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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou, nesta terça-feira (8), que “jamais” sofreu qualquer pressão por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua atuação na autoridade monetária.
Galípolo, que era secretário-executivo do Ministério da Fazenda (número 2 da gestão de Fernando Haddad, do PT), foi indicado por Lula para a diretoria de Política Monetária do BC e, mais recentemente, para a presidência do BC.
As declarações do economista foram dadas durante sabatina promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Galípolo precisa ter o nome aprovado tanto pela CAE quanto pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta terça.
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Caso ele seja aprovado pelos senadores, Galípolo sucederá o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no dia 31 de dezembro de 2024.
“A verdade é que eu nunca sofri nenhuma pressão. Jamais sofri pressão. Seria muito leviano da minha parte dizer que o presidente Lula fez qualquer pressão sobre mim em qualquer tipo de decisão”, assegurou Galípolo.
“O mandato legal do BC é este. Todos os pedidos e recomendações que eu recebi, inclusive dos senhores [senadores], foram para tomar as decisões de acordo com a nossa consciência. O dia em que você começa a tomar decisões fora da sua consciência, você vai começar a empilhar equívocos’, disse o economista.
“Durmo muito bem graças a isso. São sempre decisões de acordo com a minha consciência.”
Indicação para a presidência do BC
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Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.
Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco, assim, assume o cargo sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Com isso, o chefe do Executivo federal só poderá efetuar uma troca no comando da autoridade monetária a partir do terceiro ano de gestão. O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro de 2024.
Quem é Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), instituição na qual também foi professor nos cursos de graduação, de 2006 a 2012. Saiba mais sobre o indicado por Lula a presidência do BC clicando aqui.
Além disso, lecionou no MBA de PPPs e Concessões da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). É também pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Sua passagem pela administração pública teve início em 2007, no governo de José Serra (PSDB) em São Paulo. Naquele ano, o economista chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos e, em 2008, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
De 2017 a 2021, Galípolo foi presidente do banco Fator, instituição com expertise em parcerias público-privadas e programas de privatização. Em sua atuação no banco, conduziu os estudos para a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), processo que teve início em 2018. Em 2021, o banco Fator e o BNDES lideraram o leilão da estatal, operação que arrecadou R$ 22,6 bilhões com a venda de três dos quatro blocos ofertados.
Como número 2 do Ministério da Fazenda na gestão de Fernando Haddad (PT), Galípolo teve a dura missão de gerir um rombo inicial de cerca de R$ 300 bilhões nos cofres públicos e acomodar uma demanda crescente por políticas públicas e promessas de programas sociais feitas na campanha.
Poucos meses após ter assumido como secretário-executivo da pasta, Galípolo deixou o cargo para integrar a diretoria do Banco Central (BC), por indicação de Haddad e Lula. Sua estreia no Copom “coincidiu” com a primeira queda da Selic desde que o ciclo de alta da taxa básica iniciou, em março de 2021.
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REFLEXÃO: Ben Carlson, autor de A Wealth of Common Sense – A riqueza do senso comum, em tradução livre: Menos é mais. O processo de investimento deve ser mais importante que os resultados. Comportamento correto na hora de investir é a chave.
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