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Edição MarketMsg e invistaja.info
palavras-chave: Minerva: BEEF3 cai quase 3% com aumento de capital bilionário: o que mercado achou?; invistaja.info;
ABEV3 | ROIC: 0.179 | Pat.Liq: 98642100000.0 | DY: 0.0603 | P/ACL: -23.68 | Cresc.5anos: 0.099 | EV/EBITDA: 6.92
O frigorífico Minerva (BEEF3) anunciou na véspera um aumento de capital de R$ 2 bilhões, sendo que pode atingir até R$ 3 bilhões caso o bônus de subscrição de 2 para 1 seja integralmente exercido. O preço será de R$ 5,17 por ação.
Nesta terça-feira (8), a ação da Minerva caiu 2,95%, cotada a R$ 6,25, amenizando as perdas de mais de 5% do começo do dia.
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O Itaú BBA vê a capitalização como uma medida de redução de risco para a Minerva. Na avaliação do BBA, a atual tese de investimento da companhia depende essencialmente de dois fatores: o momento e a intensidade da entrada em operação dos ativos adquiridos da Marfrig no final de 2023, e a geração recorrente de fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE), considerando a alavancagem mais elevada após a transação (cerca de 3,7 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), conforme reportado no quarto trimestre de 2024) e uma possível reversão no ciclo do gado no Brasil ao longo do próximo ano.
Caso a injeção de capital seja aprovada, o BBA prevê que a alavancagem da Minerva caia imediatamente para aproximadamente 3,2 vezes, podendo chegar a 3,0 vezes no cenário em que os investidores exerçam integralmente os bônus de subscrição, no valor adicional de R$ 1,0 bilhão.
Segundo o BBA, a redução no nível de dívida líquida em relação ao EBITDA pode representar uma conversão mais eficiente de EBITDA em FCFE, uma percepção mais favorável dos investidores em relação aos múltiplos justos da empresa e a abertura de espaço para a realização de vendas de ativos bem conduzidas, caso surjam oportunidades que agreguem valor.
O Itaú BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11.
Apesar da iminente virada de ciclo do gado no Brasil, a XP Investimentos afirma que sua maior preocupação com a tese é a alavancagem e o cenário complicado de geração de caixa. Dessa forma, a corretora vê o anuncio como positivo pois ajuda a endereçar parte do problema de balanço; remove um overhang do papel, uma vez que o mercado já aguardava alguma medida de levantamento de capital; o preço de entrada parece atrativo.
Além disso, a XP pontua que o levantamento de capital através de desinvestimento parece fora da mesa.
O time análise da XP também vê com bons olhos a posição dos controladores, uma vez que garantiram R$ 1 bilhão da emissão – sendo R$ 700 milhões da família e R$ 300 milhões da SALIC. Com isso, pode aumentar sua participação na companhia dependendo do tamanho final da oferta.
hotWords: minerva: bilionário: mercado capital achou?
A XP projeta a alavancagem em reais em 3,4 vezes Dívida líquida/Ebitda ao final de 2025. Na hipótese de levantar R$ 1 bilhão, analistas estimam um impacto positivo de 6% e 0,2 vez no lucro e na alavancagem do ano, respectivamente. No caso de R$ 3 bilhões, o impacto positivo é de 15% de 0,7 vez, o que seria positivo para as ações, na visão da corretora.
A Genial Investimentos, por sua vez, destaca que a oferta foi precificada a R$ 5,17 por ação, o que representa um desconto de aproximadamente 20% em relação ao último fechamento (R$ 6,44) — fator que leva a uma pressão negativa imediata sobre os papéis.
Com potencial de captação de até R$ 2 bilhões (ou até R$ 3 bilhões considerando o exercício integral dos bônus de subscrição), a operação equivale a cerca de 51% do valor de mercado atual da companhia e pode resultar em uma diluição de até 65% para os acionistas que não acompanharem a oferta.
Segundo cálculos da Genial, a alavancagem efetiva é de 5,0 vezes Dívida Líquida/EBITDA, o que reforça o caráter defensivo da capitalização. Um ponto relevante é que o investidor que aderir à oferta receberá ½ bônus de subscrição para cada ação adquirida, com direito de exercício em até três anos, ao mesmo preço da emissão (R$ 5,17), o que pode gerar diluição adicional no futuro para quem não participar — funcionando, ao mesmo tempo, como um incentivo à adesão no curto prazo.
A Genial reduziu recomendação de neutra para venda e o preço-alvo de R$ 5,70 para R$ 5,20.
“Apesar de a oferta implicar em uma diluição relevante — potencialmente 50%, com 580 milhões de novas ações —, o atual alto custo financeiro da Minerva faz com que a operação possa gerar valor ao lucro líquido”, comenta BTG.
O BTG estima uma dívida líquida de R$ 18,0 bilhões ao final de 2025, com despesas financeiras de R$ 3,5 bilhões em 2026, consumindo grande parte do Ebitda projetado de R$ 4,5 bilhões e limitando o lucro líquido a apenas R$ 272 milhões. No entanto, com a injeção total de R$ 3 bilhões, o banco prevê que o lucro líquido possa subir para R$ 610 milhões em 2026, elevando o LPA (lucro por ação) em 13% (de R$ 0,463 para R$ 0,522).
Mesmo em cenários mais conservadores — como um aumento base de R$ 1 bilhão ou um aumento de R$ 2 bilhões sem conversão dos bônus — o LPA ainda aumentaria entre 6% e 10%.
Para o BTG, o aumento de capital fortalecerá materialmente o balanço patrimonial da Minerva. Em uma base totalmente diluída, a alavancagem cairia para 3,7 vezes ao final de 2025. A operação também reverte o patrimônio líquido negativo no balanço, o que o BTG acredita que reduziria a capacidade da companhia de financiar suas operações. Além disso, ajuda a reequilibrar o EV (valor da firma) da empresa, atualmente composto em quase 3/4 por dívida/capital total, reduzindo significativamente o caráter binário das negociações das ações desde o anúncio da aquisição dos ativos da Marfrig.
O BTG manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 9.
FARIA LIMA | mercados | invistaja.info – Minerva: BEEF3 cai quase 3% com aumento de capital bilionário: o que mercado achou?
REFLEXÃO: Eddy Elfenbein, dono do site Crossing Wall Street: Seja paciente e ignore modismos. Foque no valor e não entre em pânico.
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