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Ibovespa tem baixa seguindo EUA e com os investidores digerindo decisão do Copom; dólar cai a R$ 5,57

Mercado registra desempenho errático conforme são contrapostos o combate à inflação e a perda de atratividade da renda variável

Negociando na bolsa de valores

Edição invistaja.info e MarketMsg

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ATMP3 | P/L: -0.65 | P/VP: 0.84 | EV/EBIT: -4.47 | ROIC: -0.0586 | EV/EBITDA: 12.19 | Liq.Corr.: 0.48

CURITIBA | invistaja.info — O Ibovespa opera em queda (18) seguindo os índices futuros dos Estados Unidos. Por lá, após a alta da véspera com a decisão do Federal Reserve, o dia aponta para queda, principalmente do Nasdaq, em um cenário de volta dos temores com a alta do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA.

Depois de um leve alívio no dia anterior, quando os juros dos treasuries caíram de 1,69% para 1,64% ao ano, as taxas disparam hoje, chegando a 1,74%. Com isso, ações de empresas menos cíclicas e com fluxo de caixa mais longo, como as companhias do setor de alta tecnologia, acabam sofrendo, algo que se reflete na queda de 1,58% do Nasdaq.

Ontem, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25% sinalizando que esse patamar irá continuar até pelo menos 2023. Os membros do Federal Reserve ainda revisaram para cima suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2021 de crescimento de 4,2% para 6,5%.

+Para esse gestor, Copom precisa subir, e muito a Selic hoje

Em discurso após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou que o banco central quer ver a inflação consistentemente acima da meta de 2% e sinais de melhora no mercado de trabalho dos EUA antes de considerar mudanças nas taxas ou em sua política de compra mensal de títulos, atualmente em US$ 120 bilhões por mês.

Por aqui, os investidores digerem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 0,75 ponto percentual para 2,75% ao ano apontando ainda para mais um aumento de igual magnitude na próxima reunião, e também acompanhando os índices futuros dos EUA.

A expectativa dos economistas era de um aperto menor, de 0,5 p.p. na taxa básica de juros, de modo que a sinalização do Banco Central foi inequivocamente hawkish (favorável a usar a política monetária para combater a inflação).

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De um lado, isso mostra a independência do BC e um compromisso em combater o avanço da inflação, que já chegou a 5,2% nos últimos 12 meses segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro. Por outro, conforme os juros aumentam, ativos de renda variável se tornam menos atrativos em comparação com a renda fixa.

Contudo, sobre o último ponto, em relatório, a XP Investimentos destacou que a alta taxa de juros não deve impactar a trajetória do Ibovespa ou afetar o fluxo de renda fixa para ações, uma vez que os juros reais (juros nominais subtraído da inflação) devem continuar próximos de zero.

“Levando em consideração que a nossa expectativa de inflação é em 4,9% e da Selic em 5,0% para final de 2021, as taxas reais continuarão muito baixas, prevendo ainda um baixo retorno real para investidores em renda fixa”, avaliam Jennie Li, Maira Maldonado e Leonardo Pinto, que assinam o relatório.

Às 10h39 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,83%, a 115.578 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial opera em baixa de 0,35% a R$ 5,565 na compra e a R$ 5,567 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em abril registra perdas de 0,25% a R$ 5,573.

Sacha Tihanyi, chefe de estratégia de mercado emergente da TD Securities, destacou à Bloomberg que a decisão do BC deve apoiar o real, “particularmente dada a orientação de que podemos esperar outros 0,75 ponto na próxima reunião”.  “Estão tentando se antecipar ao aumento rápido dos riscos de inflação e da ameaça de aumento do prêmio de risco fiscal”, apontou.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe 33 pontos-base a 4,59%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de 29 pontos-base a 6,23%, o DI para janeiro de 2025 avança 11 pontos-base a 7,50% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de 11 pontos-base a 7,99%.

Voltando ao exterior, os mercados europeus aguardam pela conclusão da Agência Europeia de Medicamentos sobre a segurança da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford.

O comitê de segurança da instituição deve se reunir nesta quinta, após alguns países, entre eles Alemanha, Espanha, França, Itália e Suécia, suspenderem a aplicação do imunizante devido à preocupação de que ele poderia estar causando coágulos sanguíneos.

O temor acontece apesar de a União Europeia e a Organização Mundial de Saúde (OMS) já terem deixado claro que os dados disponíveis indicam que a vacina é segura, e que os benefícios para a saúde são mais fortes do que os potenciais riscos.

Em uma declaração, a Agência Médica Europeia já ressaltou que “muitas milhares de pessoas desenvolvem coágulos sanguíneos todo ano na União Europeia, por diversos motivos”, e que o número de incidentes entre aqueles vacinados “não parece ser mais alto do que o observado na população em geral”.

Média de mortes por Covid bate 2.000

Pelo 19º dia seguido, o Brasil bateu na quarta (17) seu recorde na média móvel de mortes por Covid em 7 dias, com a marca de 2.031, alta de 49% em comparação com a média de 14 dias antes. A marca de 2.000 mortes na média foi ultrapassada pela primeira vez. O patamar de 1.500 mortes na média de 7 dias havia sido ultrapassado pela primeira vez na semana retrasada.

As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h de quarta, o avanço da pandemia em 24 h no país. Em um único dia foram registradas 2.736 mortes.

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A média móvel de novos casos em sete dias foi de 70.637, alta de 23% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia houve 90.830 diagnósticos, um recorde pelo segundo dia consecutivo.

Até a quarta, 10.731.615 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid no Brasil, o equivalente a 5,06% da população. A segunda dose foi aplicada em 3.916.493 pessoas, ou 1,85% da população. Analistas vêm apontando a velocidade da imunização como um dos fatores a influenciarem a retomada da economia.

Na terça, a Fiocruz havia classificado a pandemia como “o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil” devido a superlotação de leitos de UTI e alta sem controle de casos. A avaliação estampa a capa do jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta.

Todos os estados da Região Sul do Brasil têm colapsos em seus sistemas de saúde, e bateram em março recordes de mortes por Covid em um único mês, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa. Na região Norte, Rondônia também bateu seu recorde.

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde chama atenção para a escassez de insumos para realizar intubação de pacientes, como remédios para anestesia, sedação e relaxamento muscular. O conselho calcula que as reservas atuais só devem durar 20 dias.

O novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, foi informado da situação. De acordo com fontes ouvidas pelo Jornal Nacional, representantes de laboratórios informaram ao governo que não têm capacidade para atender a demanda em curto prazo. Eles sugeriram que o ministério importe esses insumos, ou requeira os medicamentos que, de outra forma, seriam exportados.

No Paraná, há bloqueadores neuromusculares para apenas dois dias. No Pará, os 12 hospitais da rede estadual têm estoques para 15 dias.

Na quarta, o Congresso derrubou o veto total do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a um projeto que viabiliza indenização de profissionais de saúde que se tornarem permanentemente incapacitados por conta de sua atuação na pandemia de Covid.

Também na quarta, o presidente afirmou pelas redes sociais que ficou feliz pelos protestos que ocorreram no fim de semana contra medidas de restrição à locomoção de pessoas e eventuais toques de recolher. “Logicamente eu fiquei feliz, o Brasil todo gostou, mostra que o povo está vivo… os sentimentos democráticos estão aí valendo, queremos a nossa liberdade, queremos que todo mundo respeite a Constituição”, disse Bolsonaro.

A fala ocorreu horas após o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter defendido medidas de distanciamento para conter o avanço do coronavírus. De acordo com cientistas ouvidos pelo jornal O Globo, sem o apoio do governo federal seria um desafio implementar um lockdown no Brasil.

Além disso, representantes da vacina contra Covid-19 Sputnik V, o Fundo Russo de Desenvolvimento e o laboratório União Química reuniram-se na quarta com autoridades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir detalhes da documentação necessária para pedir o uso emergencial do imunizante, informou o órgão regulador.

No encontro, não foi apresentado o pedido de uso emergencial da vacina, segundo a assessoria da Anvisa. Houve apresentações de informações sobre qualidade, eficácia e segurança da vacina, sem entretanto o envio de um relatório oficial. O imunizante vem sendo adquirido por diversos estados brasileiros.

Governadores do Consórcio do Nordeste anunciaram a assinatura de compra de 37 milhões de doses da vacina russa e a expectativa era que fosse fechado ainda na quarta um acordo para a disponibilização dessas doses para integrar o Plano Nacional de Imunização.

Eduardo Pazuello, de saída do ministério da Saúde, anunciou na semana passada um acordo para comprar 10 milhões de doses do imunizante.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quarta pelo jornal Folha de S. Paulo, 50% dos brasileiros rejeitam um eventual processo de impeachment do presidente, enquanto 46% se disseram a favor da medida.

Na pesquisa anterior, feita nos dias 20 e 21 de janeiro, 53% não queriam o impeachment e 42% eram favoráveis. As oscilações ocorreram dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Ainda no radar, o Congresso Nacional derrubou na quarta o veto do presidente Jair Bolsonaro e concedeu uma anistia bilionária a dívidas de igrejas. A medida teve o aval do próprio chefe do Executivo, contrariando a orientação da equipe econômica. Segundo documento da liderança do governo repercutido pelo jornal O Estado de S. Paulo, a renúncia tributária deve chegar a R$ 1,4 bilhão nos próximos quatro anos. Devem ser revistos R$ 222 milhões em autuações de anos anteriores.

Radar corporativo

Em destaque na temporada de resultados, a construtora Eztec teve lucro líquido de R$ 139,7 milhões no quarto trimestre, montante 30% maior do que em igual etapa de 2019, uma vez que o resultado financeiro conseguiu compensar o desempenho operacional mais fraco. A forte alta do IGP-DI, na esteira da valorização do dólar ante o real, teve resultado positivo na carteira de recebíveis da companhia, que financia diretamente as vendas para parte de seus clientes. Assim, o resultado financeiro respondeu sozinho por 55% do lucro do período.

Já o grupo de educação Yduqs teve prejuízo de R$ 102,6 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 58,1 milhões  em igual etapa de 2019, refletindo efeitos da crise criada pela pandemia e a gradual descontinuidade do Fies. A  sua receita líquida no período cresceu 14,4%, a R$ 963 milhões. Mas esse crescimento refletiu sobretudo os efeitos de aquisições, como as do grupos Adtalem e Athenas.

A SLC Agrícola registrou lucro líquido de R$ 194,2 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 119% ante igual período do ano anterior, apoiada por um “avanço notável no resultado bruto das culturas”, disse a empresa, produtora de grãos, em um cenário de firme demanda externa e preços atrativos para a soja, milho e algodão.

Ainda no radar, a Engie Brasil Energia está retomando o processo de venda da totalidade de suas ações na termelétrica Pampa Sul, anunciou a companhia,  em meio a um movimento mais amplo para se desfazer de ativos de carvão.

Já o Magazine Luiza anunciou a aquisição da plataforma de conteúdo digital de moda, beleza e decoração Steal the Look (STL), por valor não revelado.

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REFLEXÃO: Harold Pollack, da Universidade de Chicago: Guarde entre 15 e 20% e invista em fundos de índices com taxa baixa.

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