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Juros e Americanas (AMER3) levam mercado a antever impacto do crédito no PIB

Cenário da redução de crédito na economia brasileira é preocupante não apenas para empresas, mas também para as pessoas físicas, aponta especialista

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Edição invistaja.info e MarketMsg

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Uma desaceleração intensa do mercado de crédito entrou no radar do mercado e pode representar prejuízos à atividade este ano – e, no limite, levar a uma recessão. Embora não seja o cenário-base dos analistas, a expectativa de Selic alta por mais tempo trouxe o risco à tona, numa situação agravada pelo caso Americanas (AMER3) – cujo rombo fiscal leva a companhia a uma recuperação judicial – e após os principais bancos do País sinalizarem menor disposição para conceder empréstimos.

“Já temos uma projeção de economia praticamente parada este ano, (crescimento de) 0,7% para o PIB, com o agronegócio forte e o primeiro trimestre forte. Depois, economia parada. Se a disposição de conceder crédito diminui, pode impactar. Podemos ter dois trimestres negativos, seria uma recessão técnica”, diz a economista-chefe do banco Credit Suisse, Solange Srour.

A preocupação com o crédito neste ano, aliás, esteve entre os temas debatidos por economistas nas reuniões trimestrais com o Banco Central (BC) nesta semana. “Foi muito discutida a preocupação com Americanas, que um evento mais disruptivo no crédito poderia desencadear uma desaceleração muito forte da atividade”, relatou uma fonte.

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Ano de ‘limpeza’

Na temporada de balanços do quarto trimestre, o Banco do Brasil, por exemplo, previu expansão entre 8% e 12% da carteira de empréstimos este ano, abaixo dos 17% do ano passado. E o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse que o banco vai aproveitar 2023 como um ano de “limpeza”, com empréstimos menos arriscados.

O analista de macroeconomia Michael Burt, da LCA, prevê uma desaceleração do crescimento do saldo de crédito livre a empresas a 7,0% em 2023, após alta de 9,9% em 2022. Ele alerta, no entanto, que o episódio da Americanas gerou incerteza no cenário e pode reduzir ainda mais a expansão no ano.

“Alguns bancos mostraram sinalizações de que isso vai reduzir o apetite para empréstimos, como, por exemplo, o Bradesco. Se isso se concretizar, esse 7,0% pode cair para algo em torno de 6,0% a 5,5%”, diz Burt, que vê nesse cenário adverso um risco para a obtenção de capital de giro para empresas, com impacto sobre a atividade.

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Para a LCA, “eventual fracasso nesse esforço (de contornar uma crise de crédito) tenderia a deslocar a economia doméstica para uma trajetória claramente mais frustrante do que ora contemplamos em nosso cenário-base – algo superior a 1% (de crescimento) na média de 2023 e 2024”.

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A analista Isabela Tavares, da Tendências, mantém no cenário-base uma queda real de 2,8% das concessões de crédito este ano, após crescimento de 10,4% em 2022, devido à expectativa de manutenção da taxa Selic em 13,75% até o terceiro trimestre. Essa premissa já está embutida na projeção da consultoria para o PIB de 2023, de avanço de 0,9%, mas Tavares alerta que há riscos de uma piora mais intensa no crédito, com impacto sobre a atividade.

“Temos uma perspectiva de que o custo do crédito para o tomador final tenha um recuo marginal de 0,4 ponto porcentual no fim de 2023 ante o fim de 2022, devido à queda da taxa Selic. Caso a taxa não caia, há risco de esses juros atingirem níveis mais altos e isso dificultar ainda mais a demanda e a oferta por crédito, além de aumentar a inadimplência. Tem o risco de um cenário pior”, explica.

‘Soluço’

Para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o caso das Americanas pode causar um “soluço” na disponibilidade de crédito, mas não deve afetar estruturalmente o mercado. “Estive com CEOs de bancos, e eles dizem que não afeta nem a distribuição de produtos nem a forma como veem o crédito”, disse, no programa Roda Viva.

Srour, do Credit, considera que “talvez o BC fique numa situação complicada” num ambiente de juro alto e menor disposição para concessão de crédito. “A projeção dele pode estar apontando uma inflação alta, por causa das perdas das âncoras (fiscal e monetária), mas, quando coloca no modelo dele o impacto dos juros longos na economia, pode não ficar tão alta a ponto de subir juros porque a economia vai estar desacelerando bem.”

Endividamento familiar ‘nas alturas’ pode piorar

O analista de macroeconomia Michael Burt, da LCA, ressalta que o cenário da redução de crédito na economia brasileira é preocupante não apenas para empresas, mas também para as pessoas físicas, devido à expectativa de aumento da inadimplência entre 2022 e 2023 (5,9% para 6,7%). Nas contas da LCA, 80% do crédito livre concedido às famílias no ano passado partiu do cheque especial e do cartão de crédito, operações caras que tendem a comprometer a capacidade de pagamento.

“A gente pode reajustar um pouco a expectativa de inadimplência, a depender do Desenrola (programa em gestação pelo governo federal), mas o endividamento familiar está lá nas alturas, o comprometimento de renda das famílias está na máxima histórica, e o qualitativo de crédito na carteira corrobora o cenário de aumento da inadimplência. O juro alto da Selic também pega bem no crédito livre às famílias”, explica.

As projeções da Tendências consideram uma redução real das concessões de crédito para pessoas físicas (-0,3%), devido ao aumento da inadimplência observado desde o ano passado, e ainda maior para as empresas (-5,8%), devido ao risco elevado de crédito para os bancos.

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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.

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