Informação para o trader investidor
Edição invistaja.info e MarketMsg
palavras-chave: “Os adultos sentaram na sala”, diz especialista Roberto Dumas sobre acordo EUA-China; invistaja.info;
ADHM3 | P/ACL: -1.27 | P/L: -4.09 | P/VP: -1.29 | EV/EBIT: -5.69 | ROE: 0.3147 | ROIC: 5.217
ListenToMarket: “Os adultos sentaram na sala”, diz especialista Roberto Dumas sobre acordo EUA-China – Áudio gerado às: 11:52:30
VELOCIDADE: 1.0x | 1.95x | 2.3x
O anúncio de pausa na disputa tarifária entre Estados Unidos e China abre caminho para um acordo definitivo sobre as alíquotas de importação entre os dois países, que devem chegar a um denominador comum, avalia Roberto Dumas, mestre em economia chinesa e professor de economia internacional no Insper.Nesta segunda-feira (12), EUA e China declararam que vão manter tarifas reduzidas durante 90 dias. Os EUA, que haviam estipulado imposto de 145% sobre produtos chineses, passarão a cobrar até 30% (10% sobre produtos em geral e 20% a substâncias relacionadas ao opioide fentanil). A China, que havia respondido à taxação americana elevando a 125% os impostos de importação para produtos americanos, passará a cobrar 10%.“É um bruta de um recuo do [presidente dos EUA, Donald] Trump. Agora, pelo menos, vamos começar a discutir uma nova política tarifária. Ou a China vai acabar aumentando para 30% também, ou os Estados Unidos vão cair para 20%”, avalia.
Para ele, foi retirada a “espada de Dâmocles” sobre a cabeça da economia global porque agora há um norte nas negociações. “Os adultos sentaram na sala”, afirmou.
Confira, abaixo, a entrevista de Roberto Dumas para o (MarketMsg) sobre o acordo:(MarketMsg): O que a pausa de 90 dias significa? É o início do fim da disputa comercial?Roberto Dumas: Isso é um bruta de um recuo do [presidente dos EUA, Donald] Trump. Agora, pelo menos, vamos começar a discutir uma nova política tarifária e eles devem chegar em um acordo, um denominador comum. Ou a China vai acabar aumentando para 30% também, ou os Estados Unidos vão cair para 20%. Não vai ter essa discrepância de 30% para 10%.IM: É possível que as tarifas estipuladas neste período de 90 dias se prolonguem e virem permanentes?RD: Sim, até mesmo porque, vamos combinar, que 145% e 125% não era guerra tarifária, era embargo. Você não vai comprar e não vai vender nada [com essas tarifas]. E os EUA estavam com risco de recessão doméstica, porque ia faltar produto chinês.A ideia de Trump [de estimular a indústria local] está correta em um mundo atemporal. Ele falava que as empresas iriam entrar [na produção dos produtos que até então eram importados], mas isso não acontece em três, quatro, cinco, seis meses. Você precisa de tempo.IM: Qual o impacto do anúncio no panorama econômico global?RD: A gente estava com uma “espada de Dâmocles” [expressão relacionada a um perigo iminente] na cabeça, que era a possibilidade de um crescimento global menor. Por isso que os preços das commodities estavam despencando e o Federal Reserve não cortou a taxa básica de juros, porque não sabia onde essa guerra tarifária iria parar. Agora estamos tendo um norte. Os adultos sentaram na sala.Enquanto as empresas não sabiam quanto ia ser a tarifa, elas não conseguiam fazer um plano de negócios para saber se valia a pena investir nos Estados Unidos ou em qualquer outro país.Agora, pelo menos, a “espada” na cabeça do comércio internacional foi, de certa forma, removida no curto prazo. O Trump viu que o mercado estava meio assustado, com curva de juros subindo nos EUA. Não dava para esperar o mercado precificar e vir com discurso populista.IM: Como o Brasil pode se beneficiar do acordo entre EUA e China?RD: O Brasil se beneficia não tanto pela tarifa, que deve permanecer em 10%, mas pelo preço da commodity, que está subindo. Isso eventualmente pode ajudar na redução do nosso câmbio porque, se vende mais lá para fora, entra mais dólar. A cotação deve sofrer um período de apreciação do dólar, e não de depreciação do real.O acordo também deve melhorar as taxas de juros dos Estados Unidos na próxima reunião do Fomc [Comitê de Política Monetária do Federal Reserve]. E não vai adiantar ler a ata das reuniões da semana passada, tanto do Fomc quanto do Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central], porque foram feitas com base no cenário de tarifas vigentes.IM: Quais são os riscos de os dois países não chegarem a um acordo?RD: Existe o risco de entrarem assuntos que não são a guerra tarifária na mesa de negociação, como a questão de Taiwan [província que a China considera rebelde e parte do seu território, o que não é apoiado pelos EUA].
+Petróleo e soja avançam com pausa nas tarifas entre EUA e China
palavras-chave: “Os adultos sentaram na sala”, diz especialista Roberto Dumas sobre acordo EUA-China; invistaja.info;
BRASIL | economia | invistaja.info – “Os adultos sentaram na sala”, diz especialista Roberto Dumas sobre acordo EUA-China
REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.
Notícias relacionadas:
Mercados reduzem apostas em cortes de juros pelo Fed após acordo entre EUA e China
Trump sinaliza que pode conversar com Xi Jinping nesta semana
Ibovespa sobe com blue chips após acordo China-EUA em dia cheio de balanços
De Petrobras a Vale: ações de empresas de commodities sobem com acordo EUA-China
Seja anunciante no invistaja.info