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palavras-chave: Ibovespa tem maior perda em mais de um mês, com temor fiscal; Petrobras se salva; invistaja.info;
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ListenToMarket: Ibovespa tem maior perda em mais de um mês, com temor fiscal; Petrobras se salva – Áudio gerado às: 17:40:43
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Com menos 1,57%, o Ibovespa teve o pior dia desde 19 de agosto último, e foi aos 141.356,43 pontos, uma perda de 2.251,65 pontos. Naquele dia, o IBOV caiu 2,10%. O tempo fechou. É o ponto de fechamento mais baixo desde os 140.993,25 pontos atingidos em 4 de setembro, mas naquele dia, o índice conseguiu uma alta de 0,81%.
O índice de small caps (SMLL) também derreteu, com menos 2,35%, aos 2.141,72 pontos, mostrando que a perda de hoje foi generalizada.
Teve mais tempestade de pessimismo: o real caiu e o dólar comercial subiu 0,75%, a R$ 5,351, um pouco abaixo do que projeta a XP para a moeda nacional ao fim de 2026. Os DIs (juros futuros) subiram por toda a curva, fechando a trinca de indícios que tempo não está lá muito bom no mercado nacional.
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Proposta de tarifa zero
A causa do mau tempo é mais uma vez o fiscal brasileiro. E é uma preocupação antecipada, por assim dizer. Em entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de tarifa zero no transporte público deve integrar a campanha de reeleição do presidente Lula em 2026. “Nós estamos fazendo uma radiografia do setor a pedido do presidente. Ele sabe que esse tema é importante para os trabalhadores, para o meio ambiente e para a mobilidade urbana”, disse. Na falta de uma, fez a afirmação duas vezes.
Há um temor no mercado de que a proposta represente um aumento de gastos diante de finanças já estranguladas do governo, que não teria atualmente espaço para acomodar uma despesa estimada em R$ 100 bilhões por ano. Não seria uma tempestade, seria um tsunami.
O governo federal ainda não indicou prazos para a conclusão do estudo, nem quais caminhos pretende seguir a partir da radiografia do setor. Mas só a ideia já causa calafrios.
Selic excessivamente restritiva
Haddad ainda cutucou a taxa de juros, que chamou de “excessivamente restritiva”. O termo está entre aspas, mas é uma percepção inclusive do próprio presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mas que defende que ela se mantenha assim por tempo prolongado. “Eu tenho dito que, na minha opinião, a taxa de juros está excessivamente restritiva. Isso é um desrespeito ao Banco Central? Não, o Banco Central tem o trabalho dele, e eu tenho um respeito institucional, independentemente de quem seja o presidente”, disse o ministro, tentando evitar uma marolinha.
Além da preocupação fiscal, o BC se atenta ao volume de crédito, que pode entupir os canais de transmissão da política monetária. E isso é uma queda de braço com o governo federal, que agora acena com um novo crédito imobiliário da poupança que pode injetar até R$ 20 bilhões na economia.
Conversa Lula e Trump
Tais preocupações até obscureceram o sol nas tratativas entre EUA e Brasil sobre o tarifaço, após o bate-papo de Lula e Trump, que ocorreu ontem.
Agora, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, é preciso “aguardar um pouquinho” para saber os próximos passos.
Problemas na economia dos EUA
Se o tempo anda nublado na Bolsa brasileira, os ventos não estavam muito melhores em Nova York nesta terça-feira. E chuva por lá, normalmente, acarreta chuva por cá, independente do que os meteorologistas possam dizer.
Em Wall Street caiu uma enxurrada: os norte-americanos ficaram mais preocupados com o futuro do mercado de trabalho em setembro, ao mesmo tempo em que aumentaram as projeções para a trajetória futura da inflação de curto prazo, segundo um relatório do Federal Reserve de Nova York divulgado hoje.
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Os entrevistados na última Pesquisa de Expectativas do Consumidor do banco elevaram as expectativas de que o desemprego geral será maior em um ano em relação a agosto, em meio a um aumento na probabilidade esperada de perder o emprego.
Os principais índices em Nova York foram pelo ralo com essa visão, ainda mais que não há dados oficiais de emprego, já que a paralisação do governo federal por lá entra na segunda semana. O outro finalmente ultrapassou a marca dos US$ 4 mil pela primeira vez.
Na Europa, a tempestade política na França segue jogando água nos ganhos dos mercados, mas hoje até que as perdas foram menores.
Petrobras é uma das poucas a subir
Essa tempestade chegando por todos os lados só poderia levar o Ibovespa a uma derrocada. Poucas ações se salvaram da enxurrada. Apenas oito ativos da composição do índice subiram e Petrobras (PETR4) foi um deles, com mais 0,36%, em dia que o petróleo internacional terminou praticamente estável.
Minerva (BEEF3) também subiu, com 1,21%, assim como WEG (WEGE3), com mais 0,14%.
Mas a grande maioria escoou pelas mãos, como água de chuva. Vale (VALE3) desceu 1,41%, na mínima do dia; mas as atenções ficaram mesmo em MRV (MRVE3), que despencou 12,12%, após prévia decepcionante do 3T25.
Os grandes bancos caíram em bloco, com Itaú Unibanco (ITUB4) descendo 1,59% e Banco do Brasil (BBAS3) perdendo 0,93%.
Os varejistas derreteram como geleiras nos polos em tempos de aquecimento global. As perdas foram amplas, com Lojas Renner (LREN3) chegando a descer 5,70% e Azzas 2154 (AZZA3), com menos 5,69%. Quem lutou bravamente contra a maré foi o GPA (PCAR3), que chegou a oscilar e ficar positivo em partes da sessão, antes de fechar com menos 1,02%, em dia de alterações no Conselho.
Esta quarta-feira dará aos investidores a ata da última reunião do Federal Reserve. Sem dados oficiais relevantes, o texto pode jogar alguma luz sobre como será a reunião de outubro. Mas a bonança ainda parece ser um momento distante, diante de tanta nebulosidade. (Fernando Augusto Lopes)
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REFLEXÃO: Eddy Elfenbein, dono do site Crossing Wall Street: Seja paciente e ignore modismos. Foque no valor e não entre em pânico.
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