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Para analistas, Copom deve destacar risco do cenário fiscal em seu comunicado

Com expectativa unânime de manutenção da Selic em 13,75%, comitê deve alertar para impacto da expansão de gastos na inflação

Informação para o trader investidor

Edição MarketMsg e invistaja.info

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta terça (6) e quarta-feira (7) para traçar cenários e definir estratégias, mas a decisão sobre a taxa de juros em si é a notícia que deve chamar menos a atenção do mercado financeiro. Os analistas e economistas são unânimes em afirmar que taxa Selic será mantida em 13,75%. O que vai interessar mesmo é tom que o colegiado dará às incertezas fiscais em seu balanço de riscos.Vai ser a partir daí que os modelos dos investidores vão buscar pistas sobre o ponto de início da flexibilização da política em 2023.Para Leonardo Costa, economista da ASA Investments, o destaque desta reunião do Copom será mesmo a avaliação do balanço de riscos. Para o especialistas, o avanço do novo governo eleito com a chamada PEC da Transição e os sucessivos questionamentos do arcabouço fiscal vigente dão um sinal de deterioração do quadro fiscal no médio prazo e isso já aparece na precificação da curva de juros do mercado.“Perante um cenário ainda bastante volátil, esperamos que o Copom indique a piora dos riscos nessa reunião, possivelmente indicando assimetria: com risco altista para inflação”, prevê Costa.Tatiana Nogueira, economista da XP Investimentos, concorda que houve uma elevação do risco de desancoragem das expectativas de inflação desde a última reunião de outubro, o que pode dificultar a trajetória de convergência para a meta. Para ela, a volatilidade dos ativos financeiros desde esse encontro é uma prova disso.Sobre a inflação, Tatiana diz que há uma dinâmica com sinais mistos. “No curto prazo, teve surpresa baixista nos indicadores, principalmente nos IGPs, o que tende a contribuir para um repasse mais baixo de custos.  Agora, incertezas fiscais elevam os riscos altistas no médio prazo para a inflação e o BC deve monitorar isso mais atentamente”, alerta.Nas simulações da XP, replicando o modelo do BC, a inflação de 2022 foi revista ligeiramente para cima, de 5,8% para 5,9%, enquanto a de 2023 subiu de 4,8% para 5%. Para 2024, foi mantida em 2,9%.“Tem uma expectativa de que o BC vai ver as projeções ainda numa trajetória de convergência com a Selic atual. Mas vai começar a levantar a questão das incertezas fiscais. Colocar, talvez no comunicado, que os questionamentos em relação ao arcabouço fiscal aumentaram e que isso eleva o risco de desancoragem das expectativas de inflação”, afirma.Aperto mais longoPara o JP Morgan, essa incerteza fiscal traz chances crescentes de que as taxas permaneçam altas por mais tempo no próximo ano, “dados os riscos assimétricos de uma política fiscal mais frouxa do que o esperado e uma perspectiva global mais desafiadora se uma nova rodada de aperto monetário global for necessária em algum momento do próximo ano”, diz em relatório.O banco de investimentos reconhece que houve melhora da inflação no Brasil e também de sinais de desaceleração do crescimento econômico desde a última reunião do Copom, mas alerta por outro lado que as dúvidas sobre a política fiscal aumentaram substancialmente.“Essa discussão fiscal deve dominar o debate em torno das próximas decisões de política monetária. Se uma expansão fiscal levar a um aumento significativo nas projeções de inflação do Banco Central, por meio de um impulso na demanda agregada, depreciação cambial, um novo aumento das expectativas de inflação ou uma combinação destes, o BC pode descobrir que aumentos adicionais nas taxas, ou que as taxas permaneçam altas por um período ainda mais longo, são apropriados”, diz o relatório do JP Morgan.Para Gustavo Sung, economista chefe da Suno Research, os próximos meses serão importantes para que se possa entender a dinâmica da inflação e do impacto do juro. “Caso as perspectivas se mantenham, a nossa expectativa é de que a autoridade monetária realize os primeiros cortes na Selic no segundo trimestre do ano que vem”, afirma.Sung diz que uma parte do mercado já começa a enxergar até um possível aumento dos juros no ano que vem, exatamente devido à incerteza do quadro fiscal, mas o economista da Suno vê essa probabilidade como baixa.“O grande problema, que pode alterar o cenário para a taxa Selic, é o desenrolar da PEC da Transição e a discussão sobre um novo arcabouço fiscal. O impacto da política fiscal expansionista afeta a política monetária em duas dimensões. No curto prazo, afeta os ânimos do mercado, impacta positivamente a atividade econômica e eleva as expectativas de inflação. No longo prazo, reduz a credibilidade do arcabouço fiscal do país”, explica Sung.Ele afirma que a autoridade monetária tem sinalizado isso em suas atas e as declarações tanto do presidente Roberto campos Neto como de seus diretores, têm alertado sobre o problema. “Um olho no equilíbrio fiscal é necessário para a autoridade monetária não tomar uma atitude mais tempestiva”, diz.Déficit primárioVictor Inoue, head de produtos da WIT Invest, também acredita que o risco fiscal não está sob controle e alerta que PEC apresentada pelo governo eleito pode levar a um déficit de até 2,6% do PIB em 2023, permaneceria em terreno deficitário pelo menos até 2026. “Caso a PEC não seja desidratada, podemos entrar em um cenário de dívida insustentável levando a uma situação de dominância fiscal”, alerta.Por conta desse quadro, Inoue não acredita que o BC reduza a Selic nas próximas reuniões. “No cenário pré-eleição esperávamos o início de cortes no segundo semestre de 2023, mas devido aos ruídos recentes sobre política fiscal o cenário se tornou muito incerto. Também não esperamos nova deflação, o efeito dos cortes de impostos já foi completamente absorvido”, destaca.Para o Itaú, comitê deve reforçar a sinalização, já presente nos últimos comunicados, de manutenção da postura vigilante da política monetária, a fim de perseverar no processo de desinflação até que a convergência às metas seja alcançada, e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado ou que as expectativas de inflação se desancorem.“O comitê deve sinalizar que ainda vê um balanço de riscos simétrico para a inflação, mas com um alerta adicional para a evolução do quadro fiscal nos próximos anos. O comitê deve registrar, também, a aceleração da dinâmica salarial, que poderia apresentar riscos para a trajetória de desinflação”, diz o banco.“Apesar do desempenho mais benigno das contas públicas na margem, a incerteza em relação ao arcabouço fiscal que estará vigente nos próximos anos pode impactar as expectativas de inflação no horizonte relevante para a política monetária”, afirma o relatório do Itaú.Risco de repique na inflaçãoAna Paula Carvalho, planejadora financeira CFP e sócia da AVG Capital, também vê como o ponto de maior incerteza no momento o tempo que a taxa Selic se manterá no nível atual, exatamente pelo risco de inflação, dado o cenário doméstico fiscal.“Provavelmente o Copom fará um comunicado demonstrando uma postura vigilante e alerta ao movimento do mercado, que tem se mostrado muito avesso à política fiscal expansionista proposta pelo próximo governo. Com gastos maiores, haverá dificuldades em termos cortes de juros, com o risco de uma Selic inalterada no próximo ano e até mesmo um eventual ciclo de alta caso haja uma deterioração fiscal mais forte”, afirma.Para Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, após anunciar a manutenção da taxa em 13,75%, o comunicado do Copom provavelmente irá reiterar tudo o que o comitê já vem justificando nas últimas reuniões, com a adição de um cenário fiscal cada vez mais comprometido.Ele prevê que o tom do comunicado e da ata devem vir bem duros, ressaltando além das variáveis exógenas do mercado internacional, o fiscal fragilizado, o risco Brasil em alta, preocupação do aumento de impostos, desemprego e repasse disso tudo pelas empresas via preços, o que deve começar a pressionar a inflação em 2023 novamente.

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REFLEXÃO: Barry Ritholtz, da Bloomberg: Mantenha a simplicidade, faço menos e administre sua estupidez.

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