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palavras-chave: Payroll forte de janeiro pode postergar início de cortes de juros nos EUA, dizem analistas; invistaja.info;
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O surpreendente dado do payroll divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos – o relatório mensal da folha de pagamentos mostrou a criação de 517 mil vagas em janeiro, mais do que o dobro das projeções – reforçou a necessidade de uma comunicação mais dura (“hawkish”) por parte do Federal Reserve (Fed) e praticamente sacramentou que a reunião de março vai trazer uma nova alta de 25 pontos-base nas taxas de juros.
Essa é a opinião de analistas, que também começam a cogitar se o Fomc pode aplicar uma dose igual na reunião de maio.
Segundo o FedWatch, ferramenta do CME Group que probabilidade da taxa de juros nos EUA ser alterada nos próximos encontros do comitê, a chance de uma nova alta 25 pontos-base em 22 de março subiu de 82,7% ontem para 97,4% hoje. No início do mês, estava em 59,5%. Para o encontro de 3 de maio, a probabilidade de outra elevação de 0,25% avançou de 30% na quinta-feira (2) para 52,7% nesta sexta.
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Andressa Durão, economista da ASA Investments, disse que o dado cheio deve ser lido com cautela, uma vez que houve uma revisão relevante dos dados passados por conta de novas estimativas a respeito da população, na quantidade de pessoas que buscam emprego e no universo de pessoas que estão empregadas. Mas a tendência explícita é de um mercado de trabalho ainda apetado é nítida e isso traz naturais impactos para a política monetária.
Surpresa com o aumento na quantidade de emprego muito forte em janeiro. Mas a gente precisa ter um pouco de cautela porque houve uma revisão relevante nas séries para trás, principalmente de 2022, o que faz com que esse dado não seja completamente comparável (janeiro de 23 com os anos anteriores).
“Acaba tendo um saldo ‘hawkish’ para o Fed, algo que ele não tem sido nesse momento”, disse Andressa, se referindo à coletiva do presidente Jerome Powell na última quarta-feira (1), que permitiu leituras de que o fim do ciclo de alta de juros estava próximo. Antes do payroll de hoje, essa leitura seria de que o Fom poderia ser mais suave se a inflação desacelerar mesmo o mercado de trabalho aquecido.
Salários desaceleram
A economista da ASA também disse que é preciso ficar atento à evolução dos salários, que é muito importante para a inflação de serviços e parece estar desacelerando.
“O dado (payroll) impacta muito mais a visão do Fed sobre o início do corte de juros do que sobre o fim do ciclo. O fim do ciclo já está dado. Na nossa visão, vão dar mais 25 bps em março e vão finalizar. Mas o dado de emprego mais forte se mantendo ainda extremamente apertado, é indicativo de que o Fed não pretende cortar os juros tão cedo”, comentou.
Francisco Nobre, economista da XP, também fez a ressalva de que há atraso considerável que em relação aos dados de emprego, enquanto indicadores antecedentes de alta frequência sugerem que a economia dos EUA está desacelerando neste momento.
Porém, no geral, ele diz que é inegável que os dados oficiais continuam apontando para um mercado de trabalho apertado e resiliente nos EUA. A taxa de desemprego, por exemplo, caiu para 3,4%, a mais baixa em mais de cinco décadas.
Nobre destacou ainda que o aumento da folha de pagamento não agrícola no mês foi generalizado, com mais força em lazer e hotelaria (128 mil), serviços profissionais e comerciais (82 mil) e assistência médica (58 mil). O emprego também aumentou no governo (74 mil), embora refletindo parcialmente o retorno dos trabalhadores de uma greve. Além disso, lembrou, os números de novembro e dezembro foram revisados para cima e o emprego combinado em ambos os meses é 71k maior do que o relatado anteriormente.
Sobre os ganhos por hora dos trabalhadores, houve alta de 0,3% em janeiro, acumulado aumento de 4,43% na compara anual (uma desaceleração ante os 4,81% em dezembro). Mas Nobre alertou que o crescimento dos ganhos por hora permanece bem abaixo da inflação, e o crescimento dos salários reais em termos anuais tem sido negativo por 22 meses consecutivos.
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Sobre o impacto dos dados na política monetária, o economista da XP disse que o ciclo de aperto do Fed é pressionado para cima e praticamente elimina qualquer possibilidade de a autoridade monetária não apertar em sua próxima reunião.
“Ainda assim, continuamos esperando que o Fed provavelmente encerrará o ciclo de aperto em março, com o limite superior das taxas de juros em 5,0%, pois acreditamos que os próximos dados de inflação continuarão a suavizar consideravelmente e as autoridades devem reconhecer que a política monetária é já suficientemente restritiva para garantir que a inflação caminhe para a meta de 2%”, comentou Nobre.
Início de cortes incerto
Para o Morgan Stanley, as revisões de sazonalidade alteraram a trajetória dos ganhos recentes de empregos, mostrando ainda mais resiliência no mercado de trabalho nos últimos meses e mais fragilidade no início do ano passado. “A vantagem sazonal reforça a força deste relatório”, disse o banco de investimentos.
Sobre os futuros movimentos do Fed, O Morgan Stanley prevê uma nova alta de 25 bps no Fomc de março como cenário-base, com risco de nova alta se os dados do mercado de trabalho continuarem avançando. “Continuamos vendo o primeiro corte de juros em dezembro de 2023.”
Para Victor Candido, economista chefe da RPS Capital, o grande driver da inflação americana continua sendo o mercado de trabalho. “E isso envolve que o Fed talvez não consiga entrar naquele cenário mais tranquilo de queda de juros no segundo semestre, que é o que mercado esperava”, disse.
Para ele o dado de hoje foi bem ruim e coloca pressão sobre os ativos de risco, como a Bolsa americana, os mais sensíveis a juros. E isso tende a afetar os países emergentes. Por isso as moedas emergentes sofreram após a divulgação do payroll. “Afeta a disposição do investidor estrangeiro de buscar risco em outros países, com uma política monetária mais forte nos EUA.”
Já Carlos Vaz, CEO da Conti Capital, acredita que o mercado de trabalho altamente aquecido pode pressionar o Fed e fazer com que seja revisto seu plano de política monetária para ajustes de rota, inclusive voltando a considerar subir os juros além do previsto. “É algo que pode preocupar e refletir negativamente no mercado, no curto prazo, causando volatilidade e incerteza”, disse.
Mas Vaz ainda analisa que os dias mais difíceis estão ficando para trás, apesar de ainda ser momento para cautela. “A economia dos EUA vem surpreendendo positivamente, de forma geral, e oferecendo ao mercado financeiro e à população um recado de que amadureceu bastante, especialmente depois da Grande Recessão, em 2008.”
Já o JP Morgan vê o Fed pressionado por duas forças. “De um lado, o mercado de trabalho tem sido um robusto ponto brilhante na economia dos EUA, que tem mostrando uns poucos sinais de enfraquecimento. Do outro, o temor é que esses fortes relatórios de emprego levem o Fed a ser mais agressivo, o que colocaria em risco a atividade e poderia levar a uma recessão”, alertou.
O BTG Pactual, por sua vez, avalia que o resultado de janeiro da payroll reforça a percepção passada pelo relatório Jolts na última quarta-feira, apontando um mercado de trabalho ainda extremamente apertado – houve aumento da taxa de vacância de 1,74 vaga por desempregado para 1,92, sendo 11 milhões de postos disponíveis em dezembro ante 10,4 milhões no mês anterior.
“A divulgação de hoje reforça nosso diagnostico que de o Fomc deve promover mais duas altas de 25 bps em março e maio, com riscos de endurecimento da comunicação em meio a resiliência observada nos dados de trabalho, que dificultam um arrefecimento nas pressões salariais e, consequentemente na inflação de serviços”, comentou o banco. “Além disso, reforça nossa percepção e do comitê de que cortes em 2023 são pouco prováveis, frisou.
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REFLEXÃO: Eddy Elfenbein, dono do site Crossing Wall Street: Seja paciente e ignore modismos. Foque no valor e não entre em pânico.
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