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Edição invistaja.info e MarketMsg
palavras-chave: Economistas veem amadurecimento do regime com adoção de meta contínua para a inflação; invistaja.info;
DXCO3 | ROIC: 0.1054 | EV/EBIT: 7.75 | Mrg.Ebit: 0.17 | PSR: 0.814 | ROE: 0.1145 | Div.Brut/Pat.: 0.93
A definição da meta de inflação para 2026 em 3%, com a manutenção do intervalo de tolerância para o descumprimento do objetivo em 1,5 ponto percentual, como já é atualmente, recebeu elogios por parte de analistas de mercado. Eles também elogiaram a comunicação dando conta que as metas de 2024 e 2025 não faziam parte da pauta da reunião de hoje do CMN e consideraram um avanço do regime a mudança do horizonte relevante para uma meta contínua, abandonando o ano-calendário.Para Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, a anúncio de hoje foi um “golaço” do governo. Ele disse ter ficado particularmente satisfeito com a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconhecendo que uma eventual elevação de meta de inflação seria lida como uma maior leniência com a inflação.Caruso lembrou que essa discussão surgiu no começo do ano dentro do próprio governo e que isso, provavelmente, atrasou o início de cortes da Selic. “Porque parte da desancoragem das expectativas se deveu também por essa possibilidade de aumento da meta”, disse.O economista calcula que o Boletim Focus tem implícito em suas projeções uma meta de IPCA em torno de 3,5%, talvez um pouco menos, de modo que existiria um espaço de melhora de até 50 pontos-base, ou 0,50 p.p. nas projeções de inflação.“Não sei se melhora tudo isso, porque quem levantou toda essa questão de aumento de meta foi o presidente Lula. Mas como o Haddad foi bem taxativo ao dizer que subir seria maior leniência, parece que a gente pode ter sim uma melhora nas expectativas de inflação”, estimou.A mudança no horizonte relevante, por sua vez, mostra que o Brasil está comprometido com um ambiente de baixa inflação no longo prazo, segundo Caruso.Como consequência da decisão, o economista do PicPay vê boas possibilidades de contínua melhora nas expectativas de inflação e que isso abre espaço para consolidar a ideia de que o corte de juros é iminente. Para Caruso, a esse movimento esperado nas expectativas vai refletir no modelo utilizado pelo Copom.“A discussão do mercado vai ser se cortarão 25 pontos-base ou se vão cortar 50 bps. Como ainda existem diretores’ cautelosos’ tem se falado em parcimônia, a priori a cabeça do Copom parece ser cortar só 0,25 p.p. em agosto”, disse,Matheus Pizzani, da CM Capital, também julgou correta a decisão do CMN anunciada hoje, especialmente no que diz respeito à substituição do ano calendário pelo modelo de meta contínua. “A justificativa para tal passa pelo esforço necessário para cumprir com as metas propostas dentro de apenas 12 meses”, afirmou.Ele explicou que além do efeito da política monetária sobre o conjunto da economia ser razoavelmente defasado – 18 meses de acordo com seus cálculos – inflação pode sofrer ainda com choques exógenos que não são necessariamente contidos pelo efeito dos juros, anulando o esforço feito pela autoridade monetária em termos de estabilidade de preços. “E forçando nossos juros a se manterem elevados por períodos prolongados, gerando reflexos negativos sobre nosso nível de crescimento, que já é extremamente baixo pelo menos nos últimos dez anos”, justificou.Para Pizzani, portanto, a maior janela temporal proposta pelo sistema de meta contínua pode ajudar a suavizar variações muito bruscas no nível de crescimento, consequentemente comprometendo menos o nível de emprego e a renda do País. “Julgamos também como correta a decisão de manter a meta em 3% mesmo dentro deste novo sistema, sinalizando que o compromisso da autoridade monetária com o controle de preços seguirá o mesmo”, disse.Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, destacou que o modelo de meta contínua é adotado pela maior parte dos bancos centrais ao redor do mundo, agrada economistas de mercado e integrantes do BC, inclusive o atual presidente.“Desta forma, avaliamos como positivo o resultado da reunião: manteve a meta, afastando os efeitos práticos das ofensivas do governo contra o BC e promoveu uma mudança positiva para o regime de metas”, comentou.Diante deste cenário, a Rio Bravo espera que as expectativas de inflação de longo prazo sejam reduzidas nas próximas divulgações do Focus. “Consequentemente, antecipamos nossas projeções de cortes para a Selic de setembro para agosto. Assim, ao final do ano, o juro brasileiro deve estar no patamar de 12%”, previu.Para Adriana Dupita, economista sênior da Bloomberg Economics, o evento de hoje foi uma mudança estrutural importante, que mostrou um entendimento sobre o amadurecimento do regime de metas de inflação, que não precisava mais fixar no ano-calendário. “Se o efeito da política monetária é defasado e contínuo, faz sentido que as mas metas também devem contínuas”, afirmou.Adriana acredita que a decisão de fazer a mudança apenas para 2025 em diante pode ter relação com o fato de o BC já trabalhar hoje com um horizonte relevante de seis semestres à frente. Ela afirmou que, pessoalmente, não acredita que essa definição esteja ligada ao fim da gestão de Roberto Campos Neto ao final de 2024.Sobre a prestação de contas do BC sobre o cumprimento ou não da meta de inflação, hoje feito por meio de carta, A economista acredita que poderá acontecer uma prestação de contas ao Congresso ou até a utilização do Relatório Trimestral de Inflação como veículo para mostrar se o BC está ou não sendo bem-sucedido..Adriana disse não saber precisar se a reancoragem das expectativas de inflação será de 100% do que já subiu desde a virada do ano. Ela disse que são basicamente três os eventos que podem levar as expectativa para cima. O primeiro é a incerteza fiscal, que está menor, mas persiste. Já o terceiro é sobre a composição da diretoria do BC a partir de 2025. Para ela, se o mercado fizer uma leitura que será um BC mais “dovish” com inflação, isso pode mexer com as expectativas.A economistas afirmou que tinha uma visão de que a queda dos juros começaria em setembro, mas aumentou muito a chance de início da flexibilização em agosto. “Principalmente se caírem as expectativas para 2025 e 2026 nas próximas semanas. Pode haver uma mudança de discurso para acomodar um corte de juros, que pode ser 25 bps ou de 50 bps. Também vai depender de dados como o IPCA fechado de junho e do IPCA-15 de julho. Mas se os juros não caírem, existe um risco de ruído político mais forte em agosto.
palavras-chave: Economistas veem amadurecimento do regime com adoção de meta contínua para a inflação; invistaja.info;
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REFLEXÃO: Morgan Housel: Se preocupe somente quando você achar que tiver tudo resolvido.
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