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Guaraná: como a produção do fruto movimenta a economia de uma cidade na Amazônia

O preço do quilo do guaraná chegou a custar R$5; agora, depois do desenvolvimento de certificações, o preço do quilo foi para R$ 45, um aumento de 900%

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No coração da Amazônia, está a cidade de Maués, conhecida como a capital do guaraná. Ali, tanto a população rural quanto a da cidade consome no seu dia a dia a fruta que, para os indígenas Sateré-Mawé, significa “a fonte de sabedoria”. Apesar da região não ser mais o principal fornecedor do país, a qualidade e as certificações obtidas pelos produtores locais conseguiram mudar a vida de quem vive de plantar e colher o fruto.

Antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, os indígenas das etnias Sateré-Mawé e Munduruku já produziam o guaraná. Séculos depois, mesmo com a popularização do consumo, o plantio nem sempre era vantajoso para o agricultor. O produtor Adeílson Gomes de Souza, conhecido como Dedeco, lembra do quanto vendia há alguns anos. “O preço do guaraná chegou a uma crise que foi a R$5 o quilo. Hoje, a gente está vendendo a R$45”, conta.

Uma das explicações para a melhoria do preço foram as certificações. Desde 2018, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu o guaraná de Maués com o selo de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência – que atesta a qualidade do produto feito na região. Além disso, vários produtores também conquistaram o selo de Orgânico, o que agregou valor ao guaraná produzido ali.

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O processo é trabalhoso, do plantio, passando pela colheita manual, separação do caroço, lavagem, torra e moagem. A Associação dos Produtores de Guaraná da Indicação Geográfica de Maués reuniu quem quis se adequar ao padrão de qualidade exigido pela IG e conseguiu espaço no mercado. Dar um diferencial para o guaraná de Maués foi a saída encontrada pelos produtores.

A região de onde o fruto é originário já não é mais a maior produtora do país. A Bahia hoje é responsável por 67,7% do produto no Brasil, apenas 18,4% é feito na Amazônia, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Maués continuou produzindo o guaraná como mil anos atrás, com um processo diferenciado, que deve ter um público diferenciado”, avalia Luca D’Ambros, que mantém uma agroindústria com matéria-prima enviada pelos produtores.

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D’Ambros é italiano e se apaixonou pela Amazônia após participar como voluntário de um projeto social. Hoje, processa o guaraná e o transforma em produtos para consumo. E também conseguiu reduzir as distâncias entre o produtor e o consumidor, fazendo a entrega para São Paulo em até 2 dias. “Consegui entregar com segurança, rapidez e rastreabilidade da origem do produto que o mercado quer e, do outro lado, eu vejo o impacto que esse tipo de comércio tem para as comunidades locais”, conta.

Valor à tradição

Um dos diferenciais do guaraná de Maués, além da qualidade, é valorizar a tradição. Uma das formas de comercialização é em bastão, feito a partir da massa do guaraná umedecida e socada. Depois de 10 dias secando, o bastão é vendido para o consumidor, que vai ralando o produto aos poucos, de preferência em uma pedra ou na língua seca do pirarucu. “O bastão é um produto bem vendável, é muito procurado na região”, conta Deco Pereira, um dos produtores desse formato.

Para ele, a criação da associação fortaleceu o produtor e, por meio dela, foi possível ir muito mais longe. “Se nós não tivéssemos esse pensamento de ser sócio, talvez a gente estivesse na metade desse trabalho que a gente tá fazendo hoje. A associação tem mais força também de buscar conhecimento, recurso e fortalece a cadeia produtiva”, afirma Deco.

Na prática, para o produtor, a mudança com a valorização do guaraná foi grande. Para Oziel dos Santos, só foi possível comprar o maquinário para fazer o que antes era manual com o lucro por ter o selo da IG. “A gente já conquistou uma máquina de polpadeira para ajudar a gente, porque antigamente, a gente pisava ou debulhava na unha”, relembra. Hoje, ele consegue colher de 700 a 800 quilos por ano do fruto.

O guaraná se tornou a principal atividade para quem tem a certificação. “É o produto que a gente sonha para poder ter um barco, poder comprar uma voadeira, uma rabeta [tipos de barcos utilizados na região], construir uma casa melhor”, afirma Dedeco. Um sonho que vem acompanhado do orgulho de fazer um cultivo que vem sendo passado de geração para geração. “O guaraná pra gente é tudo, a gente trabalha não só pensando no dinheiro, mas também no amor que a gente tem por ele, por isso a busca de sempre fazer um dos melhores produtos do mundo”, conclui.

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