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GPA: três pontos de por que o follow-on pode ser “virada de página” para a varejista

Desalavancagem, entrada de ex-CEO no capital e menor fatia do Casino são pontos considerados positivos, ainda que tenha havido um custo alto para acionistas com operação

Informação para quem vive o mercado

Edição MarketMsg e invistaja.info

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O GPA (PCAR3) anunciou o resultado da tão esperada oferta de ações, a um preço de R$ 3,20 e levantando um total de R$ 704 milhões.

Ainda que a um custo alto de diluição dos acionistas, após a operação, a varejista dona do Pão de Açúcar pode virar “algumas páginas” em meio ao seu processo de reestruturação.

Em primeiro lugar, como resultado da oferta, o Casino, antes detentor de 40,9% do GPA e controlador da varejista, teve sua participação diluída a 22,5% do capital, saindo do controle da empresa, o que é visto como positivo uma vez que a companhia francesa enfrenta uma série de desafios em meio ao seu processo de reestruturação. A expectativa é de que o Casino negocie a sua fatia remanescente no futuro para gerar caixa.

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Com essa diluição de participação, a projeção dos analistas é que o GPA tenha mais liberdade para atuar com menos preocupações com os problemas de seu controlador. O grupo francês manterá no momento 2 membros no conselho de administração do GPA, como já informado anteriormente.

Além disso, em segundo lugar, conforme informações do Brazil Journal, Ronaldo Iabrudi, ex-CEO e chairman do GPA, entrou com R$ 85 milhões no follow-on da companhia, garantindo assim 5,4% do capital social da empresa. Já havia expectativas de que Iabrudi entrasse com uma participação importante na companhia desde o início do mês, sendo um voto de confiança na execução do CEO Marcelo Pimentel, que vem implementando um processo de turnaround (virada) na varejista.

Quando as sinalizações surgiram, Alexandre Pletes, head de Renda Variável na Faz Capital, ressaltou que o mercado via a entrada de Iabrudi como um fator de grande relevância por dois fatores: i) dar corpo à oferta, trazendo mais confiança de que o plano traçado para reestruturação da dívida se concretize; e ii) a entrada no negócio de quem conhece a operação na íntegra, o que reforça que o GPA está em uma fase onde os maiores percalços parecem estar se dissipando, e isso eleva as expectativas de que 2024 tenda a ser um ano de estabilização da operação e de suas margens.

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Desalavancagem em foco

A oferta em si, cabe ressaltar, aumentou o número de ações em circulação dos atuais 270 milhões para 490 milhões e teve papel importante para um equilíbrio mais eficiente na estrutura de capital da companhia, contribuindo com desalavancagem, sendo este o terceiro ponto.

O GPA encerrou o 4T23 com relação Dívida Líquida/Ebitda de 5 vezes (Ebitda pós-IFRS, levando em conta a dívida líquida incluindo arrendamentos e recebíveis de cartão de crédito). Se assumir a entrada de caixa de R$ 704 milhões proveniente da oferta, bem como a entrada de caixa da venda da participação Exito, o banco estima que a alavancagem cairia para 3,8 vezes a relação entre dívida líquida/Ebitda.

“A desalavancagem é uma prioridade para o GPA e foi um tema importante durante o Dia do Investidor da empresa em dezembro de 2023”, aponta o Goldman Sachs. O banco acredita que uma estrutura de capital mais equilibrada proporcionaria à administração mais flexibilidade para executar o atual plano de recuperação focado no aumento da rentabilidade e na melhoria da dinâmica do capital de giro.

Além desta oferta subsequente, desde a mudança de CEO em abril de 2022, o GPA concluiu uma operação de “sale-and-leaseback” (transação financeira na qual se vende um ativo e o arrenda de volta a longo prazo; ela continua a ser capaz de usar o ativo, mas não o possui mais) de 11 lojas (no valor de cerca de R$ 300 milhões), a alienação de outros ativos imobiliários (cerca de R$ 250 milhões) , além da venda da participação na Exito (cerca de R$ 800 milhões) e outros ativos não essenciais.

O Goldman tem recomendação neutra para PCAR3, com preço-alvo de R$ 4,10 em doze meses. Já a Genial Investimentos recomenda compra para os ativos: a casa ressaltou que, apesar da volatilidade das ações durante a oferta, a operação deve dar um alívio para que a gestão continue a executar a reestruturação e expansão com maior celeridade. Além disso, ao endereçar a estrutura de capital, a companhia também abre espaço para mudanças em governança corporativa, apontou.

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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.

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