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palavras-chave: Ibovespa cai mais de 1% com preocupações com o fiscal; Vale se salva; invistaja.info;
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O Ibovespa encerrou a quinta-feira em baixa de 1,08%, aos 143.949,64 pontos, uma queda de 1.567,71 pontos. Foi a pior performance desde 19 de agosto, quando recuou 2,10%. Mesmo assim, o índice ficou longe da mínima do dia, que atingiu 143.635,05 pontos.
O dólar comercial conseguiu nova alta frente ao real, agora de 0,20%, cotado a R$ 5,339. Os DIs (juros futuros) subiram em toda a curva.
Investidor projeta shutdown mais curto
+Ibovespa Ao Vivo: Bolsa recua com preocupação fiscal e luta pelos 144 mil pontos
Nos EUA, os principais índices conseguiram nova vitória, renovaram recordes de altas, assim como os mercados europeus. A projeção dos investidores em Wall Street é que a paralisação do governo não vai durar tanto e vai causar pouco estrago na economia, apesar da preocupação do secretário do Tesouro, Scott Bessent, de que pode, sim, machucar o PIB.
Acontece que o jogo segue sendo jogado e o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, tem preocupado os membros de seu partido, ao subir o tom contra o shutdown e ameaçar com mais demissões.
Sem dados oficiais nos EUA
Na linha de frente, uma das questões principais afeta diretamente o Federal Reserve e a política monetária. Isso porque a paralisação já impediu a divulgação de alguns dados importantes, como o indicador semanal de seguro-desemprego, que deixou de ser conhecido nesta quinta-feira, e deve afetar nesta sexta-feira (3) o payroll, que é o principal relatório sobre o mercado de trabalho, fundamental para o Fed orientar sua política de juros.
Nesta quinta, contou-se com um “provavelmente”: a taxa de desemprego dos EUA provavelmente foi de 4,3% em setembro, inalterada em relação a agosto, de acordo com uma estimativa do Fed de Chicago.
Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse que o Comitê vai ter que trabalhar com os dados que possui em mãos, se não houver dados oficiais, mas tranquilizou ao afirmar que “indicadores em tempo real mostram uma taxa de desemprego estável”.
A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, disse, por sua vez, que o banco central dos EUA deve ser “muito cauteloso” com cortes nos juros. Mas foram justamente as expectativas sobre tais cortes que impulsionaram os negócios nos EUA nesses dias de shutdown.
Isenção do IR aprovado, mas fiscal preocupa
No Brasil, o buraco é mais embaixo. Apesar da vitória acachapante do governo na aprovação da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, que contou com todas as compensações previstas pela equipe econômica, o temor fiscal voltou a arrepiar a espinha dos investidores.
A bola da vez é o rumor de que o Ministério da Fazenda já estaria trabalhando nos cálculos de um projeto para zerar a tarifa de ônibus em todo o país. Ao Jornal do Grande ABC, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) afirmou que o presidente Lula determinou ao ministro Fernando Haddad que “prepare estudos para implementar e lançar ainda este ano” um programa federal para isentar a passagem de todos os modais de transporte coletivo, que teria custo estimado de R$ 100 bilhões por ano.
Segundo a Reuters, agentes de mercado passaram a precificar a possibilidade de concretização de projetos como o da tarifa zero, vendendo ativos locais por receio de que iniciativas como essa possam se multiplicar com a proximidade do ano eleitoral e gerar impacto fiscal.
Além disso, em outra frente, o próprio Haddad afirmou que não há data para a conversa entre Lula e Trump, embora tratativas estejam em andamento.
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Vale e Gerdau se salvam
Tais temores e preocupações se refletiram nos negócios. Com raríssimas exceções, tudo foi para o vermelho hoje no Ibovespa.
Uma dessas honrosas exceções foi a Vale (VALE3), com alta de 0,67%. As ações de Gerdau (GGBR4), com mais 1,24%, e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), com mais 1,03%, também.
Mas a grande maioria caiu. Petrobras (PETR4) sofreu novamente com a baixa do petróleo internacional, além de preocupações com dividendos e o embate com o Ibama. A perda da petroleira foi de 0,96%.
Os bancos caíram em bloco e o único nome que lutou bravamente – mas perdeu 0,78% – foi Banco do Brasil (BBAS3); Bradesco (BBDC4) caiu amplos 1,63%.
Embraer (EMBR3) tombou profundos 5,82%, na mínima do dia; enquanto os varejistas foram na mesma toada, com destaque para as perdas de 4,58% de Magazine Luiza (MGLU3). Azza 2154 (AZZA3) caiu 5,14%, com fechamento de fábrica e demissão de funcionários.
Raízen (RAIZ4) cedeu 1,94%, em dia de simplificação de sua organização societária, com incorporação da sua subsidiária Raízen Centro-Sul Comercializadora.
Por fim, Marfrig (MBRF3) desceu 2,83%, com a XP assumindo a cobertura do frigorífico e pregando cautela.
Amanhã seria dia de payroll. Seria. Provavelmente não será. Apesar do otimismo visto nas negociações em Wall Street, não será amanhã que a questão bipartidária será destravada no Congresso norte-americano e a paralisação acabará. Tateando no escuro, a cautela possivelmente vai prevalecer. (Fernando Augusto Lopes)
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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.
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