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palavras-chave: Fiscal, inflação no Brasil e nos EUA: o que levou à queda firme dos juros futuros; invistaja.info;
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Os juros tiveram queda firme, em meio a um conjunto de fatores que favoreceram o descarregamento de prêmios acumulados na semana, com destaque para a leitura benigna dos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Pelo lado fiscal, foi bem recebida a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a desoneração da folha de pagamentos dos municípios, o que ajudou a aliviar a curva.
No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,200%, de 10,32% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 recuava de 10,61% para 10,43%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,80%, de 10,95%, e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,33%, de 11,44%.
O IPCA-15 de abril, de 0,21%, ficou abaixo da mediana das estimativas (0,29%), com composição considerada favorável, ainda que serviços subjacentes, aos quais o Banco Central dá especial atenção, sigam rodando perto de 5% no acumulado em 12 meses, em 4,93% segundo o banco BV.
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O resultado recolocou as apostas de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic no Copom de maio, conforme indicado pelo forward guidance, novamente no jogo, sendo ainda minoritárias. Por volta das 16h, a curva projetava corte de 29 pontos-base, representando 84% de chances de redução de 25 pontos e 16% de probabilidade de queda de 50 pontos. Para o Copom de junho, a precificação de -14 pontos ainda mostrava um quadro dividido entre corte de 25 pontos e manutenção da taxa. Para a o fim do ano, a projeção era de taxa terminal de 10,25%, ante 10,50% no fim da tarde de ontem.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu hoje que o IPCA-15 de abril “veio um pouquinho melhor”, mas disse que é preciso ver a tendência de inflação se materializar já que as expectativas estão longe do centro da meta e indicou que o que mais pesa é a inflação subjacente.
Nos Departamentos Econômicos, os profissionais admitem que o IPCA-15 eleva as chances de o Copom manter a dose de 0,5 ponto em maio, mas ainda assim há alguma reticência, na medida em que as incertezas externas, fiscais e sobre preços de serviços seguem elevadas.
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Para a Azimut Wealth Management, diante do cenário de juros altos por mais tempo nos EUA, os números de inflação domésticos, embora favoráveis no agregado, mantêm as dúvidas sobre preços dos serviços, combinação que sugere a adoção de postura cautelosa do Copom em maio. “A decisão ainda está em aberto, mas a comunicação recente, principalmente do Roberto Campos Neto, presidente do BCB, sugere que aumentou a chance de uma redução do ritmo para 25 pontos-base”, afirma Gino Olivares, economista-chefe.
A reação ao IPCA, porém, foi autorizada pela redução no estresse do ambiente externo, após o índice PCE de março nos EUA ter vindo em linha com o esperado nos dados mensais, embora com a leitura anual superando marginalmente as previsões. Somado ainda à piora no sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan em abril, as apostas de queda de juros nos EUA em setembro voltaram a ganhar força, mas o mercado segue dando maior probabilidade a apenas uma redução de 25 pontos até dezembro. A taxa da T-Note de dez anos cedeu e voltou a ficar abaixo de 4,70%, situando-se em 4,67% perto das 17h.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, lembra que ontem o mercado havia se assustado com a aceleração do índice PCE do primeiro trimestre e hoje veio um dado mais atualizado e em linha com o esperado. “Só o fato de não ter vindo acima acabou caindo bem no mercado e, junto com os outros dados, deu alívio às moedas. Essa valorização do real também dá força ao fechamento da curva”, afirma. O dólar fechou hoje em baixa de 0,91%, aos R$ 5,1163.
A semana termina com redução no desconforto fiscal, após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicar que são poucas as chances de PEC do Quinquênio avançar na Casa. Adicionalmente, foi considerada uma vitória do governo a decisão do ministro do STF Cristiano Zanin, ontem, de suspender a desoneração da folha de pagamentos dos municípios e de setores produtivos até 2027.
Segundo a Warren Investimentos, a decisão corrobora argumentos técnicos colocados pela Advocacia-Geral da União (AGU) e beneficiará as contas públicas em até R$ 20 bilhões, mas ainda precisará ser confirmada pelo pleno do STF. O Senado, porém, promete reagir. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que entrará com recurso no Supremo contra a decisão de Zanin.
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