Percepção sobre fiscal é principal fator para alta de prêmios de risco

Segundo Renato Dias Brito Gomes, existe o entendimento no mercado de que, na ausência de reformas estruturais, a atual estrutura fiscal é “insustentável”

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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DEXP3 | P/L: 5.83 | EV/EBIT: 5.61 | Liq.Corr.: 3.55 | PSR: 0.579 | Cotacao: 8.8 | P/EBIT: 6.63

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias Brito Gomes, afirmou nesta quinta-feira (24) que o principal fator que tem impulsionado os prêmios de risco no Brasil é a percepção dos investidores sobre a questão fiscal.

Segundo ele, existe o entendimento no mercado de que, na ausência de reformas estruturais, a atual estrutura fiscal é “insustentável”.

Durante evento organizado pelo HSBC em Washington, às margens das reunião anuais do FMI e do Banco Mundial, Gomes pontuou que há ainda uma visão mais pessimista entre os participantes do mercado de que a política fiscal no Brasil é sensível a qualquer desaceleração da atividade.

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Os comentários de Gomes surgem em um momento de expectativa, entre os agentes do mercado, pelo anúncio de medidas concretas de contenção de gastos pelo governo Lula. A promessa é de que as medidas, com divulgação prevista para após as eleições municipais, assegurarão o cumprimento sustentável da meta de resultado primário, dentro das regras do arcabouço fiscal.

Nas últimas semanas, os prêmios na curva de juros brasileira subiram, com alguns contratos de DIs (Depósitos Interfinanceiros) exibindo taxas próximas de 13%, refletindo em grande parte a desconfiança do mercado em relação ao ajuste fiscal brasileiro.

No evento, Gomes defendeu ainda que o governo faça reformas estruturais que permitam mais transparência e previsibilidade à área fiscal. Segundo ele, o país deve registrar crescimento superior a 3% em 2024 e a expansão fiscal tem relação com o resultado.

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Ao mesmo tempo, ele lembrou que a política fiscal altera as expectativas de inflação, o que impacta a política monetária. Neste aspecto, ele reiterou que a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% e que a autarquia está comprometida em atingir o centro deste objetivo.

No relatório Focus mais recente, o mercado projetou a inflação em 4,50% em 2025 — no teto da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual da meta do BC. Para 2025, a projeção é de 3,99%, acima do centro da meta de 3%.

Em setembro, o BC decidiu elevar a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,75%, em função da dinâmica inflacionária. Agora, o mercado precifica elevação de 50 pontos-base em novembro.

Cenário externo

Em sua fala, Gomes defendeu ainda que o exterior foi um fator de influência sobre a curva de juros brasileira, que “se mexeu muito na última semana”. Para ele, isso tem a ver com os rendimentos dos Treasuries.

De fato, em sessões mais recentes os yields dos Treasuries apresentaram altas substanciais, com o rendimento do título de dez anos chegando a oscilar acima dos 4,20%. Por trás do movimento estão a expectativa de que o Federal Reserve promoverá cortes de juros menores no futuro e as apostas de que o republicano Donald Trump vencerá a democrata Kamala Harris na corrida presidencial dos EUA.

Além dos EUA, Gomes citou a China como um ponto de atenção do BC, por conta do efeito da desaceleração econômica sobre os preços de commodities.

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