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Inflação global não é ruim para o Brasil, diz Henrique Bredda, que tem Vale e Petrobras na carteira

Gestor do Alaska afirma que elevação de preços atual é causada pelas commodities, e o Brasil se beneficia disso por ser um grande produtor

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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LUPA3 | EV/EBITDA: -115.39 | P/L: 6.44 | Pat.Liq: 132709000.0 | P/EBIT: -14.21 | ROIC: -0.0157 | Mrg.Ebit: -0.0708

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A atual inflação mundial, que nos países desenvolvidos está no maior patamar em 40 anos, e a consequente alta dos juros para contê-la não são algo necessariamente ruim para o Brasil, por sermos um grande produtor de commodities e nos beneficiamos da alta de preços, disse Henrique Bredda, gestor do fundo Alaska, nesta quinta-feira (8).

Para ele, apesar de a alta dos juros diminuir o fluxo de caixa descontado das empresas (o que tende a derrubar o preço das ações), o atual cenário tem pontos benéficos para o País, ao contrário dos desenvolvidos. “Ciclo de commodities ajuda o Brasil”, afirmou.

Bredda deu a declaração durante o painel “Brasil é a bola da vez para 2023?”, na Expert XP, o maior festival de investimentos do mundo (para acompanhar as palestras online ou presencialmente em São Paulo, inscreva-se aqui).

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Também participaram Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante, e Thomas Giuberti, head da mesa de renda variável da Golden Investimentos. A conversa foi mediada por Danniela Eiger, head de varejo e co-head de equity research da XP.

“Os juros no mundo não sobem por acaso. A inflação é uma alta do preço das commodities, e isso não é ruim para o Brasil. Para o Brasil é bom o minério de ferro a US$ 150, para o resto do mundo o bom é o minério a zero dólares”, afirmou Bredda. “O que é custo para eles [o mundo desenvolvido] é receita para nós”.

O gestor do Alaska destacou que o Brasil está com uma balança comercial forte, arrecadação elevada e gerando empregos, mesmo com o cenário adverso. E ele tem dúvidas se a alta dos juros vai conseguir frear o avanço de preços de matérias-primas.

Bevilacqua, da Levante, disse que “commodities são uma boa posição”, de que “gosta muito”, e destacou que o Brasil está mais adiantado no ciclo de alta de juros – a Selic começou a subir em março de 2021, quando estava em 2% ao ano, e alcançou 13,75% nesta quarta-feira (3).

Melhor no relativo

“Estamos muito adiantados e temos muita gordura. Tudo isso favorece o Brasil no relativo. Na Europa, tem uma restrição de oferta, porque 40% da energia é dependente da Rússia e eles estão pagando o preço. E nós estamos na contramão”, disse Bevilacqua. “Olho para essas empresas gerando 20% a 30% de dividend yeld por ano e negociando a duas, três vezes o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]. E elas estão muito bem posicionadas”.

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Bredda disse também que, no relativo, é melhor para o estrangeiro investir no Brasil do que em outros países emergentes. “Vou investir no Brasil ou na Rússia? No Brasil ou na China? Na Rússia você entra, mas não sabe se sai. Na China, do dia para a noite podem tomar a empresa. Tenta fazer negócio no México”.

Ele disse que o Alaska tem Petrobras e Vale na carteira atualmente, mesmo sem esperar uma valorização no preço das commodities. “Temos Petro e Vale no fundo. ‘Então você está otimista com commodities?’. Não. ‘Você acha que os resultados vão subir?’. Também não. Mas o preço que a gente paga nessas empresas, com esse fluxo de caixa, se justifica. Porque o preço está muito bom”.

Varejo fugindo da bolsa

Giuberti, da Golden Investimentos, destacou que o indicador de P/L (preço sobre lucro) da Bolsa brasileira está em seis vezes atualmente – e que o preço está interessante, mas o investidor precisa saber o risco que aguenta correr.

“O investidor ter uma posição adequada ao risco que aguenta é importante. Esse autoconhecimento é fundamental. Mas a bolsa a um P/L de seis vezes é realmente interessante. Em varejo tem muita coisa barata”, disse Giuberti. “Daqui a 12, 18 meses, a Bolsa vai ter um retorno interessante que vai compensar quem segurou”.

Bredda também falou sobre a fuga do investidor de varejo da Bolsa – que, segundo ele, é orientado pelo CDI. “Eu recebo oferta de CDBs espetaculares no meu WhatsApp. Imagina o [investidor de] varejo? O grande vendedor de Bolsa está sendo a pessoa física, seja ela vendendo direto na Bolsa ou resgatando de fundos [de ações]”, disse o gestor. “O varejo é muito orientado pelo CDI. É a grande régua dele”.

O gestor do Alaska disse que, enquanto o investidor pessoa física está vendendo ações, quem está comprando são os estrangeiros e as próprias empresas. “As empresas estão gerando muito caixa, pagando muitos dividendos e ainda recomprando as suas ações”.

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REFLEXÃO: Michael Kitces, conselheiro financeiro: Invista pensando no longo prazo, não especule, mas, não ignore as flutuações do mercado.

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