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palavras-chave: Fed sinaliza que taxas serão mantidas mais altas por um período longo, dizem analistas; invistaja.info;
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A decisão do Federal Reserve de elevar a taxa de juros nos Estados Unidos em 75 pontos base anunciada nesta tarde veio em linha com as projeções e reforça que a autoridade monetária está empenhada em trazer a inflação doméstica de volta à meta de 2% no longo prazo. E que isso vai acontecer mesmo que isso implique em desaquecimento da economia, comentam analistas.
A taxa de referência subiu para uma faixa entre 3% e 3,25%, a maior para os fundos federais desde o início de 2008.
A média das projeções dos dirigentes do Fed aponta para juros em 4,4% ao final de 2022. A autoridade monetária vê juros entre 4% e 4,5%. Para o final de 2023, a projeção média é de juros em 4,6%. Para o final de 2024, a projeção é de 3,9% e de 2,9% ao final de 2025.
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A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto também caiu drasticamente. Em junho, os dirigentes do Fed projetavam crescimento de 1,7% para a economia americana em 2022. Agora, preveem um leve avanço, de 0,2%. Para 2023, a projeção caiu de 1,7% para 1,2% e em 2024 foi de 1,9% para 1,7%.
O Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, acredita ter ficado claro que pode se esperar uma taxa de juros mais alta e um ciclo de alta nos juros mais prolongado. “Se estavam fragmentadas (as projeções) para novembro e dezembro, agora vai alinhar”, disse.
Ele prevê uma nova alta de 75 ponto base na reunião de novembro e uma desaceleração em dezembro, para alta de 0,50%, “caso seja possível, com a inflação menor”.
Para Celso Pereira, Diretor de Investimentos da Nomad, o Fed fez o esperado porque a economia ainda está às voltas com uma inflação alta (em agosto, o índice de preços ao consumidor, CPI, subiu 0,1% no período, somando alta de 8,3% em 12 meses).
Para as próximas reuniões, Pereira prevê que Fed deve adotar novas altas, “atingindo um pico entre 4% e 5%”. “De forma geral, a nossa expectativa é de que o cenário de juros mais elevados nos EUA deverá ser mantido pelo menos até o final do próximo ano, considerando as informações atuais e a incerteza sobre a gravidade de uma recessão nos EUA”, afirmou.
Fed: Termo “suave” sumiu no comunicado
O BTG Pactual avaliou que o comunicado do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) teve pouca alteração em relação à decisão de julho, “mas manteve a decisão ‘hawkish’ necessária após as surpresas com inflação (CPI)”.
Prova disso, dizem os analistas, é que o comitê alterou o trecho em que reconhece a moderação da atividade econômica (antes definida como suave), mas ainda enxerga uma criação de trabalho robusta e reforça estar atento aos riscos inflacionários.
Para Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, a decisão e o comunicado trazem uma mensagem de que novas altas nos juros serão apropriadas para controlar a inflação.
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“É possível esperar altas de magnitude mais alta para as próximas reuniões, taxa terminal também mais alta do que a expectativa e possivelmente uma manutenção das taxas mais altas por mais tempo. Esse cenário amplia a possibilidade de uma recessão nos EUA”, afirmou.
Para Izac, tendo esse cenário de inflação mais pressionada e provável elevação mais forte dos juros e manutenção por mais tempo das taxas altas, empresas muito endividadas, como o setor de tecnologia por exemplo, e empresas que dependem de ciclo de consumo interno, como varejo, devem seguir mais pressionadas em um primeiro momento.
Sobre as projeções piores para o PIB incluídas no comunicado, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, acredita que isso deixa em aberto a possibilidade de que haja a necessidade de subir o juro para além de onde se precifica.
William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, também fixou a atenção nessas projeções. “Apresentaram uma perspectiva bastante negativa, com inflação maior e mais permanente. Taxas de juros que devem se manter altas por um período prolongado e com projeção de menor crescimento para economia americana”, avaliou.
Para ele, os impactos disso são um dólar mais forte, um cenário desafiador para o mercado de ações em um cenário de desaceleração ou recessão nos EUA. “O Fed parece buscar recompor a credibilidade com o mercado através de uma postura mais ‘hawkish’ frente ao cenário inflacionário que teima em não ceder”, comentou Castro Alves.
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Maior aperto?
Para Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital, é possível até que na próxima decisão o Fed promova uma elevação, maior de 100 pontos base na taxa, embora ainda acredite, particularmente, que o aumento total de 75 bps seja o mais provável.
“Considerando isso, prevejo que a taxa de fundos federais terminará o ano em 3,875%. O que não é tão alto, se avaliarmos o contexto econômico histórico dos EUA. Como sempre, vale a ponderação de que essa previsão depende quase que inteiramente do que veremos nas leituras de inflação nos próximos meses e nos diversos fatores factuais que impactam nisso, sabidamente”, disse Vaz.
João Beck, economista e sócio da BRA, viu a decisão como dentro do esperado. Para ele o dilema no anúncio de hoje era sobre uma alta de 75 pontos ou algo maior, porque a inflação nos EUA não cedeu como esperado e porque o presidente do Fed, Jerome Powell havia aberto as portas para uma alta maior quando comentou que “não hesitaria fazer aumentos maiores” se o comitê concordasse.
“De uma forma ou outra, o mercado projeta uma taxa terminal por volta de 4,5% em março 2023. Isso pode ser antecipado se o Fed optar por altas mais agudas ou mantido pela velocidade de cruzeiro atual.”
Entre as projeções mais negativas para a atividade feitas pelos integrantes do Fed, Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest, destacou as referentes ao desemprego.
As projeções apontam que a taxa continuará em níveis baixos em 2022: passaram de 3,7% para 3,8%. Mas para 2023, a expectativa para a taxa subiu de 3,9% para 4,4%. Para 2024, a mediana das projeções para taxa de desemprego foi de 4,1% para 4,4%.
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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.
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