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Kanzuk questiona se BC terá condições de subir juro a 15% ou sofrerá pressão política

Ex-diretor do Banco Central avalia que, face ao cenário macro, as taxas de juros terão que subir muito acima das expectativas iniciais

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Edição MarketMsg e invistaja.info

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O economista Fabio Kanczuk, diretor de macroeconomia da Asa Investments, diz que a situação fiscal do governo Lula se apresenta pior do que no segundo mandato do governo de Dilma Rousseff (2014-16), e que o pacote anunciado não será capaz de deter o aumento da dívida pública. Ele lembra que a dívida naquela época crescia na mesma velocidade de hoje.

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“O (Alexandre) Tombini levou a Selic até 14,25% e a NTN-B (título do Tesouro) foi a 7,5% (mais IPCA)”, diz. “Se os juros foram a 14,25% e não resolveu o problema, agora tem que ir acima de 15%”, acrescenta Kanczuk, que foi entrevistado por Henrique Esteter no Instagram do (invistaja.info).

O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2016-18) e ex-diretor de Política Econômica do Banco Central (2019-21) ressalta ainda que no governo Dilma os juros no exterior caminhavam de outra forma.

“Naquela época, os juros dos EUA em termos reais eram zero. Agora, está com cara de 1,5%. Quando a gente pensa quanto vai precisar a Selic subir, parte dos juros internacional, que não são mais zero e sim 1,5%, põe um prêmio fiscal pior (ao Brasil). Se a NTN-B era 7,5%, ela pode ir a 8,5%”, avalia.

Comportamento futuro do BC

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Kanczuk questiona se Banco Central sob a presidência de Gabriel Galípolo a partir de janeiro terá autonomia para colocar os juros a 15% para frear a inflação.

O ex-diretor do BC acha que pode haver questionamentos sobre a alta dos juros, que faz resvalar ainda mais no fiscal por conta do pagamento de serviço da dívida pública.

“A forma correta de pensar para quem está no Banco Central é o problema da inflação e não o fiscal. Problema do fiscal é do Ministério da Fazenda”, afirma.

“Quando o Banco Central começa a se preocupar com o fiscal e não sobe os juros, fica viciado. Não se faz o trabalho”, analisa.

Ele crê ainda que o Banco Central sob nova gestão pode alegar que, subindo os juros, isso também afetaria o fiscal. “Não é o correto, mas seria uma saída do Banco Central sobre pressão política”, diz.

Fabio Kanczuk afirma também que a grande questão do mercado hoje é como o Banco Central atuará no novo quadro fiscal. Ele aponta que vê a inflação subir à frente, de qualquer forma.

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REFLEXÃO: Ben Carlson, autor de A Wealth of Common Sense – A riqueza do senso comum, em tradução livre: Menos é mais. O processo de investimento deve ser mais importante que os resultados. Comportamento correto na hora de investir é a chave.

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